Política

Cenas em Bucha mostram face brutal da guerra de Putin, diz von der Leyen





Presidente da Comissão Europeia visitou a Ucrânia e concedeu entrevista à Christiane Amanpour

Em entrevista à Christiane Amanpour, da CNN, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a morte de civis na cidade ucraniana de Bucha como “uma atrocidade, algo impensável e chocante, é a face brutal da guerra de Putin“.

Von der Leyen visitou Bucha enquanto investigadores forenses começaram a exumar os corpos de uma cova coletiva. A Rússia nega ter atacado civis, e já chamou as alegações de que as tropas russas executaram civis de “encenação monstruosa” com o objetivo de difamar as forças do país.

Conversando com Christiane Amanpour em Kiev, a presidente da Comissão Europeia afirmou que o bloco tem “a determinação de não deixar Putin fazer isso e para isso ele tem que fracassar, e a Ucrânia tem de vencer essa batalha com o nosso apoio”.

Von der Leyen disse que o aumento de sanções e apoio financeiro às tropas ucranianas estão em discussão, e que certamente a Ucrânia “terá mais armas”.

“Viemos aqui para Kiev com o compromisso financeiro de 500 milhões a mais em armas, também conversei com o primeiro-ministro sobre a sua necessidade, portanto o fluxo de armamentos está melhor agora para a Ucrânia para que possam se defender e também lutar por nossas democracias”, pontuou.

Possível punição à Hungria

Durante a entrevista com Amanpour, von der Leyen ainda afirmou que a Hungria quebrará as sanções da UE se cumprir sua promessa de pagar pela energia russa em rublos.

“Fizemos uma análise do decreto de Putin, e o caso legal é muito claro. O que Putin está sugerindo – transformar euros em rublos e depois pagar a conta do gás – seria uma violação das sanções. Se você fizer isso, pagar em rublos, violar as sanções, contornar as sanções que impomos à Rússia”, disse a presidente da Comissão Europeia.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, havia indicado que seu país estaria disposto a pagar o gás russo em rublos depois que o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto exigindo que “países hostis” fossem obrigados a pagar pelo gás na moeda.

A UE estava em discussões com Budapeste, disse Von der Leyen à CNN.

“Até agora, a Hungria aderiu às sanções, então até que não observemos o contrário, está tudo bem. Nunca antes vimos a União Europeia tão unida, tão determinada, tão rápida. E acho que para cada um de nossos estados-membros, também uma pergunta, quero ser o primeiro a quebrar essa unidade? Acho que não”, disse ela.

 

- EUA acreditam que Rússia usou míssil de curto alcance em ataque a estação ucraniana

Ucrânia disse que pelo menos 50 pessoas foram mortas e muitas mais ficaram feridas no ataque à estação da cidade de Kramatorsk

Os Estados Unidos acreditam que a Rússia utilizou um míssil balístico de curto alcance em um ataque a uma estação ferroviária no leste da Ucrânia afirmou uma autoridade sênior da área de defesa dos EUA.

A Ucrânia disse que pelo menos 50 pessoas foram mortas e muitas mais ficaram feridas no ataque à estação da cidade de Kramatorsk, que estava cheia de civis que tentavam fugir da ameaça de uma grande ofensiva russa.

A autoridade de defesa dos EUA, que falou em condição de anonimato, disse que o Pentágono acredita que as forças russas utilizaram um míssil Scarab SS-21 no ataque, mas que a motivação para o ato não estava clara.

O SS-21 é o nome utilizado pela aliança militar Otan para um tipo de míssil conhecido como Tochka nas antigas repúblicas soviéticas.

Os Estados Unidos ainda estão analisando o ataque, e não está claro se munições de fragmentação foram utilizadas, afirmou a autoridade norte-americana.

“Não acreditamos na negativa dos russos, que dizem não serem os responsáveis pelo ataque”, disse a autoridade.

O Ministério da Defesa da Rússia disse, segundo a agência de notícias RIA, que os mísseis que atingiram a estação eram usados apenas pelas forças ucranianas, e que as Forças Armadas russas não tinham alvos programados em Kramatorsk.

 

- Zelensky diz que todos os envolvidos no ataque a Kramatorsk serão responsabilizados

Pelo menos 50 pessoas morreram e 100 ficaram feridas em um ataque a estação ferroviária no leste da Ucrânia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que todos por trás do ataque russo à estação de trem de Kramatorsk serão responsabilizados.

Pelo menos 50 pessoas morreram e 100 ficaram feridas em um ataque a estação ferroviária no leste da Ucrânia, na cidade de Kramatorsk, nesta sexta-feira (8), enquanto civis tentavam fugir para partes mais seguras do país, informou uma nota da polícia local.

“Este é outro crime de guerra da Rússia, pelo qual todos os envolvidos serão responsabilizados”, disse ele em seu discurso noturno nesta sexta-feira (8), acrescentando que a propaganda estatal russa tentou culpar as forças armadas ucranianas pelo ataque.

“Esperamos uma resposta firme e global a este crime de guerra”, disse ele.

Zelensky confirmou relatórios anteriores do chefe da administração militar da região de Donetsk, de que pelo menos 50 pessoas foram mortas no ataque, incluindo cinco crianças.

“Como os massacres em Bucha, assim como muitos outros crimes de guerra russos, o ataque com mísseis em Kramatorsk deve ser uma das acusações no tribunal, o que deve acontecer”, disse ele.

O presidente ucraniano disse que “todos os esforços do mundo” serão direcionados para estabelecer minuto a minuto “quem fez o quê, quem deu ordens, de onde veio o foguete, quem o carregava, quem deu a ordem e como a ação foi coordenada.”

“A responsabilidade é inevitável”, disse.

Fonte: CNN Brasil