Política

Rússia diz que cortará gás de países que não pagarem em rublo





Os países da Europa que compram gás russo deverão pagar exclusivamente em rublos (moeda oficial russa). Caso não o façam, o fornecimento será suspenso. O decreto foi assinado e anunciado hoje (31) pelo presidente russo, Vladimir Putin, e passa a valer a partir de amanhã (1º). Putin disse que para comprar gás natural russo, será preciso abrir contas em bancos russos.

"É dessas contas que os pagamentos [em rublos] têm de ser feitos para a entrega de gás a partir de amanhã. Se tais pagamentos não forem efetuados, vamos considerar inadimplência por parte dos compradores, com as consequências decorrentes. Ninguém nos dá nada de graça, e não vamos fazer obras de caridade. Portanto, nesse caso, os contratos atuais serão interrompidos".

A imposição russa é uma resposta ao bloqueio de US$ 300 bilhões em reservas de divisas no exterior do Banco Central da Rússia, imposto pelo Ocidente. A medida faz parte do pacote de sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia no dia 24 de fevereiro.

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O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que examinou os contratos de gás e outros fornecimentos. “Eles [os contratos] dizem que o pagamento é feito em euros, às vezes em dólares, mas geralmente em euros. Deixei claro na conversa com o presidente russo que assim vai continuar. O que se aplica às empresas é que elas querem, podem e vão pagar em euros”, disse.

O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, afirmou que França e Alemanha estão se preparando para um corte total no fornecimento de gás russo. “Cabe a nós nos prepararmos para esses cenários. Estamos nos preparando, com as autoridades alemãs, respeitando o princípio da solidariedade europeia”.

Um terço do gás consumido na Europa é russo. A metade do gás usado na Alemanha vem da Rússia, fazendo do país europeu o maior cliente dos russos.

 

- Putin considera cedo para cessar-fogo na Ucrânia, diz premiê italiano

Mario Draghi conversou com o presidente russo por telefone

O presidente russo, Vladimir Putin, disse ao primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, que as condições ainda não estão maduras para um cessar-fogo na Ucrânia.

A informação foi dada hoje (31) por Draghi em entrevista, quando perguntado sobre telefonema de ontem com Putin.

Draghi também informou que Putin lhe disse que os atuais contratos de gás permanecerão em vigor e que as empresas europeias continuarão a pagar em euros e dólares.

"O que entendi, mas posso estar errado, é que a conversão do pagamento (para rublos) é um assunto interno da Federação Russa", disse o premiê.

 

- Trabalhadores pedem maior bloqueio digital da Ucrânia à Rússia

O presidente da Microsoft, Brad Smith, escreveu ao líder da Ucrânia este mês afirmando que, apesar dos pedidos de Kiev para cortar todos os laços com a Rússia, a companhia seguiria fazendo negócios no país com clientes não sancionados, incluindo escolas e hospitais.

Smith disse ao presidente Volodymyr Zelenskiy que a Microsoft está "consciente da responsabilidade moral" de proteger civis. No entanto, ele disse que a empresa está discutindo com os governos dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia se "interromperá quaisquer serviços e suporte em andamento" na Rússia e se moverá "em sintonia com suas sanções e outros objetivos econômicos".

Pequenos grupos de funcionários da Microsoft, SAP e IBM pediram que a retirada total da Rússia após a invasão da Ucrânia, segundo comentários vistos pela agência de notícias Reuters em fóruns de discussão internos e entrevistas com 18 funcionários familiarizados com as empresas, sob condição de anonimato.

Pressão sobre Moscou

Os funcionários pediram às empresas para aumentarem a pressão econômica sobre Moscou. Eles querem que elas suspendam todos os negócios na Rússia, inclusive para clientes de software que podem usar para rastrear vendas, cadeias de suprimentos e força de trabalho.

Questionada sobre as críticas, a IBM disse que deixou de trabalhar com empresas russas em qualquer lugar do mundo.

A SAP informou que está cumprindo as ações do governo e até mesmo indo além delas, e que "receberá novas sanções atualmente em discussão".

Por enquanto, os funcionários dessas empresas na Rússia estão sendo pagos e acessando ferramentas do local de trabalho, disseram colegas deles.

Questionado sobre as exigências dos trabalhadores sobre as empresas de tecnologia para deixar a Rússia, um porta-voz do Kremlin disse que "algumas empresas estão saindo, outras ficam. Novas virão em seu lugar".

Bloqueio digital

O vice-primeiro-ministro da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, um dos principais ativistas do bloqueio digital, disse que a Rússia já sente o impacto da saída de algumas empresas de tecnologia, mas defende uma saída completa. "Continuaremos tentando até que essas empresas tomem a decisão de deixar a Rússia", afirmou.

Vários funcionários da Microsoft - em ferramentas de bate-papo - também exigiram que a empresa saia da Rússia, com alguns até dizendo à alta administração que se demitiriam, disse um funcionário. A Microsoft se recusou a comentar.

A SAP também disse que, como alguns clientes têm seu software instalado em suas máquinas, podem continuar usando-o independente da decisão da empresa de não fornecer suporte.

 

Reino Unido e aliados vão enviar mais ajuda militar letal à Ucrânia

O Reino Unido e seus aliados concordaram em enviar mais ajuda militar letal à Ucrânia para ajudar na defesa contra a invasão russa, afirmou o ministro britânico da Defesa, Ben Wallace, nesta quinta-feira (31).

"Haverá mais auxílio letal chegando à Ucrânia, como resultado de hoje. Alguns países apresentaram novas ideias ou ainda mais promessas de dinheiro", afirmou Wallace a jornalistas, após receber 35 parceiros internacionais na segunda Conferência Internacional de Doadores de Defesa para a Ucrânia (IDDCU, na sigla em inglês).

O auxílio irá incluir a oferta de novos sistemas aéreos e de Defesa, baterias de artilharia de longo alcance e contra-ataque, veículos blindados, e também treinamentos mais amplos e apoio logístico.

"A conferência de doadores de hoje demonstra a determinação da comunidade internacional de apoiar a Ucrânia diante da invasão ilegal e não-provocada do presidente Putin e de suas forças russas", afirmou Wallace posteriormente em nota.

"Estamos intensificando nossa coordenação para intensificar o apoio militar e garantir que as Forças Armadas da Ucrânia fiquem mais fortes enquanto continuam repelindo as forças russas."

Moscou chama a invasão iniciada no dia 24 de fevereiro de "operação militar especial", com o objetivo de desmilitarizar e "desnazificar" o país vizinho - algo que a Ucrânia e o Ocidente classificam como um pretexto sem base para a guerra.

Fonte: Agência Brasil