Política

Macron fica na frente de Le Pen em primeiro turno de eleição na França





O atual líder francês, Emmanuel Macron, e a candidata da extrema-direita Marine Le Pen decidirão a corrida eleitoral pela presidência da França em segundo turno. Após um primeiro dia de votação marcado pela baixa adesão dos franceses, os candidatos se enfrentam novamente em duas semanas, no dia 24 de abril.

Segundo estimativas iniciais do Instituto Ifop, Macron teria tido 28,6% dos votos e Marine Le Pen 24,4%. As projeções preliminares do Insituto Ipsos indicam 28,1% para Macron e 23,3% para Le Pen. O candidato da extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon teria ficado em terceiro lugar.

Pouco mais de 1 hora após o encerramento da votação, com cerca de 20 milhões de votos apurados, o primeiro resultado parcial oficial também indicou disputa em segundo turno.

Até às 17h, no horário local, 65% do franceses registrados haviam comparecido às urnas. No último pleito, em 2017, o índice era de 69%. Segundo o Ipsos, o maior índice de abstenção desde 1965 foi registrado em 2002, quando 28,4% dos eleitores deixaram de comparecer às urnas.

Agora, as principais pesquisas indicam que o segundo turno deve ser acirrado: Macron liderando com cerca de 51% dos votos e Le Pen com 49%. O candidato eleito deverá tomar posse até o dia 13 de maio.

Contexto

Se for reeleito, Macron deve continuar suas políticas pró-União Europeia e seu programa de reformas. Dentre as propostas para esta campanha, o presidente prometeu o aumento da aposentadoria para os 65 anos, reformas no seguro-desemprego e mercado de trabalho, relançamento de reatores nucleares, além de investimento em energia ecológica e objetivo de alcançar a neutralidade carbônica até 2050.

Por outro lado, se Marine Le Pen for eleita presidente, a França deve ter mudanças bruscas especialmente no que se relaciona à política de imigração. Em sua campanha eleitoral, a candidata focou em metas referentes ao poder de compra do povo francês – um dos pontos de maior preocupação dos eleitores, segundo as pesquisas.

Após as primeiras projeções do segundo turno, a candidata de centro-esquerda francesa Anne Hidalgo, que não se classificou para a próxima etapa da eleição presidencial, apoiou o presidente francês Emmanuel Macron para o segundo turno.

“Para que a França não caia no ódio de todos contra todos, peço solenemente que votem em 24 de abril contra a extrema-direita de Marine Le Pen”, disse ela.

Jean-Luc Mélenchon, Valerie Pecresse e Yannick Jadot, que disputaram o primeiro turno, também declararam oposição a Le Pen no segundo turno.

“Sabemos em quem nunca votaremos… Você não deve apoiar Le Pen… Não deve haver um único voto para Le Pen no segundo turno”, disse Mélenchon em discurso a seus apoiadores.

Eric Zemmour, que concorreu contra Le Pen como também representante da extrema-direita, declarou apoio a candidata na corrida contra Macron. “Não tenho dúvidas de quem é o adversário. Por isso peço aos meus apoiadores que votem em Marine Le Pen.”

Emmanuel Macron

O ex-banqueiro de investimentos e atual presidente da França, Emmanuel Macron, está disputando a sua segunda corrida eleitoral. O candidato é o fundador do partido centrista República em Marcha.

Assim como para todos os líderes mundiais nos últimos dois anos, a pandemia da Covid-19 foi um dos principais desafios de seu mandato. Antes da crise sanitária, ainda no início do mandato, uma onda de protestos invadiu a França. O movimento dos “coletes amarelos” levou milhares de pessoas às ruas, engatilhado por uma medida de Macron que aumentou o preço do diesel, no fim de 2018.

Marine Le Pen

A atual deputada Marine Le Pen ingressou na política ainda jovem, aos 18 anos. Filha de Jean-Marie Le Pen, fundador do Frente Nacional – atual Reagrupamento Nacional, partido de Le Pen – a candidata representa a extrema direita francesa.

Apesar de tentar suavizar a imagem de sua sigla, conhecida pela política nacionalista e anti-imigrante, Le Pen mantém alguns pontos emblemáticos em seu programa.

A candidata é conhecida por captar eleitores difíceis, de acordo com o especialista em pesquisa Emmanuel Riviere. “Ela sempre consegue seduzir pessoas que não estão interessadas na política, precisamente porque oferece a eles uma solução para expressar sua raiva em relação à política.”

 

Confira outras notícias 

- Presidente mexicano testa força política com referendo sobre mandato

 

Para López Obrador, consulta é vital para confirmar mandato

 

Os mexicanos decidem hoje (10) se seu presidente deve permanecer no cargo, em referendo sem precedentes. O chefe de Estado Andrés Manuel López Obrador, diz que o referendo é vital para confirmar seu mandato democrático, mas a oposição considera uma distração cara ante os reais problemas do país. 

 

Obrador, que está no cargo desde dezembro de 2018, é o autor do primeiro referendo chamado de "revogatório" do México moderno, e críticos e apoiadores esperam vitória fácil. 

 

A votação tem alimentado especulações de que o plebiscito poderia abrir portas para a ampliação dos limites de tempo para um mandato presidencial, em um país onde o chefe de Estado pode servir apenas um único período de seis anos.

 

López Obrador nega querer estender seu mandato, mas tem usado o referendo para estimular apoiadores e criticar opositores, muitos deles líderes que têm encorajado os mexicanos a ignorarem a votação como exercício de propaganda para o presidente. 

 

Pesquisas de opinião sugerem que o comparecimento às urnas deve ficar aquém do limite de 40%, necessário para tornar o resultado da votação vinculante, embora López Obrador tenha dito que respeitará o resultado de qualquer maneira.

 

"A democracia tem que se tornar um hábito no México", anunciou o presidente a uma multidão após deixar a cabine de votação, "para que ninguém se esqueça de que o povo é quem governa". 

 

O plebiscito também é um teste da força do presidente antes das eleições para governadores em junho.

 

Obrador tem falhado em cumprir promessas de campanha, que incluem redução da criminalidade e impulso à economia. Ele também tem abalado investidores, ao tentar renegociar contratos assinados em governos anteriores, e está apertando o controle estatal sobre recursos naturais. 

 

Mas a implantação bem-sucedida de programas de bem-estar social e a implacável descrição diária de uma narrativa política - na qual estrela como defensor moralmente correto dos pobres contra uma elite corrupta e rica - tem ajudado a manter sua popularidade.

 

Custando milhões de dólares e fortemente divulgado na capital, o referendo pergunta aos mexicanos se o mandato de López Obrador deve ser revogado "por perda de confiança" ou se deve terminar seu mandato em 30 de setembro de 2024, conforme programado.

 

Uma pesquisa do jornal El Financiero mostrou, neste mês, que dois terços dos mexicanos querem que o presidente permaneça no cargo. Um terço quer a saída dele do governo.

 

López Obrador foi eleito por maioria esmagadora em 2018, com mais de 30 milhões de votos, o maior resultado total da história mexicana. Quanto mais próximo o comparecimento chegar desse número, mais bem-sucedido será o referendo, dizem analistas. 

 

As urnas estão abertas até as 18h - horário local. As autoridades eleitorais devem divulgar estimativa prévia do resultado durante a noite.

 

Fonte: CNN Brasil com informações da Reuters - Agência Brasil