Política

Bolsonaro nomeia ministros substitutos para 9 ministérios





O presidente Jair Bolsonaro (PL) oficializou nesta 5ª feira (31.mar.2022) os substitutos para 9 dos 10 ministros que deixam o cargo para se candidatar nas eleições deste ano. As substituições foram publicadas no DOU (Diário Oficial da União) para os ministérios da Agricultura, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Regional, Infraestrutura, Mulher, Secretaria de Governo, Turismo e Trabalho.

Apesar do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, ser cotado para ser o vice-presidente na chapa para a reeleição de Bolsonaro, sua saída não foi divulgada no DOU desta 5ª feira (31.mar). Os titulares de ministérios têm até 2 de abril para deixar os cargos públicos.

Em seu lugar, assumirá o ministério o atual comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. A passagem de comando deve ser oficializada na 6ª feira (1º.abr), às 17h. O novo comandante da força será o general Marco Antônio Freire Gomes.

As saídas dos ministros é determinada pela legislação eleitoral que obriga a descompatibilização do cargo 6 meses antes do pleito. As candidaturas dos ministros funcionam na prática como palanque de Bolsonaro nos Estados.

Como o Poder360 mostrou, as filiações de integrantes do alto escalão também foram usadas como estratégia para assegurar apoio nas eleições para firmar aliança com PP, PL e Republicanos.

Eis um breve perfil dos novos ministros, segundo as páginas oficias do governo:

  • Agricultura, Pecuária e Abastecimento: Marcos Montes

Atual secretário-executivo do MAPA, tem graduação em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), pós-graduação em Medicina do Trabalho pela Universidade de Campinas e especialização em Anestesiologia também pela Unicamp. Já foi deputado federal, prefeito e secretário municipal de Turismo e Esportes de Uberaba (MG), além de secretário de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes de Minas Gerais.

Eis a íntegra da saída de Tereza Cristina e a nomeação de Montes (36 KB). Tereza Cristina deve se candidatar a senadora pelo Mato Grosso do Sul.

  • Cidadania: Ronaldo Vieira Bento

Atual chefe de Assuntos Estratégicos do Ministério da Cidadania, é mestre em Direito pelo Instituto Brasiliense de Direito Público, com especialização em Estudo de Política, e em Estratégia pela Universidade do Estado da Bahia, além de Direito Público, pela Estácio de Sá, e Ouvidoria Pública, pela  OEI-CGU;

Bento é graduado em Direito pela Universidade Tiradentes e em Administração pela Universidade Católica do Salvador. Desde 2005 é servidor público de carreira do Executivo Federal.

Eis a íntegra da saída de João Roma e a nomeação de Bento (37 KB). João Roma deve se candidatar a governador da Bahia.

  • Ciência, Tecnologia e Inovações: Paulo Alvim

Atual secretário Nacional de Empreendedorismo e Inovação do ministério, é engenheiro Civil, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e mestre em Ciência da Informação, formado pela Universidade de Brasília. Nos anos 1990, foi secretário geral adjunto do Ministério da Educação, secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Governo do Distrito Federal.

Eis a íntegra da saída de Marcos Pontes e a nomeação de Alvim (37 KB). Marcos Pontes deve se candidatar a deputado por São Paulo.

  • Desenvolvimento Regional: Daniel de Oliveira

Atual secretário-executivo do ministério, é especialista em gestão e orçamento público. É graduado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Em abril de 2020, foi nomeado secretário-adjunto da Secretaria Executiva do Ministério do Desenvolvimento Regional. Anteriormente, ocupou o cargo de diretor do Departamento de Produção Habitacional da Secretaria Nacional de Habitação do mesmo ministério. É servidor do cargo de Analista de Infraestrutura do Ministério da Economia.

Eis a íntegra da saída de Rogério Marinho e a nomeação de Oliveira (36 KB). Rogério Marinho deve se candidatar a senador pelo Rio Grande do Norte.

  • Infraestrutura: Marcelo Sampaio

Atual secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, coordena ações voltadas à governança, integridade, estratégia, organização e sistemas de gestão e de tecnologia da informação. Foi subchefe adjunto de Gestão Pública da Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil da Presidência. Atuou por mais de 3 anos como diretor de informações e gestão estratégica de Transporte na Secretaria de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes. Tem mestrado em Planejamento de Transporte especificamente na Avaliação de Vulnerabilidade de Infraestrutura de Transporte, pela Universidade de Brasília (UNB). É licenciado em Engenharia Civil.

Eis a íntegra da saída de Tarcísio de Freitas e a nomeação de Sampaio (36 KB). Tarcísio de Freitas deve se candidatar a governador de São Paulo.

  • Mulher, Família e Direitos Humanos: Cristiane Britto

Atual secretária nacional de Políticas para Mulheres, é bacharel em direito e pós-graduada em direito eleitoral. Filiada ao Republicanos, é advogada eleitoralista, com atuação principal no ramo do Direito Partidário. Especialista em Marketing Político, é membro fundador da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político por 16 anos.

Eis a íntegra da saída de Damares Alves e a nomeação de Cristiane Britto (37 KB). Damares Alves deve se candidatar a senadora pelo Amapá.

  • Secretaria de Governo: Célio Faria Júnior

Atual chefe do gabinete pessoal do presidente Jair Bolsonaro, é servidor público federal, economista, especialista em Planejamento, Orçamento e Gestão Pública. Foi da assessoria de Relações Institucionais da Marinha do Brasil e encarregado da Divisão do Fundo Naval na Comissão Naval Brasileira em Washington (EUA).  Participou da equipe de transição do governo Bolsonaro e foi nomeado assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República antes de chefiar o gabinete pessoal.

Eis a íntegra da saída de Flávia Arruda e a nomeação de Célio Faria (36 KB). Flávia Arruda deve se candidatar a senadora pelo Distrito Federal.

  • Turismo: Carlos Brito

Atual diretor-presidente da Embratur, é formado em Administração de Empresas e em Administração com ênfase em Marketing, além de MBA em Marketing e Publicidade. Atuou como diretor-executivo na iniciativa privada. Ingressou no Embratur em junho de 2019, para exercer a função de diretor de gestão interna. Com a transformação da Embratur em Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, passou a exercer o cargo de diretor de Gestão Corporativa, período em que coordenou a reorganização administrativa da entidade.

Eis a íntegra da saída de Gilson Machado e a nomeação de Brito (36 KB). Gilson Machado deve se candidatar a senador por Pernambuco.

  • Trabalho e Previdência: José Carlos Oliveira

Atual presidente do INSS, ocupou o cargo de diretor de Benefícios do instituto. É servidor concursado e ingressou em julho de 1985 no INSS. Atuou como gerente executivo em Santo Amaro (atual GEX São Paulo-Sul) e como superintendente estadual do INSS em São Paulo. É formado em Administração de Empresas pela Fundação Armando Álvares Penteado.

Onyx Lorenzoni deve se candidatar a governador do Rio Grande do Sul.

 

Confira outras notícias 

- Doria desiste da Presidência e não disputará reeleição em SP

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse a aliados que desistiu de sua pré-candidatura à Presidência da República. Ele tampouco vai tentar a reeleição ao governo do Estado de São Paulo. Sua decisão, até o momento, é deixar a vida pública ao final do seu mandato, em dezembro deste ano.

Essa definição revoltou aliados do vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), que pressionam pela saída de Doria do cargo e falam até em impeachment. Como governador, o vice teria a mídia espontânea do cargo e possibilidade de negociar com a caneta na mão. Além disso, a avaliação é que ele teria dificuldade em se distanciar dos índices de rejeição de Doria caso ele se mantenha no governo.

A informação da desistência foi repassada para os seus auxiliares e para o vice-governador. Não houve um planejamento anterior e a equipe dele foi pega de surpresa. A manhã desta 5ª feira (31.mar.2022) está sendo de reuniões tensas no Palácio. Aliados de Doria tentam mudar a sua decisão, mas têm pouca esperança.

Doria conquistou o direito de concorrer à Presidência pelo PSDB depois de derrotar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio nas prévias do partido, realizadas em novembro do ano passado. De lá para cá, porém, não conseguiu desarmar a resistência interna de caciques do PSDB e tampouco reduziu a sua rejeição nas pesquisas de intenção de voto.

O anúncio de Eduardo Leite que iria deixar o governo e a indicação de que poderia, sim, disputar novamente a candidatura tornou a situação ainda mais complicada para Doria.

Derrotado nas prévias tucanas, Leite mantinha conversas com o PSD e avaliou concorrer ao Palácio do Planalto pelo partido, mas desistiu da mudança. Ele anunciou na 2ª feira (28.fev) que renunciará ao cargo de governador e definiu que permanecerá no PSDB.

O anúncio de Doria favorece o governador gaúcho. Sem um candidato pré-definido no partido, e com a simpatia dos partidos de centro, Leite pode ser ungido candidato do grupo. Mas ainda não está claro se isso irá, de fato, acontecer.

Doria havia programado para esta 5ª a desincompatibilização do cargo para ser candidato a presidente. Às 16h, uma série de prefeitos tucanos estariam na sede do governo paulista.

O governador de São Paulo cancelou parte da sua agenda. Manteve só uma ida à B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. Também fará um pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes, às 16h, horário que seria realizada a cerimônia com os prefeitos.

“Espírito Público”

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, que recentemente fechou uma federação com o PSDB, disse que a decisão de João Doria revela seu espírito público.

É uma grande surpresa. Esperava que mais adiante algo assim pudesse ocorrer se o quadro eleitoral se mantivesse como está hoje em função das conversas com MDB e União Brasil. Mas essa antecipação mostra o espírito público do governador por permitir novos caminhos”, disse ao Poder360.

Pesquisa PoderData realizada de 27 a 29 de março de 2022 mostra Doria empatado com outros pré-candiadtos da chamada 3ª via. O governador paulista tem 3%; André Janones (Avante), com 2%; e Eduardo Leite(PSDB) e Simone Tebet (MDB), com 1% cada um.

Foram 3.000 entrevistas em 275 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR 06661/2022.

 

- Avaliação de Bolsonaro ensaia melhora, mostra PoderData

Pesquisa PoderData realizada de 27 a 29 de março de 2022 indica que 29% dos eleitores consideram trabalho de Jair Bolsonaro (PL) como “bom” ou “ótimo”, enquanto 50% o acham “ruim” ou “péssimo”. O presidente segue com imagem mais negativa do que positiva, mas os números indicam oscilação favorável ao presidente na opinião pública.

De dezembro de 2021 até o início de março de 2022, o presidente vinha registrando melhora lenta e gradual na avaliação. A taxa de ótimo/bom vinha, consistentemente, oscilando levemente para cima a cada 15 dias, sempre dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais. Este movimento foi interrompido na rodada do PoderData realizada de 13 a 15 de março, quando a taxa teve sua 1ª variação negativa do ano: foi de 30% para 27%.

Nesta rodada, no entanto, a taxa dos que consideram o presidente “bom” ou “ótimo” voltou a variar para cima, dentro da margem –2 pontos a mais, de 27% para 29%.

O resultado sugere que a pesquisa anterior foi um “tropeço”, possivelmente afetado pelo noticiário sobre a guerra na Europa e o aumento dos preços dos combustíveis. As próximas rodadas do PodeData vão confirmar se Bolsonaro segue em um ciclo de melhora ou não.

PoderData é a única empresa no Brasil a realizar pesquisas de opinião sobre Bolsonaro e o governo quinzenalmente. Isso permite localizar com precisão os movimentos da opinião pública.

Agora, a diferença entre os que acham o trabalho de Bolsonaro “ruim” ou “péssimo” para os que o avaliam como “ótimo” ou “bom” é de 21 pontos percentuais. Como mostra o gráfico a seguir, o pior desempenho de Bolsonaro foi no final de 2021 e na virada para 2022.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 27 a 29 de março de 2022, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 3.000 entrevistas em 275 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança de 95%. Registro no TSE é BR 06661/2022.

Para chegar a 3.000 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

ESTRATIFICAÇÃO

Eis as variações da avaliação de Bolsonaro por faixa demográfica:

  • sexo 24% das mulheres acham o trabalho de Bolsonaro “bom” ou “ótimo”; entre os homens, a taxa é de 33%;
  • idade– jovens de 16 a 24 anos têm a visão mais desfavorável do trabalho do presidente: para 56%, é “ruim” ou “péssimo”;
  • região– maior percentual de bom/ótimo está no Centro-Oeste (44%). O menor está no Nordeste (20%);
  • renda familiar– taxa de ruim/péssimo é mais alta entre os que recebem até 2 salários mínimos: 57%.

AVALIAÇÃO DO GOVERNO

PoderData também pergunta aos entrevistados sobre como avaliam o governo como um todo –se aprovam ou reprovam. Registrou um movimento semelhante: em duas semanas, aprovação oscilou 2 pontos para cima e desaprovação variou 2 para baixo, movimentações dentro da margem de erro.

Fonte: Poder360