Política

Turquia confirma conversas entre Rússia e Ucrânia na terça-feira em Istambul





A próxima rodada de negociações entre a Rússia e a Ucrânia será realizada em Istambul na terça-feira (29), segundo a presidência da Turquia.

Um comunicado da Diretoria de Comunicações da Presidência turca disse que, após um telefonema neste domingo (27), o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e o presidente russo Vladimir Putin “concordaram que a próxima reunião das delegações russa e ucraniana será realizada em Istambul”.

O porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, disse à âncora internacional da CNN Becky Anderson no domingo que as negociações ocorrerão na terça-feira.

No entanto, o negociador ucraniano David Arakhamia disse anteriormente que a reunião acontecerá na segunda-feira.

Até agora, Ucrânia e Rússia se sentaram à mesa para algumas rodadas de negociações desde o início da guerra, em 24 de fevereiro. Houve a tentativa de abertura de corredores para retirada da população e chegada de ajuda humanitária.

 

O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse ao líder russo, Vladimir Putin, em um telefonema neste domingo, que é necessário um cessar-fogo e também melhores condições humanitárias após a invasão da Ucrânia por Moscou; informou seu gabinete em comunicado.

“Erdogan ressaltou a importância de um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, a implementação da paz e a melhoria das condições humanitárias na região”, destacou o comunicado.

Segundo o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), a guerra na Ucrânia já provocou a morte de 1.104 civis entre os dias 24 de fevereiro e 25 de março. Desse total, 96 eram crianças.

A organização informou ainda que os ataques promovidos pelas forças russas, conduzidas pelo presidente Vladimir Putin, deixaram 1.754 civis feridos, sendo 124 crianças. Ao todo, portanto, somando mortos e feridos, são 2.858 vítimas.

 

- Zelensky diz que Ucrânia pode discutir neutralidade; status é exigência russa

Desmilitarização do país não será uma demanda discutida, afirmou o líder ucraniano

A Ucrânia está preparada para discutir a adoção de um status neutro como parte de um acordo de paz com a Rússia, mas isso teria que ser garantido por terceiros e submetido a um referendo, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em entrevista neste domingo (27).

Zelensky falou com jornalistas russos em uma videochamada de 90 minutos, uma entrevista que as autoridades russas tinham alertado preventivamente a mídia russa para se abster de cobrir. Zelensky falou em russo o tempo todo.

O presidente da Ucrânia disse que a invasão causou a destruição de cidades de língua russa na Ucrânia. Ele afirmou que o dano foi pior do que as guerras russas na Chechênia.

“Garantias de segurança e neutralidade, status não nuclear de nosso Estado. Estamos prontos para isso. Esse é o ponto mais importante”, disse o líder ucraniano.

A Ucrânia discutia o uso da língua russa na Ucrânia em conversas com a Rússia, mas se recusou a discutir outras demandas russas, como a desmilitarização do país, disse Zelensky.

Exigência russa

A neutralidade da Ucrânia é uma das exigências que a Rússia colocou sobre a mesa para parar a invasão ao país vizinho. Os russos chegaram a sugerir que a Ucrânia adotasse o modelo de neutralidade da Suécia ou da Áustria, dois países que não fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e que não se envolvem em guerras.

A desmilitarização é um dos objetivos de Vladimir Putin ao exigir a neutralidade ucraniana.

O que é a neutralidade?

O status de neutralidade depende de cada país, sobretudo se a neutralidade está na sua constituição. Mas, na prática, um país neutro é aquele que não toma partido dos países beligerantes numa guerra específica e opta por uma postura de neutralidade permanente em todos os conflitos que possam acontecer futuramente.

Segundo a Convenção de Haia de 1907, o país que se declara neutro não participa na guerra, mesmo que seja pedido.

A neutralidade pode ser militar – há nações desmilitarizadas ou que não têm forças armadas para ações de manutenção de paz – e/ou política, como acontece com a Áustria e Suécia, que têm uma aliança política com a União Europeia.

No entanto, a neutralidade de um país pode também implicar que não alinhe em grupos e alianças. Neste caso, o estatuto de “neutro” poderia ser espelhado com a não adesão à União Europeia e à Otan ou até à Organização do Tratado de Segurança Coletiva.

 

- Em ligação com Putin, presidente turco enfatiza necessidade de cessar-fogo

Próxima rodada de negociações do comitê de paz entre a Ucrânia e a Rússia será realizada em Istambul

O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse ao líder russo, Vladimir Putin, em um telefonema neste domingo (27) que é necessário um cessar-fogo e também melhores condições humanitárias após a invasão da Ucrânia por Moscou; informou seu gabinete em comunicado.

“Erdogan ressaltou a importância de um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, a implementação da paz e a melhoria das condições humanitárias na região”, destacou o comunicado.

O gabinete acrescentou que eles concordaram que a próxima rodada de negociações do comitê de paz entre a Ucrânia e a Rússia será realizada em Istambul.

Mais cedo neste domingo, o negociador ucraniano David Arakhamia disse que a próxima rodada de conversas presenciais entre a Ucrânia e a Rússia acontecerá na Turquia, de 28 a 30 de março.

 

- Macron reage a fala de Biden sobre Putin e diz que conversa com presidente russo

"Nosso objetivo é parar a guerra que a Rússia lançou na Ucrânia, evitando uma guerra e uma escalada", afirmou o francês

O presidente francês Emmanuel Macron pareceu alertar contra a emissão de algum rótulo a Vladimir Putin, presidente russo, neste domingo (27). “Eu não usaria termos, porque ainda estou conversando com o presidente Putin”, disse Macron durante entrevista ao canal francês France 3.

Macron acrescentou: “Nosso objetivo é parar a guerra que a Rússia lançou na Ucrânia, evitando uma guerra e uma escalada”.

Isso ocorre depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, emitiu intensas críticas contra o líder russo durante uma reunião com refugiados ucranianos em Varsóvia, na Polônia, no sábado. Biden classificou Putin como “açougueiro”.

Depois de minimizar, inicialmente, algum tipo de uma rivalidade pessoal entre ele e Putin, Biden aumentou sua retórica contra o russo nos últimos 10 dias.

Na semana passada, Biden pela primeira vez chamou Putin de “criminoso de guerra” e depois se referiu a ele como um “ditador assassino, um bandido puro que está travando uma guerra imoral contra o povo da Ucrânia”. Ele também chamou a invasão russa da Ucrânia de “desumana”.

Antes do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, Macron emergiu como uma figura central nos esforços diplomáticos da Europa para difundir a situação entre Moscou e o Ocidente. O líder francês se envolveu repetidamente com Putin para tentar evitar a guerra.

 

- Após falas de Biden, Otan também diz que não há política para mudar regime russo

Julianne Smith disse que as falas "surpreendentes" de Biden no sábado foram uma "reação humana"

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, continuou no domingo (27) a esclarecer sua observação de que o presidente russo Vladimir Putin “não pode permanecer no poder”, feita no sábado (26), em seu último dia na Europa.

Julianne Smith, embaixadora dos EUA na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), disse em uma entrevista neste domingo para a CNN que os comentários surpreendentes de Biden no sábado foram “reação humana de princípios”, feita depois que ele passou o dia vendo em primeira mão as tragédias da guerra, quando visitou centenas de refugiados ucranianos.

“Ele foi ao Estádio Nacional de Varsóvia e literalmente se encontrou com centenas de ucranianos. Ele ouviu suas histórias heroicas enquanto fugiam da Ucrânia após a brutal guerra da Rússia na Ucrânia. Ainda assim, os EUA não têm uma política de mudança de regime na Rússia, ponto final”, disse Smith na entrevista.

Os comentários da embaixadora vêm horas depois que o secretário de Estado Antony Blinken também tentou minimizar os comentários do presidente em Israel, dizendo:

“Acho que o presidente, a Casa Branca, afirmaram ontem à noite que, simplesmente, o presidente Putin não pode guerrear ou se envolver em agressão contra a Ucrânia ou qualquer outra pessoa.”

Questionada para esclarecer se os Estados Unidos acreditam que Putin deve permanecer no poder, Smith voltou-se para o ponto de discussão da Casa Branca de que “o governo completo, incluindo o presidente, acredita que não podemos capacitar Putin agora para travar uma guerra na Ucrânia ou perseguir esses atos de agressão”.

Smith não concordou que a rápida volta das autoridades da Casa Branca sobre os comentários do presidente mostrem que seus assessores o estão enfraquecendo no cenário mundial. Para ela, as autoridades “se sentem ótimas” com a viagem instantânea do presidente.

Falas polêmicas

Em pronunciamento na noite de sábado, na Polônia, Biden chamou o presidente russo de “ditador” e atacou o presidente russo pela operação do Kremlin que levou à Guerra na Ucrânia. Ele disse que Putin “não pode continuar no poder”. Ao mesmo tempo, Biden direcionou palavras especialmente aos cidadãos russos, afirmando que a população não é considerada inimiga do Ocidente.

Antes do discurso da noite, o sair do encontro com refugiados, Biden falou com a imprensa e xingou Putin ao ser questionado sobre o que ele acha da atitude do presidente da Rússia sobre a Ucrânia. “Ele é um açougueiro”, declarou o presidente dos EUA.

O Kremlin rejeitou as falas de Biden sobre Putin no poder da Rússia. “Não cabe a Biden decidir. O presidente da Rússia é eleito pelos russos”, declarou o Kremlin e, sobre o xingamento após a visita aos refugiados, o governo russo declarou que a fala do presidente norte-americano “diminui a possibilidade de reparar relações”.

 
 
- Guerra na Ucrânia: Papa alerta para ameaça de conflito global

A ameaça de um conflito global desencadeado pela invasão russa da Ucrânia precisa convencer a todos de que chegou a hora de a humanidade abolir a guerra, antes que ela acabe com a humanidade, disse o papa Francisco neste domingo.

"Mais de um mês se passou desde a invasão da Ucrânia, desde o início desta guerra cruel e sem sentido que, como toda guerra, é uma derrota para todo mundo, para todos nós", disse a milhares de pessoas na Praça São Pedro, durante sua bênção dominical.

"Temos que repudiar a guerra, um lugar de morte onde pais e mães enterram seus filhos, onde homens matam seus irmãos sem sequer vê-los, onde os poderosos decidem e os pobres morrem", acrescentou.

A guerra na Ucrânia está destruindo o futuro do país, disse ele, citando a estatística de que metade das crianças da Ucrânia teve que fugir do país.

"Essa é a bestialidade da guerra, algo que é bárbaro e um sacrilégio", disse ele, incentivando seus ouvintes a não considerar a guerra como inevitável ou algo com que se acostumar.

"Se sairmos disto [guerra] da mesma forma como entramos, todos nós seremos, de alguma maneira, culpados. Diante do perigo da autodestruição, a humanidade precisa entender que chegou a hora de abolir a guerra, de cancelá-la da história do homem antes que ela cancele o homem da história", disse ele.

Desde que a Rússia invadiu o país vizinho, em 24 de fevereiro, o papa Francisco tem falado diversas vezes sobre um possível conflito nuclear.

 

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil