O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou em pronunciamento de rádio e TV o fim da emergência de saúde pública em decorrência da pandemia. Segundo o ministro, o anúncio foi possível por causa da melhora do cenário epidemiológico, da ampla cobertura vacinal e da capacidade de assistência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ainda segundo o ministro, nos próximos dias será editado um ato normativo sobre a decisão. Queiroga afirmou que a medida não significa o fim da covid-19. “Continuaremos convivendo com o vírus. O Ministério da Saúde permanece vigilante e preparado para adotar todas as ações necessárias para garantir a saúde dos brasileiros, em total respeito à Constituição Federal.”
No pronunciamento, o ministro falou que o país realizou a maior campanha de vacinação de sua história, com a distribuição de mais de 476 milhões de doses de vacina. Foi ressaltado que mais de 73% dos brasileiros já completaram o esquema vacinal contra a covid-19 e 71 milhões receberam a dose de reforço.
O ministro também destacou os investimentos feitos na área nos últimos dois anos. “O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, fortaleceu o SUS, com a expansão da capacidade de vigilância, ampliação na atenção primária e especializada à saúde. Foram mais de R$ 100 bilhões destinados exclusivamente para o combate à pandemia, além dos mais de R$ 492 bilhões para o financiamento regular da saúde desde 2020”, disse Queiroga.
O Brasil identificou a primeira contaminação pelo novo coronavírus no final de fevereiro de 2020, enquanto a Europa já registrava centenas de casos de covid-19. No dia 3 de fevereiro de 2020 o ministério declarou a covid-19 como uma emergência de saúde pública de importância nacional..
A declaração de transmissão comunitária no país veio em março, mês em que também foi registrada a primeira morte pela doença no país. Segundo último balanço, divulgado pelo Ministério da Saúde neste domingo, o Brasil registrou, desde o início da pandemia, 5.337.459 casos de covid-19 e 661.960 mortes. Há 29.227.051 pessoas que se recuperaram da doença, o que representa 96,6% dos infectados. Há ainda 363.607 casos em acompanhamento.
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- Mais de 1,5 milhão de doses da vacina não aparecem no aplicativo do Ministério da Saúde
Por conta do ataque cibernético ao site do Ministério da Saúde, doses de vacinas aplicadas contra a Covid-19 ainda não aparecem no sistema e nem no comprovante de vacinação dos usuários do ConecteSUS, plataforma da pasta para emissão do passaporte da vacina. São mais de 1,5 milhão de doses que não constam no aplicativo, com informações apenas do Distrito Federal e de São Paulo. O estado de Santa Catarina também possui a diferença de doses, mas não soube quantificar.
As informações são do levantamento da CNN, feito com todos os estados do país. Desses, três confirmaram a divergência das doses: São Paulo, Distrito Federal e Santa Catarina.
O estado paulista informou que cerca 1,4 milhão de novos registros de vacinação ainda precisam ser incluídos no sistema. Segundo a pasta estadual, os registros foram enviados no momento que o sistema federal voltou a operar em normalidade, meses após o ataque hacker que afetou a base de dados do Ministério da Saúde. Desde o ataque, foram aplicadas 23 milhões de doses no estado; dessas, 1,4 milhão ainda não foram incluídas.
Em Santa Catarina, a secretaria estadual de saúde confirmou que doses foram aplicadas – e que as mesmas ainda não constam no ConecteSUS. “No entanto, não é possível contabilizar esses casos”, informou em nota. “Quando isso ocorre, a recomendação do estado é que a pessoa procure o local de vacinação onde a dose foi aplicada para verificar se o registro foi realizado corretamente no sistema nacional”.
Já o Distrito Federal informou que, até o dia 4 de abril, haviam 258.684 doses não registradas no sistema do Ministério da Saúde.
Os Estados do Pará e Pernambuco informaram que as secretarias municipais de saúde é que são as responsáveis por preencher os dados sobre vacinação nos sistemas oficiais.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que “as plataformas federais de registro, envio e disseminação dos dados vacinais contra a Covid-19 estão em pleno funcionamento”.
Ainda nas informações enviadas à CNN, a pasta disse que “o Departamento de Informática do SUS (DataSUS) segue à disposição para apoiar os estados e municípios que estejam encontrando dificuldades no envio destes dados, assim como vem apoiando desde o restabelecimento das plataformas”.
Fonte: Agência Brasil - CNN Brasil