Mariangela Jaguraba/Silvonei José - Vatican News
O Papa Francisco rezou a oração mariana do Regina Caeli, nesta "Segunda-Feira na Oitava de Páscoa (18/04), feriado no Vaticano e na Itália, conhecida como "Segunda-feira do Anjo", para lembrar a aparição do anjo às mulheres, anunciando a ressurreição de Jesus.
Segundo Francisco, "os dias da Oitava da Páscoa são como um único dia em que a alegria da Ressurreição é prolongada. Assim, o Evangelho da Liturgia de hoje continua nos falando do Ressuscitado, da sua aparição às mulheres que tinham ido ao túmulo". "Jesus vai ao encontro delas e as saúda. Depois, diz a elas duas coisas, que serão boas para nós também acolhermos, como um dom da Páscoa", frisou o Papa.
Primeiro, ele as tranquiliza com as seguintes palavras: "Não tenham medo".
O Senhor sabe que os medos são nossos inimigos diários. Ele também sabe que nossos medos provêm do grande medo, o medo da morte: medo de desaparecer, de perder entes queridos, de estar doente, de não conseguir fazer mais. Mas, na Páscoa, Jesus venceu a morte. Ninguém mais, portanto, pode nos dizer de forma mais convincente: "Não tenha medo". O Senhor o diz ali mesmo, ao lado do túmulo do qual Ele saiu vitorioso. Ele nos convida assim a sair dos túmulos dos nossos medos. Ouçamos bem: sair dos túmulos de nossos medos, porque nossos medos são como túmulos, eles nos enterram dentro.
Segundo o Papa, Jesus "sabe que o medo está sempre agachado à porta de nossos corações e que precisamos ouvir dizer: não tenha medo: na manhã de Páscoa como na manhã de cada dia". "Irmão, irmã, que acredita em Cristo, não tenha medo! "Eu, nos diz Jesus, provei a morte por você, tomei seu mal sobre mim". Agora, eu ressuscitei para lhe dizer: Estou aqui, com você, para sempre. Não tenha medo", sublinhou o Pontífice.
"Como podemos concretamente combater o medo? ", perguntou o Papa, respondendo com a segunda coisa que Jesus disse às mulheres: "Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão".
Vão e anunciem. O medo sempre nos fecha em nós mesmos; Jesus, ao invés, nos faz sair e nos envia aos outros. Aqui está o remédio. Mas eu, podemos dizer, não sou capaz! Aquelas mulheres certamente não eram as mais adequadas ou preparadas para anunciar o Ressuscitado, mas o Senhor não se importa. A Ele importa que se saia e se anuncie. Porque a alegria da Páscoa não é para ser guardada para si mesmo. A alegria de Cristo é fortalecida ao doá-la, se multiplica quando se compartilha. Se nos abrimos e levamos o Evangelho, nosso coração se expande e supera o medo. Este é o segredo: anunciar para vencer o medo.
O Papa disse que o Evangelho de hoje "nos diz que o anúncio pode encontrar um obstáculo: a falsidade. Na verdade, o Evangelho narra "um contra-anúncio", o dos soldados que haviam guardado o sepulcro de Jesus. Eles são pagos com "uma boa soma de dinheiro" e recebem estas instruções: "Digam isto: 'Seus discípulos vieram de noite e o roubaram enquanto dormíamos'". "Vocês estavam dormindo? Vocês viram no sono quando eles roubaram o corpo? Há ali uma contradição, mas uma contradição que todos acreditam, porque há dinheiro envolvido. É o poder do dinheiro, aquele outro senhor que Jesus diz para nunca servir. Há dois senhores: Deus e o dinheiro. Nunca servir", sublinhou Francisco.
Aqui está a falsidade, a lógica da ocultação, que se opõe à proclamação da verdade. É um lembrete para nós também: a falsidade, nas palavras e na vida, polui o anúncio, corrompe por dentro, leva de volta ao túmulo. A falsidade nos leva para trás, nos leva à morte, ao sepulcro. O Ressuscitado, ao invés, quer nos tirar dos sepulcros, das falsidades e das dependências. Diante do Senhor ressuscitado, existe este outro deus: o deus dinheiro, que suja tudo, que arruína tudo, fecha as portas para a salvação. E isso esta para todo lado. Na vida cotidiana, há a tentação de adorar o deus dinheiro.
Segundo Francisco, "nós nos escandalizamos quando, através da informação, descobrimos mentiras e enganos na vida das pessoas e na sociedade". "Mas, vamos também dar um nome às falsidades que existem dentro de nós! E coloquemos essas nossas opacidades diante da luz de Jesus ressuscitado. Ele quer levar à luz as coisas escondidas, para nos tornar testemunhas transparentes e luminosas da alegria do Evangelho, da verdade que nos liberta", concluiu o Papa, pedindo "a Maria, Mãe do Ressuscitado, que nos ajude a vencer nossos medos e nos conceda a paixão pela verdade".
- Francisco: disputas, guerras e conflitos deem lugar à reconciliação
Silvonei José – Vatican News
Após a oração do Regina Coeli o Papa Francisco desejou mais uma vez Feliz Páscoa a todos os presentes, romanos e peregrinos de vários países! Em seguida acrescentou:
Que a graça do Senhor Ressuscitado dê conforto e esperança a todos aqueles que sofrem: que ninguém seja abandonado! Que disputas, guerras e conflitos deem lugar à compreensão e reconciliação.
Enfatizar sempre esta palavra, continuou o Papa: reconciliação, porque o que Jesus fez no Calvário e com Sua ressurreição foi reconciliar-nos a todos com o Pai, com Deus e uns com os outros. Reconciliação, sublinhou ainda o Papa.
“Deus venceu a batalha decisiva contra o espírito do mal: deixemos que Ele vença! Renunciemos a nossos planos humanos, convertamo-nos a seus desígnios de paz e justiça”.
Francisco então agradeceu a todos aqueles que lhe enviaram expressões de felicitações nos últimos dias. “Sou especialmente grato pelas orações! Peço a Deus, por intercessão da Virgem Maria, que recompense cada um com seus dons”, concluiu.
O Santo Padre recordou em seguida que na tarde desta segunda-feira, na Praça São Pedro ele irá se encontrar mais de cinquenta mil adolescentes de toda a Itália. Um lindo sinal de esperança, disse, e já alguns deles estão aqui! “É por isso que a praça é preparada desta forma”, acrescentou.
O Papa concluiu o Regina Coeli desta “Segunda-feira do Anjo”, desejando que todos vivam estes dias da Páscoa na paz e alegria que vêm do Cristo Ressuscitado. E mais uma vez pediu para que continuemos a rezar por ele.
- Francisco encontra adolescentes italianos: "um belo sinal de esperança"
Federico Piana – Vatican News
Mais de cinquenta mil jovens, entre 12 e 17 anos, vindos de toda a Itália, liderados por 60 bispos e acompanhados por dezenas de sacerdotes, religiosos e religiosas, educadores e líderes de associações, movimentos e comunidades. Esta é a identidade de #Seguimi, a peregrinação de adolescentes a Roma, organizada pela Conferência Episcopal Italiana, que se realiza nesta segunda-feira e que terá seu momento mais importante no encontro com o Papa Francisco, que também o mencionou no final do Regina Coeli de hoje.
De acordo com o programa, os adolescentes, após participarem do Regina Coeli com o Santo Padre pela manhã, retornarão à Praça São Pedro às 16h para a acolhida entre vídeos, canções e testemunhos. Às 17h30, o Papa Francisco entrará na praça para um passeio com o Popamóvel entre os adolescentes e para iniciar a vigília, que será caracterizada pela escuta das narrativas dos jovens que comentarão o capítulo 21, 1-19 do Evangelho de João, à luz de suas vidas. A seguir o discurso do Papa.
O objetivo deste evento, escrevem os organizadores, é "viver uma experiência de comunhão fraterna e de fé". É o primeiro encontro do Papa no Vaticano com jovens italianos após a longa pausa devido à pandemia, e é significativo que ocorra no dia seguinte à Páscoa, a festa que dá origem à fé, e infunde esperança e é um símbolo de renascimento".
"Esta é a primeira peregrinação nacional dedicada aos adolescentes", explicou padre Davide Brusadin, encarregado regional da pastoral juvenil para a região do Triveneto. "Nossos jovens se prepararam com dois encontros durante as quais entenderam o que significa seguir o Senhor e qual é a verdadeira essência de caminhar juntos", acrescenta ele.
Alegria, partilha e aprofundamento da fé são os frutos que esta peregrinação trará. "Estou certa de que os jovens voltarão profundamente mudados por esta experiência", diz Alessandra Catalano, educadora da Diocese de Molfetta. "Em seus corações - diz ela - eles acolherão uma felicidade que certamente nunca experimentaram. Eles voltarão para suas casas e comunidades, espalhando, sem limites, a alegria que receberam".
Fonte: Vatican News