O Ibovespa fechou em queda de 1,16%, aos 116.952,85 pontos, nesta segunda-feira (11), enquanto o dólar teve desvalorização de 0,43%, cotado a R$ 4,691.
Especialistas entrevistados pelo CNN Brasil Business apontaram que o mercado nesta tarde era afetado pela declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela percepção de queda por demanda de commodities e pelas expectativas dos dados de inflação dos EUA que saem esta semana.
Campos Neto classificou a inflação de março do país, divulgada na sexta-feira, como uma “surpresa” e disse que irá analisar o número.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) — que mede a inflação oficial do país –, acelerou para 1,62% em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (8). Em fevereiro, o índice havia ficado em 1,01%.
Pamela Semezzato, analista de investimentos CNPI-T da Clear Corretora, destacou também que o Ibovespa seguiu o mercado norte-americano que operou em queda.
Na última sexta-feira (8), o principal índice da B3 fechou em queda de 0,45%, aos 118.332,26 pontos, enquanto a moeda norte-americana encerrou com desvalorização de 0,61%, a R$ 4,711.
Veja os principais destaques desta segunda-feira:
Maiores altas
Maiores baixas
“Como as inflações continuam surpreendendo, a gente pode ter um movimento de mais altas (de juros nos EUA) no curto prazo, e se esse movimento não vier com percepção de que vem junto de crescimento forte, talvez a gente tenha uma reversão parcial desse fluxo para países emergentes”, disse o chefe da autoridade monetária brasileira mais cedo, durante evento.
Campos Neto ainda avalia que em uma situação de inflação persistente e com novo choque relacionado à guerra na Ucrânia, é provável que o aperto monetário americano seja mais intenso no curto prazo.
Sobre a questão inflacionária, o presidente do BC destacou que o núcleo de inflação (que desconsidera elementos mais voláteis) está muito alto no Brasil. Para ele o dado recente do IPCA “foi uma surpresa” e é preciso avaliar se a tendência mudará.
Desde sexta-feira (8), os especialistas apontaram que houve uma queda na demanda de commodities. Com o risco de um possível prolongamento de lockdown na China, que “traz uma percepção de redução por demanda de commodities, principalmente o minério de ferro”, afirma Costa.
A China enfrenta sua maior onda de Covid-19, com Xangai agora como o epicentro. Todos os cerca de 25 milhões de residentes estão confinados, com profissionais de saúde nacionais e militares chineses enviados para impulsionar a resposta da cidade.
Até o final do mês, o vírus havia se espalhado para 29 das 31 províncias da China, segundo a Comissão Nacional de Saúde (NHC). 90% de todos os casos identificados em março vieram de Jilin e Xangai, os dois maiores focos.
Os contratos futuros do aço na China, por exemplo, tiveram queda nesta segunda-feira (11), acompanhando os preços mais baixos das matérias-primas. O contrato do vergalhão de aço para material de construção mais ativo na Bolsa de Futuros de Xangai, para entrega em outubro, caiu 3,1%, para 4.867 iuanes (763,76 dólares) por tonelada no fechamento.
Confira outras notícias
- Petróleo cai abaixo de US$ 100 com liberação de reservas e lockdown na China
Os preços do petróleo caem US$ 4 o barril nesta segunda-feira, com o Brent sendo negociado abaixo de US$ 100, influenciados pelos planos de liberação de volumes recordes de petróleo e derivados de estoques estratégicos e pelos contínuos lockdowns na China para contenção do coronavírus.
O petróleo Brent para entrega em junho caía US$ 4,26, ou 4,14%, a US$ 98,52 por barril às 11h10 (horário de Brasília). O petróleo bruto dos Estados Unidos (WTI) perdia US$ 4,15 ou 4,23%, para US$ 94,11.
O Bank of America manteve sua previsão para o petróleo Brent em uma média de US$ 102 por barril para 2022-23, mas reduziu a previsão para junho para US$ 120. O banco de investimento suíço UBS também reduziu sua previsão para o Brent em junho, para 115 dólares o barril.
Os países membros da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) liberarão 60 milhões de barris nos próximos seis meses. Os Estados Unidos anunciaram, em março, a liberação de 180 milhões de barris.
A liberação dos volumes da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR) equivale a 1,3 milhão de barris por dia (bpd) nos próximos seis meses e é suficiente para compensar um déficit de 1 milhão de bpd no fornecimento de petróleo russo, disseram analistas do JP Morgan.
O mercado também tem observado os desenvolvimentos na China, onde as autoridades mantiveram Xangai em lockdown sob sua política de “tolerância zero” para a Covid-19. A cidade chinesa começou a afrouxar seu lockdown em algumas áreas nesta segunda-feira.
Fonte: CNN Brasil