O presidente norte-americano, Joe Biden, participou de um encontro neste sábado (26) com Andrzej Duda, chefe do Executivo da Polônia, em Varsóvia. Na reunião, no palácio presidencial do país, Biden destacou a importância, para os Estados Unidos, da estabilidade na Europa e disse que os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) precisam se manter juntos.
A visita de Biden à Polônia, que faz fronteira com a Ucrânia, é parte do contexto da guerra que aflige o país vizinho – a invasão russa ao território ucraniano completou um mês nesta semana.
Em declaração dirigida a Duda, na reunião, Biden lembrou da participação dos Estados Unidos na Primeira e na Segunda Guerra Mundial. “Nós ajudamos a Europa nessas guerras, participamos dessas guerras. Eu digo, há muito tempo, que a estabilidade na Europa é absolutamente importante para os Estados Unidos, considerando nossos interesses não só na Europa, mas também no mundo”, disse o presidente norte-americano.
Biden também disse a seu colega polonês Andrzej Duda que vê a garantia do Artigo 5º da Otan de defesa mútua entre os estados membros como um compromisso “sagrado”.
“O mais importante é que a Otan fique completamente unida, e não haja separação. O que quer que a gente faça, precisamos fazer em uníssono. Estou confiante que Putin contava com a divisão da Otan, a separação entre os lados ocidental e oriental, baseado na história das nações. Mas ele não conseguiu fazer isso: nós continuamos juntos”, completou o presidente.
Ele chegou ao palácio presidencial polonês por volta das 8h40 (de Brasília) e foi recebido por Duda e uma banda militar. Biden deixou o local uma hora depois rumo ao Estádio Nacional de Varsóvia, onde se encontrará com refugiados.
A previsão é que o presidente norte-americano faça um “discurso importante” antes de deixar o país, segundo o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
Mais cedo, o presidente dos EUA se reuniu com altos funcionários ucranianos em Varsóvia, no último dia de sua viagem à Europa. Em um hotel na capital polonesa, Biden apareceu em uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, e o ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, e seus colegas americanos, o secretário de Estado Antony Blinken e o secretário de Defesa Lloyd Austin.
Durante uma curta sessão de fotos, o grupo conversou sobre a árdua jornada que os ministros fizeram da Ucrânia à Polônia, que incluiu uma viagem de trem seguida de três horas de carro.
Biden desembarcou na Polônia na manhã de sexta, quando chegou bem próximo da fronteira com a Ucrânia. Em Rzeszow, ele visitou um grupo de soldados norte-americanos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e agradeceu-lhes pelo serviço.
Em entrevista ao lado do presidente de Duda, Biden informou que irá destinar um bilhão de dólares (aproximadamente R$ 4,7 bilhões) à Polônia para ajudar na situação humanitária dos refugiados no país.
- Ministro ucraniano diz ter recebido "promessas adicionais" de Biden
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, adiantou aos jornalistas que recebeu "promessas adicionais dos Estados Unidos em como a cooperação em termos de defesa irá evoluir".
Durante a manhã, o presidente norte-americano Joe Biden esteve reunido com dois ministros do governo ucraniano, dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, durante a visita a Varsóvia.
Este foi o primeiro encontro de Joe Biden com governantes ucranianos desde o início da guerra, em uma reunião em que também estiveram o secretário norte-americano da Defesa, Llyod Austin, e o secretário de Estado, Antony Blinken.
"Os quatro ministros discutiram os resultados da cimeira extraordinária da Nato [Otan] de 24 de março, em Bruxelas, e o compromisso inabalável dos Estados Unidos para com a soberania e integridade territorial da Ucrânia", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
- Morre o sétimo general russo desde início da guerra, diz Ucrânia
As forças armadas ucranianas anunciaram nesta sexta-feira (25) que o tenente-general russo Yakov Rezantsev foi morto durante os combates em Chornobaiivka, na região de Kherson, no sul do país.
Segundo a Ucrânia, o oficial do exército russo era o comandante do 49º Exército Combinados de Armas do Distrito Militar Sul da Federação da Rússia. O Ministério da Defesa russo não comentou as alegações.
Se confirmada, a morte de Rezantsev será a sétima de um general russo em combate, na guerra da Ucrânia. Quase metade dos 20 generais que, segundo as informações militares ocidentais, comandam a frente de combate russa.
A primeira baixa de peso confirmada foi de Andrei Sukhovetsky, um major-general russo que comandava a 7ª Divisão Aérea. O oficial russo tinha 47 anos e morreu no dia 3 de março, supostamente vítima de um sniper ucraniano.
Poucos dias depois, em 7 de março, foi confirmada a morte de outro general. Desta vez, tratava-se de Vitaly Gerasimov, major-general e primeiro vice-comandante do 41º exército do Distrito Militar Central da Rússia, eliminado pelas tropas ucranianas nos arredores da cidade de Kharkiv, um dos principais alvos russos no início da ofensiva.
O major-general Andrei Kolesnikov, comandante do 29º Exército Combinado de Armas, morreu em 11 de março, provocando mais um duro golpe na capacidade de combate russa. Em menos de dez dias, o exército russo perdeu três dos seus principais líderes.
Na cidade sitiada de Mariupol, o combate se dá rua a rua, prédio a prédio. E foi lá que o major-general Oleg Mityaev, comandante da 150ª divisão de fuzileiros motorizados russa, foi morto por combatentes do Batalhão Azov.
Também o coronel Sergei Sukharev, comandante do 331º regimento de paraquedistas russo, foi morto junto com várias outras chefias russas, de acordo com a televisão estatal russa. As forças ucranianas falam numa emboscada ao seu posto de comando.
A sétima alta patente russa a morrer foi um tenente-general. O comandante do oitavo esquadrão de Armas Combinadas, Andrey Mordvichev, morreu numa contraofensiva ucraniana, junto ao aeroporto de Kherson, no sul do país.
Há ainda de se registar a morte do vice-comandante da frota russa do Mar Negro, o capitão Andrey Paly, que perdeu a vida durante o cerco à cidade portuária de Mariupol.
A Rússia iniciou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores.
Também provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções econômicas e políticas a Moscou.
- Guerra entra em 31º dia com Rússia em “nova fase”
Os conflitos entre a Ucrânia e a Rússia entram no 31º dia neste sábado (26.mar.2022). O Kremlin afirmou na 6ª feira (25.mar) que a 1ª fase de sua “operação militar especial” está praticamente concluída. No mesmo dia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que o país deu “golpes poderosos” às forças russas.
Em seu pronunciamento diário, Zelensky falou que mais de 16.000 russos foram mortos, incluindo comandantes. A Rússia diz que 1.351 soldados morreram em combate. Segundo a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), foram 15.000 soldados russos mortos.
“As forças armadas continuam a repelir os ataques inimigos no sul do país, em Donbass, na direção de Kharkiv e na região de Kiev”, declarou Zelensky. “Ao restringir as ações da Rússia, nossos defensores estão levando a liderança russa a uma ideia simples e lógica: conversar é necessário. Significativo, urgente, justo.”
Durante um briefing no Ministério da Defesa russo, o chefe da Direção Operacional Principal do Estado-Maior das Forças Armadas, Sergey Rudskoy, disse que o foco do Kremlin na nova etapa é “libertar” completamente as regiões separatistas Luhansk e Donetsk, em Donbass.
O Ministério da Defesa do Reino Unido informou neste sábado que a Rússia continua a sitiar várias grandes cidades ucranianas, como Kharkiv, Chernihiv e Mariupol.
“As forças russas estão se mostrando relutantes em se envolver em operações de infantaria urbana em grande escala, preferindo confiar no uso indiscriminado de bombardeios aéreos e de artilharia na tentativa de desmoralizar as forças de defesa”, escreveu o órgão no Twitter.
“É provável que a Rússia continue a usar seu poder de fogo pesado em áreas urbanas, pois procura limitar suas próprias perdas, já consideráveis, ao custo de mais baixas civis.”
O presidente dos EUA, Joe Biden, esteve na 6ª feira na Polônia. O democrata visitou áreas de concentração de refugiados e se encontrou com o líder polonês Andrzej Duda.
Em nota a Casa Branca divulgou os pronunciamentos realizados pelos presidentes antes da reunião oficial a portas fechadas.
Do lado norte-americano, Biden voltou a chamar o presidente russo, Vladimir Putin, de “criminoso de guerra” e relembrou outras visitas a regiões em situação de crise humanitária pelo mundo.
“É devastador ver aqueles bebezinhos e crianças pequenas olhando para as mães. Não é preciso entender a língua que falam, você vê apenas a dor em seus olhos”, disse.
Já Duda reiterou a importância da visita de Biden ao país e agradeceu as ONGs polonesas que coordenam a recepção e o apoio humanitário aos refugiados.
“Essa assistência é algo sem precedentes, porque em poucas semanas, mais de 2 milhões de pessoas chegaram ao nosso país. Nunca experimentamos algo assim em toda a nossa história”, afirmou o presidente polonês.
A Polônia é o principal destino dos refugiados que saem da Ucrânia. Dados da ONU (Organização das Nações Unidas) indicam que o país recebeu 2,2 milhões das 3,7 milhões pessoas que deixaram a Ucrânia desde o início da guerra, em 24 de fevereiro.
Fonte: Agência Brasil - CNN Brasil - Poder360