Política

Tenho minhas críticas à Petrobras, diz Bolsonaro





O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta 4ª feira (16.mar.2022) que tem “críticas” em relação à Petrobras e reafirmou que não manda na petroleira. O chefe do Executivo declarou que o preço dos combustíveis está alto e que o governo buscará atuar para atenuar os aumentos.

Para apoiadores, Bolsonaro disse que os governos petistas “arrebentaram com o Brasil” e repetiu que o endividamento da Petrobras foi de cerca de R$ 900 bilhões entre 2003 e 2015.

O ano passado foi pago R$ 100 bilhões [da dívida da Petrobras]. Quem pagou? Vocês. De onde vem esse dinheiro? Vem de desinvestimento, vem do preço do combustível, vem na falta de investimento para a prospecção de petróleo. Se bem que eu tenho minhas críticas a Petrobras também, tá? Não é aquilo que eu gostaria, não. Não mando na Petrobras, não tenho ingerência sobre ela. Mas o que a gente puder fazer a gente faz aí”, disse.

Em declarações anteriores, o presidente criticou a política de preços da Petrobras, que segue regra de paridade com mercado internacional. A empresa anunciou reajuste na 5ª feira (10.mar) e justificou ter segurado o aumento por 57 dias. Bolsonaro afirmou que o aumento poderia ter sido adiado em alguns dias.

Em entrevista ao TV Ponta Negra na 3ª feira (15.mar), o presidente disse que a Petrobras “não colabora com nada” e que o preço do combustível no país está “impagável”. Também disse que espera um anúncio de redução por parte da petroleira por causa da recente queda do preço do barril do petróleo.

A gente está esperando, inclusive, ter um retorno da Petrobras para rever esses preços que foram absurdamente majorados na semana passada. Qualquer nova alta a gente vai, da nossa parte aqui, desencadear um processo para que esse reajuste não chegue na ponta da linha para o consumidor. É impagável o preço dos combustíveis no Brasil. E lamentavelmente a Petrobras não colabora com nada”, declarou.

No sábado (12.mar), o presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou que poderia trocar o presidente da Petrobras. “Qualquer um pode ser trocado no meu governo. Menos eu, logicamente, e o vice-presidente da República, que tem um mandato”, afirmou.

Para conter a alta nos preços, Bolsonaro sancionou na noite de 6ª feira (11.mar.2022) o projeto de lei que reduz os tributos dos combustíveis. A proposta determina que os Estados adotem uma alíquota única de ICMS e zera o Pis/Cofins do diesel, biodiesel, gás de cozinha e querosene de aviação.

Energia

O chefe do Executivo também afirmou que o preço da energia subiu porque o país precisou contratar termelétricas antes a falta de chuvas. “Por que está complicado muita coisa? Preço está caro: combustíveis, energia. Energia teve que aumentar porque não choveu. Você vai pegar energia térmica, é muito mais caro”, disse.

 

- Zerar imposto da gasolina depende da conjuntura, diz Bento

O ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) afirmou que a redução dos impostos federais para a gasolina “vai depender da conjuntura”. Ele defendeu a criação de “colchão tributário” para amenizar as flutuações no preço do petróleo.

No sábado (12.mar.2022), o presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que o governo avalia zerar o Pis/Cofins da gasolina. Em entrevista ao jornal O Globopublicada nesta 4ª feira (16.mar), Albuquerque falou que “tudo é factível e vai depender da conjuntura”.

Segundo ele, quem deve falar sobre o assunto é a equipe econômica. “Nós[integrantes do Ministério de Minas e Energia] participamos dos estudos, mas dentro das nossas atribuições. Isso está com o [o ministro da Economia, Paulo] Guedes, e o presidente colocou isso bem claro”, afirmou.

O governo estuda, desde setembro, de 2019 medidas, que nós chamamos de ferramentas, que possam ser utilizadas em caso da volatilidade do preço do petróleo e dos combustíveis”, falou Albuquerque. “Ainda precisamos ter algum mecanismo tributário, que poderia ser por exemplo um colchão tributário.”

O ministro declarou que, hoje, a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) –criada para ser um regulador dos preços– perdeu a efetividade. Por isso, segundo ele, há a necessidade de implementar uma nova medida.

Isso está sendo discutido no governo. Precisamos ter liberdade para ajustar esse tributo por decreto. Reduzindo quando o petróleo subir, e aumentando quando o petróleo cair”, falou.

Albuquerque não especificou quando uma proposta nesse sentido chegará ao Congresso. Disse que tudo depende de negociações do governo com o Legislativo.

PETROBRAS

Bento Albuquerque disse não ter recebido nenhum pedido do Planalto para a substituição de Joaquim Silva e Luna no comando da Petrobras.

O Silva e Luna é o presidente da Petrobras, e o presidente Bolsonaro não comentou nada comigo [sobre eventual troca]”, falou. “Nunca foi considerado o[Rodolfo] Landim ser o presidente da Petrobras, até porque ele é o presidente do Flamengo, foi reeleito há pouco tempo.

Rodolfo Landim foi escolhido para presidir o Conselho de Administração da Petrobras. Albuquerque disse que procurava “alguém que conhecesse a empresa, o mercado” e chegou ao nome de Landim –que “é uma pessoa que tem contato com o governo, não só por ser presidente do Flamengo, mas também por projetos de lei que tramitaram no Congresso”.

O ministro disse que a estatal não tem planos para mudar a maneira como estabelece os preços praticados.

“A política de preços da Petrobras foi estabelecida pela própria empresa. Porque, entre 2011 e 2014, a empresa teve um prejuízo de R$ 133 bilhões. Se todas as obras de refinaria no Brasil tivessem sido concluídas –a do Maranhão, a do Ceará, a de Pernambuco e o Comperj– hoje o Brasil seria exportador de 1 bilhão de metros cúbicos por dia de derivados de petróleo”, declarou.

Fonte: Poder360