Milhões de pessoas em todo o país estão enfrentando severas restrições à medida que os casos de coronavírus aumentam. Entre as áreas afetadas pelas novas medidas estão alguns centros do país.
Escolas fechadas, home office e embalagens pulverizadas com desinfetante nas portas de casa.
As cenas que ocorreram há dois anos na China, no período mais severo de confinamento em meio ao alastramento da pandemia de covid-19, voltaram a ser vistas em algumas grandes cidades do gigante asiático.
Milhões de pessoas em todo o país estão agora enfrentando novamente duras restrições à medida que os casos de coronavírus aumentam. Entre as áreas afetadas pelas novas medidas estão alguns dos principais centros do país, como o centro tecnológico de Shenzhen e a megacidade de Xangai.
Grandes empresas multinacionais pararam suas operações à medida que a China expande as áreas em confinamento.
Toyota, Volkswagen e a fornecedora da Apple Foxconn estão entre as empresas afetadas e há preocupações de que as cadeias de suprimentos possam ser interrompidas novamente.
A China registrou na terça-feira (15/3) um recorde de mais de 5 mil casos, a maioria na província de Jilin, levando as autoridades a implementar um lockdown na área.
Os 24 milhões de habitantes desta província no nordeste do país foram obrigadas a permanecer em quarentena na última segunda-feira (14/3).
É a primeira vez que a China restringiu uma província inteira desde o fechamento de Wuhan e Hebei, onde o coronavírus foi inicialmente detectado, no início da pandemia.
Os moradores de Jilin foram proibidos de se locomover e quem quiser deixar a província deve solicitar uma autorização policial.
As medidas ocorrem um dia depois que o governo chinês impôs um lockdown de cinco dias aos 12,5 milhões de habitantes da cidade de Shenzhen, no sul, onde todos os serviços de ônibus e metrô estão suspensos.
Na terça-feira, as autoridades da cidade de Langfang, que faz fronteira com a capital Pequim, bem como Dongguan, na província de Guangdong, no sul, também confinaram suas populações.
As empresas em muitas das regiões afetadas foram instruídas a fechar ou fazer seus funcionários trabalharem em casa, a menos que forneçam serviços essenciais, como alimentos, serviços públicos ou outras necessidades.
A Foxconn, que fabrica iPhones para a Apple, interrompeu as operações em Shenzhen na segunda-feira, dizendo que a data de sua retomada "será informada pelo governo local".
Algumas áreas residenciais estão impondo regras rígidas sobre quem pode entrar.
As embalagens estão sendo novamente pulverizadas com desinfetante nas portas das casas.
A China tem registrado relativamente menos casos de covid graças à sua política rígida de "covid zero", pela qual o governo central implementa lockdowns, testes em massa e restrições de viagem sempre que um novo surto acontece.
No entanto, a rápida transmissibilidade da variante ômicron vem tornando essa missão cada vez mais desafiadora.
Desde o início do ano, a China registrou mais casos de transmissão interna do que em todo o ano de 2021.
O principal especialista em doenças infecciosas da China, Zhang Wenhong, chamou os recentes surtos de "o período mais difícil nos últimos dois anos de combate à covid".
E afirmou em um post on-line amplamente divulgado que o país ainda estava "experimentando os estágios iniciais de crescimento exponencial".
Mas Wenhong acrescentou que, embora seja necessário que a China mantenha sua estratégia "covid zero" para controlar surtos por enquanto, "isso não significa necessariamente que continuaremos implementando lockdowns e testes em massa para sempre".
- Covid: Coreia do Sul registra novo recorde de casos e é o país com mais contaminações
A Coreia do Sul registrou hoje um novo recorde diário de casos de covid-19, com mais de 620.000 infecções, mas as autoridades alegam que o país está perto do pico da onda de contágios provocada pela variante ômicron. De acordo com os dados da OMS, a Coreia do Sul é o país com mais casos registrados nos últimos sete dias no mundo, com 2.417.174 contágios registrados, seguido pelo Vietnã com 1.776.045.
Os 621.328 casos registrados hoje representam o maior número em 24 horas na Coreia do Sul desde o início da pandemia.
Porém, os casos graves e mortes permanecem em níveis reduzidos no país de 52 milhões de habitantes, onde a maioria dos adultos está com o esquema de vacinação completo e a dose de reforço, segundo o governo.
Desde o início da pandemia em 2020, 11.481 pessoas morreram de covid na Coreia do Sul, segundo as autoridades de saúde. A taxa total de letalidade neste país ficou em 0,14% nesta quinta-feira, contra 0,05 a 0,1% para a gripesazonal, segundo estatísticas oficiais.
O aumento nos casos relacionados à ômicron e suas consequências econômicas representarão um desafio para o novo presidente eleito da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que venceu por pouco a eleição na semana passada.
Em fevereiro, Seul abandonou sua política de "rastrear, testar e tratar pessoas positivas". O país continuou a relaxar suas regras de distanciamento social, sob pressão de pequenos empresários que dizem que as restrições impostas nos últimos dois anos para lidar com a Covid levaram seus negócios à beira da falência.
Na China, presidente chinês Xi Jinping ordenou nesta quinta-feira que continue a política de zero covid, enquanto o país enfrenta seu pior aumento epidêmico, desde a primeira onda de 2020.
Enquanto vozes clamam nos últimos meses por um relaxamento das restrições, o poder comunista celebra sua política de saúde como prova da superioridade de seu sistema político, em comparação com o surto epidêmico no resto do mundo.
Assim que surge um caso de covid, as autoridades impõem medidas rigorosas de contenção e realizam rastreios massivos e repetidos à população. A rígida política de zero Covid permitiu que a China limitasse seu número de mortos a menos de 5.000, desde o início da pandemia.
Mas a variante ômicron está na origem de um ressurgimento da epidemia, que afetou 2.432 pessoas nas últimas 24 horas, segundo dados do Ministério da Saúde, um número considerado alto para a China.
"Devemos sempre colocar as pessoas e suas vidas em primeiro lugar, manter a política de zero covid e conter a propagação da epidemia o mais rápido possível", ordenou o presidente Xi Jinping nesta quinta-feira, segundo declarações divulgadas pela televisão pública.
Esta declaração vem em um momento em que dezenas de milhões de chineses estão confinados em todo o país. No espaço de poucos dias, pelo menos 17 cidades foram colocadas em quarentena, incluindo a metrópole tecnológica de Shenzhen (sul), povoada por 17,5 milhões de habitantes.
Fonte: UOL com informações da AFP