Economia

Dólar sobe 1,11% e fecha em R$ 4,659; Bolsa cai quase 2%





Após cinco dias consecutivos de queda, nesta terça-feira (5) o dólar fechou em alta de 1,11%, cotado a R$ 4,659 na venda. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), teve queda de 1,97%, encerrando aos 118.885,15 pontos.

A perda da Bolsa, que vinha forte da semana passada, ocorre em meio à greve de servidores do BC (Banco Central), que também reforçou o viés conservador dos negócios e influenciou o preço do dólar hoje.

Ações do setor financeiro e da Vale (VALE3) foram destaques de baixa na Bolsa, enquanto a Telefônica Brasil (VIVT3) e Multiplan (MULT3) ficaram como principais contribuições positivas.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Guerra e greve

A queda da Bolsa acompanha Wall Street com temores de um aperto monetário mais agressivo pelo banco central norte-americano após falas de membro da instituição, e com as perspectivas de novas sanções amanhã à Rússia devido à guerra na Ucrânia.

O movimento, que pode ser seguido por sanções dos Estados Unidos e aliados, ocorre depois de acusações de assassinato de civis por tropas russas no norte da Ucrânia, o que o Kremlin nega categoricamente.

O mercado também mantém no radar os efeitos da greve dos servidores do Banco Central, em meio à notícia de movimentos de outras categorias, como de servidores da Comissão de Valores Mobiliários.

Os servidores do BC (Banco Central) seguirão em greve por tempo indeterminado, após uma reunião com o governo terminar sem que houvesse uma proposta oficial, informou hoje o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central). Eles reivindicam reestruturação de carreira e recomposição salarial de 26,3%.

Representantes do sindicato disseram que se reuniram na manhã de hoje com Leonardo Sultani, titular da Secretaria de Gestão de Pessoas do Ministério da Economia. "Como não houve proposta oficial, a nossa resposta vai ser a manutenção e a intensificação da greve", diz nota divulgada pelo Sinal.

Segundo Fábio Faiad, presidente do sindicato, a intensificação deverá atingir a equipe que dá apoio à reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). "Vamos atuar agora em cima das equipes que fazem coleta e análise de dados para subsidiar a reunião do Copom", afirmou ao UOL. A próxima reunião está prevista para a segunda quinzena de abril.

O BC afirmou, em resposta ao questionamento do Broadcast do Estadão (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), que as divulgações como o Boletim Focus e os indicadores selecionados só irão ocorrer no fim da greve dos servidores da autarquia. Já a produção de apresentação de conjuntura para o Copom (Comitê de Política Monetária) é considerada atividade essencial e será mantida durante o movimento.

 

Confira outras notícias 

- Brasil volta a ter mais de 65 milhões de inadimplentes

O Brasil registrou 65,2 milhões de consumidores inadimplentes em fevereiro, divulgou hoje (5) a Serasa. Essa marca não era atingida desde maio de 2020, no início da pandemia da covid-19. Esses cidadãos têm R$ 263,4 bilhões em dívidas negativadas (em atraso).

Apenas em fevereiro, o número de inadimplentes subiu 0,54%. Cada brasileiro deve, em média, R$ 4.042,08. A estatística se baseia no fato de que cada número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) tem, em média, 3,4 dívidas ativas.

Em relação ao perfil dos inadimplentes, os homens representam 50,2% dos devedores, contra 49,8% das mulheres. Na divisão por faixa etária, a maior parte tem entre 26 e 40 anos de idade (35,3%), seguida pela faixa de 41 a 60 anos de idade (34,9%).

Evolução

O total de consumidores inadimplentes vinha caindo desde abril de 2021, mas está em alta contínua desde outubro do ano passado. De acordo com a Serasa, as recentes altas na taxa de juros, que encarece o crédito, e o desemprego ainda elevado, são as principais causas para o aumento da inadimplência.

A queda na renda média do trabalhador também afeta o pagamento de dívidas. Mesmo com a recuperação gradual do mercado de trabalho nos últimos meses, grande parte das pessoas estão encontrando empregos que pagam menos que o anterior, o que aumenta a dificuldade em quitar débitos em atraso.

Entre os tipos de dívidas em situação de inadimplência em fevereiro, segundo a Serasa, 28,6% vêm de débitos com o cartão de crédito. Em segundo lugar, estão as dívidas com contas domésticas (água, luz e gás), que respondem por 23,2%. Em terceiro, estão os gastos no comércio varejista, que totalizaram 12,5%.

 

- Setor de telecom deve investir R$ 33,5 bi em 2022, diz Anatel

O setor de telecomunicações deve investir R$ 33,5 bilhões em 2022, segundo projeção da área técnica da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O montante é 20% maior que o de 2021, quando foram investidos aproximadamente R$ 27,9 bilhões.

A expectativa é que o capital alocado aumente nos próximos anos por conta das obrigações do leilão do 5G. O edital prevê metas de cobertura de sinal para a nova tecnologia e para o 4G, assim como compromissos de construção de uma rede privativa para o governo, conexão de escolas e da região amazônica.

Realizado em novembro de 2021, o certame arrecadou R$ 46,8 bilhões, dos quais R$ 39,4 bilhões são investimentos obrigatórios em infraestrutura.

Segundo o documento elaborado pela assessoria técnica da Anatel, a receita operacional líquida do setor deve ficar em torno de R$ 120 a R$ 130 bilhões este ano. O montante considera os serviços de telefonia móvel, telefonia fixa, banda larga fixa e TV por assinatura.

A Anatel estima crescimento de 10% ao ano para a banda larga fixa, que deve atingir 45,7 milhões de acessos até o final de 2022. Com a entrada em operação do 5G no Brasil, prevista para julho, a agência espera chegar ao final de 2022 com 267 milhões de acessos de telefonia móvel -crescimento de 6% ante 2021.

Como mostrou o Poder360, o preço dos celulares 5G pode ser um empecilho para o aumento da base de clientes. Com o plano avaliado em R$ 250 mensais, segundo estimativas de mercado, o mercado consumidor do 5G estará provavelmente restrito ao topo da pirâmide social.

O 5G será implementado inicialmente nas capitais. A cobertura completa só deve ser alcançada no final de 2029, quando chegará às cidades com menos de 30.000 habitantes.

Fonte: UOL - Agência Brasil - Poder360