Cotidiano

Com média móvel em queda, Brasil registra 149 mortes por Covid em 24 h





Índice de óbito nos últimos sete dias ficou 160 — menor número desde 17 de janeiro quando o número foi 154

O Brasil registrou, nas últimas 24 horas, 149 mortes e 30.212 casos de Covid-19, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) nesta sexta-feira (8).

Em queda, média móvel de óbitos chegou a 160 — menor número desde 17 de janeiro quando o índice foi 154. Já a média de casos atingiu 21.257. Esses sãos menores registros no país, após o surto de Ômicron que levou a um aumento de casos e mortes pela doença entre janeiro e fevereiro.

Os índices consideram a média de contaminações e de mortes registradas nos últimos sete dias. Os dados permitem o acompanhamento dos indicadores da pandemia sem eventuais distorções causadas por possível subnotificação aos finais de semana.

Com isso, o país registrou 30.123.963 casos e 661.122 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020.

 

- Mais de 18 milhões de pessoas estão com 2ª dose contra Covid em atraso, diz Saúde

Completar o esquema vacinal de duas doses é necessário para garantir a proteção máxima contra a infecção pelo novo coronavírus, diz a pasta

Mais de 18 milhões de brasileiros estão com a segunda dose contra a Covid-19em atraso no país. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (8).

Para garantir a proteção máxima contra a infecção pelo novo coronavírus, se faz necessário completar o esquema vacinal de duas doses para as vacinas da Pfizer, AstraZeneca e Coronavac. De acordo com a pasta, se o intervalo entre as doses tivesse sido cumprido, o Brasil já teria mais de 88% do público-alvo completamente vacinado.

Até o momento, o Ministério da Saúde já enviou mais de 476 milhões de doses das vacinas aos estados e ao Distrito Federal. Segundo levantamento do ministério, oito estados não registraram mortes pela doença na quinta-feira (7): Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Paraíba e Espírito Santo.

O ministério atribui ao avanço da vacinação a melhora dos indicadores da pandemia no país. A média móvel de óbitos por Covid-19 no Brasil chegou a 189,9 na quinta-feira, ficando abaixo da marca de 200 pelo segundo dia consecutivo desde o dia 21 de janeiro. Na ocasião, que marcava o início da alta provocada pela variante Ômicron, o índice era de 195,7.

Os dados estão disponíveis no mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. O Brasil ultrapassou a marca de 60 dias seguidos com tendência de queda na média móvel de casos da doença, desde o pico causado pela Ômicron. O índice passou de 183.150, em 5 de fevereiro, quando a pandemia atingiu a máxima histórica de casos, para 23.291, nesta quinta, representando um recuo de 87,28%.

País registra caso da Variante XE

O Instituto Butantan confirmou, na quinta-feira (7), o primeiro caso no país de Covid-19 causado pela variante XE da Ômicron, fruto de um evento recombinante que mistura as sub linhagens virais BA.1 e BA.2.

A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde, que afirmou realizar o constante monitoramento do cenário epidemiológico da Covid-19. Em nota, a pasta reforçou a importância do esquema vacinal completo para garantir a máxima proteção contra o vírus e evitar o avanço de novas variantes no país.

O recombinante entre as duas sub linhagens de Ômicron (BA.1 e BA.2) está sendo rastreado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como parte da variante Ômicron. O recombinante foi detectado pela primeira vez no Reino Unido em 19 de janeiro e aproximadamente 600 sequências foram relatadas e confirmadas até o dia 29 de março.

Segundo a OMS, as estimativas iniciais sugerem que esse recombinante tem uma vantagem na taxa de crescimento comunitária de 1,1 (o que representa uma vantagem de transmissão de 10%) em comparação à BA.2. No entanto, segundo a OMS são necessários estudos complementares para confirmar a informação.

 

- Fiocruz: provocada pela Ômicron, terceira onda está terminando

A continuidade da tendência de queda nos casos, internações e óbitos por covid-19 indica que a terceira onda de infecções, causada pela variante Ômicron, está terminando. A avaliação é de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que divulgaram hoje (8) o Boletim do Observatório Covid-19.

Os cientistas veem um cenário bastante positivo no país, com uma queda de 36% nos novos casos e de 41% nos óbitos pela doença, na comparação dos dados de 20 de março a 2 de abril com os de 6 a 19 de março.

"Como reflexo dessa tendência geral, houve queda dos indicadores de transmissão em grande parte dos estados, como Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e também no Distrito Federal", afirma a Fiocruz, que destaca ainda que, pela primeira vez desde maio de 2020, nenhum estado superou a marca de 0,3 óbito por 100 mil habitantes.

A média móvel de mortes por covid-19 chegou a 215 vítimas por dia em um período de sete dias, e a letalidade da doença também está abaixo de outros momentos da pandemia. Entre os que testaram positivo para a doença, 0,8% foram a óbito, proporção que já chegou a 3% em 2021.

Vacinação

A queda no número de mortes e na letalidade da covid-19 está relacionada à vacinação da população. O país conta com 82,5% da população com a primeira dose, 75,4% com o esquema de vacinação completo (duas doses ou dose única) e 37,1% com a dose de reforço. Também contribui para que haja menos vítimas a menor gravidade da infecção pela Ômicron, que evolui para casos severos com menor frequência.

"A ampliação da vacinação, atingindo regiões com baixa cobertura e doses de reforço em grupos populacionais mais vulneráveis, pode reduzir ainda mais os impactos da pandemia sobre mortalidade e internações. Ao mesmo tempo, todo o sistema de saúde deve se valer do período de menor transmissão da covid-19 para readequar os serviços para o atendimento de demandas represadas", recomendam os pesquisadores.

O boletim InfoGripe, também da Fiocruz, já havia apontado nesta semana que a participação do SARS-CoV-2 entre os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causados por vírus respiratório chegou ao menor percentual da pandemia, com 50,7%. Em momentos mais críticos, essa participação passou de 98%.

O menor número de casos severos de covid-19 tem permitido que os estados reduzam o número de leitos de terapia intensiva destinados apenas a adultos com a doença no Sistema Único de Saúde. Mesmo com essa diminuição, a Fiocruz avalia que os estados vem mantendo taxas bem baixas de ocupação de leitos por covid-19.

"A dinâmica de alguns dados já aponta para a reorganização dos serviços no sentido de menos foco na covid-19 e ampliação do atendimento a outros problemas de saúde. O passivo assistencial em toda a rede de serviços de saúde é desafiador após pouco mais de dois anos da pandemia", aponta o boletim.

A Fiocruz alerta que metade dos óbitos na última semana epidemiológica foi registrada em pessoas com ao menos 74 anos, o que reforça a vulnerabilidade dessa população diante da doença. Os pesquisadores ressaltam que é necessária a aplicação de uma quarta dose nesse grupo:

"Concomitantemente, há necessidade absoluta de avanço na vacinação dos mais jovens elegíveis (5 a 11 anos) e o início do debate sobre vacinação na faixa de 0 a 4 anos", diz a fundação, que acrescenta que tem aumentado a contribuição dos mais jovens, principalmente de crianças, no quantitativo total de número de casos.

 

- Brasil doa R$ 412 milhões para Covax e sinaliza fim de compras de doses

O Brasil informou que irá fazer uma doação de US$ 87 milhões (R$ 412 milhões) para a Covax, o sistema criado pela OMS e governos de todo o mundo para garantir a distribuição de vacinas contra a covid-19. O governo ainda sinalizou que não irá mais solicitar novas vacinas da agência para o ciclo de 2022, permanecendo apenas com os contratos que mantém com multinacionais e a produção local.

O gesto brasileiro marca uma mudança profunda da postura do governo que, por meses, esnobou a existência do mecanismo, em 2020. Naquele momento, a coluna questionou o Ministério da Saúde sobre a falta de interesse. A resposta indicou que o governo estava avaliando "outras alianças", sem jamais especificar quais seriam.

O Brasil apenas entrou no sistema após pressão até mesmo por parte de senadores e da sociedade civil. E quando o fez, o Itamaraty e o Ministério da Saúde solicitaram o menor volume de vacinas permitido pelo acordo, suficiente para apenas 10% da população nacional.

Nesta sexta-feira, uma cúpula foi organizada para levantar recursos que permitam que a Covax possa comprar vacinas em 2022 e distribuir aos países em desenvolvimento. A meta da OMS é de conseguir que cada país imunize 70% de sua população até meados do ano. Depois de um início fraco e com o produto concentrado apenas nas mãos de poucos países, a esperança da agência de Saúde da ONU é de que a vacinação possa ser acelerada durante o ano.

Se isso ocorrer, a OMS estima que o mundo pode deixar a fase aguda da pandemia, ainda que o vírus continuará a circular.

A cúpula foi organizada pela Alemanha, Indonésia e Senegal ocupando as presidências do G7, G20 e União Africana, respectivamente. No total, governos garantiram US$ 4,8 bilhões para a Covax.

"Os compromissos assumidos permitirão ao mecanismo fornecer apoio urgente de entrega para países de baixa renda e garantir que as doações de doses possam ser enviadas e administradas", explicou a entidade, num comunicado.

Entre os anúncios de doações está a do Japão, com US$ 500 milhões e 400 milhões de euros por parte da Alemanha. O Canadá prometeu CAD 220 milhões, enquanto o Brasil prometeu US$ 86,7 milhões. Já a Comissão Europeia ofereceu outros 75 milhões de euros.

A coluna apurou que, além de fazer a doação de recursos, o Brasil não fará uma nova solicitação de vacinas da entidade internacional para 2022.

"Acolhemos com satisfação esta incrível demonstração de solidariedade global de tantas partes interessadas em um momento em que o mundo enfrenta múltiplos desafios", disse José Manuel Barroso, Presidente do Conselho de Administração da Gavi, a aliança mundial de vacinas.

"Esta pandemia não terminou: enquanto as lacunas na cobertura permanecerem, ela continuará a causar estragos em indivíduos, comunidades e economias", disse. Em 2021, a Covax enviou mais de 1,2 bilhão de doses de vacina.

Olaf Scholz, chanceler da Alemanha e presidente do G7, também insistiu que é "importante garantir que o resto do mundo seja vacinado".

"A pandemia da COVID-19 está longe de ter terminado", disse Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

"A transmissão permanece alta, e a cobertura vacinal permanece muito baixa em muitos países", disse. "Só podemos terminar a fase aguda da pandemia apoiando todos os países a vacinar 70% de suas populações, com prioridade para os trabalhadores da saúde, idosos e outros grupos em situação de risco. Os investimentos na COVAX não são simplesmente investimentos em vacinas. São investimentos em equidade, em solidariedade, numa recuperação global inclusiva e num futuro mais saudável, mais seguro e mais justo para todos nós", completou.

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil - UOL