Política

Biden chama Putin de criminoso de guerra; Kremlin diz que fala é “inaceitável”





Governo russo respondeu afirmando que esta é uma "retórica inaceitável e imperdoável"

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de “criminoso de guerra” nesta quarta-feira (16), enquanto o ataque à Ucrânia se intensifica.

“Acho que ele é um criminoso de guerra”, disse Biden a repórteres após comentários na Casa Branca.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondeu à classificação do presidente dos Estados Unidos dizendo que é uma “retórica inaceitável e imperdoável”, de acordo com a agência de notícias Tass.

A designação do presidente norte-americano reflete uma mudança em relação à postura anterior do governo. Autoridades, incluindo Biden, já haviam parado de dizer que crimes de guerra estavam sendo cometidos na Ucrânia, citando investigações em andamento sobre se esse termo poderia ser usado.

Mas os oficiais também deixaram claro que acreditam que “atrocidades estão em andamento” e que o ataque intencional a civis constituiria crimes de guerra.

“As observações do presidente falam por si mesmas”, pontuou a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, mais tarde. Ela disse que Biden estava “falando com o coração” e que a investigação no Departamento de Estado sobre crimes de guerra ainda está em andamento.

Joe Biden inicialmente disse “não” quando perguntado se Putin era um criminoso de guerra, mas imediatamente retornou a um grupo de repórteres para esclarecer a fala. Quando perguntado novamente se Putin era um criminoso de guerra, ele respondeu afirmativamente.

 

- Biden anuncia US$ 800 milhões à Ucrânia em ajuda militar

 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta 4ª feira (16.mar.2022) um novo pacote de US$ 800 milhões em ajuda militar para a Ucrânia. O valor se junta aos US$ 13, 6 bilhões já aprovados pelo governo norte-americano.

 

“Estas são transferências diretas de equipamentos do nosso Departamento de Defesa para os militares ucranianos para ajudá-los na luta contra essa invasão. Agradeço ao Congresso por se apropriar desses fundos”, disse o presidente.

 

Segundo Biden, a iniciativa inclui 800 sistemas antiaéreos que irão garantir que as forças ucranianas continuem a defender o espaço aéreo ucraniano. O pacote também fornecerá 9.000 armas para ataques a tanques blindados e 7.000 armas, como metralhadoras, espingardas e lançadores de granadas.

 

“São 20 milhões de munições que estão indo nesse pacote. Teremos também mais drones. Tudo isso demonstra o nosso compromisso de garantir assistência aos ucranianos para sua defesa”, afirmou o presidente.

 

A decisão do líder norte-americano se deu horas depois do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, solicitar mais auxílio militar dos Estados Unidos.

 

Em seu discurso no Congresso dos EUA, Zelensky também pediu ao país que estabelecesse uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia. A medida impediria que qualquer aeronave sobrevoasse o território ucraniano. No entanto, os EUA já anunciaram que não pretendem atender o pedido. Em seu pronunciamento nesta 4ª feira (16.mar), Biden não comentou a questão.

 

Sobre a fala do líder ucraniano no Congresso norte-americano, Biden chamou o discurso de “mensagem apaixonada” e agradeceu Zelensky.

 

“Ouvi na residência particular. Ele foi convincente e foi um discurso significativo. Ele fala por um povo que demonstrou notável coragem e força diante de agressões brutais. Coragem e força que inspiraram não apenas os ucranianos, mas todo o mundo”, afirmou.

 

ASSISTÊNCIA HUMANITÁRIA

 

O presidente dos EUA prometeu manter a ajuda humanitária e financeira à Ucrânia. Disse ainda que a guerra no país “pode ser uma batalha longa e difícil”. 

 

“Vamos continuar a mobilizar ajuda humanitária para apoiar as pessoas dentro da Ucrânia e aquelas forçadas a fugir da Ucrânia”, disse Biden.

 

E continuou: “Apoiaremos a economia da Ucrânia com assistência financeira direta. Juntamente com nossos aliados e parceiros, manteremos a pressão na economia em ruínas de Putin, isolando-o no cenário global. Esse é o nosso objetivo. Fazer Putin pagar o preço, enfraquecer sua posição enquanto fortalecemos os ucranianos no campo de batalha e na mesa de negociações”.

 

RESUMO DO PACOTE

 

O novo pacote de assistência de US$ 800 milhões inclui:

 

  • 800 sistemas antiaéreos Stinger;
  • 2.000 Javelin, 1.000 armas leves anti-blindagem e 6.000 sistemas anti-blindagem AT-4;
  • 100 Sistemas Aéreos Não Tripulados Táticos;
  • 100 lançadores de granadas, 5.000 rifles, 1.000 pistolas, 400 metralhadoras e 400 espingardas;
  • Mais de 20 milhões de cartuchos de munição de armas pequenas e lançadores de granadas e morteiros;
  • 25.000 conjuntos de coletes; e
  • 25.000 capacetes.

 

Assistências anteriores anunciadas pelos EUA já forneciam:

 

  • Mais de 600 sistemas antiaéreos Stinger;
  • Aproximadamente 2.600 sistemas anti-blindagem Javelin;
  • Cinco helicópteros Mi-17;
  • Três barcos de patrulha;
  • Quatro radares de rastreamento de sistemas aéreos de contra-artilharia e contra-não tripulados;
  • Quatro sistemas de radar de contra-argamassa;
  • 200 lançadores de granadas e munições;
  • 200 espingardas e 200 metralhadoras;
  • Quase 40 milhões de cartuchos de munição para armas pequenas e mais de 1 milhão de granadas, morteiros e artilharia;
  • 70 Veículos Multiusos de Alta Mobilidade (HMMWVs) e outros veículos;
  • Comunicações seguras, sistemas de detecção de guerra eletrônica, armaduras, capacetes e outros equipamentos táticos;
  • Equipamento médico militar de apoio ao tratamento e evacuação de combate;
  • Equipamento de eliminação de munições explosivas e desminagem; e
  • Imagens de satélite e capacidade de análise.

 

Fonte: CNN Brasil - Poder360