Política

Zelensky diz que conversas com a Rússia soam mais realistas





O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que as conversas entre as delegações de Ucrânia e Rússia que negociam as exigências dos países para acabar com a guerra estão “mais realistas”, mas precisarão de “mais tempo” para que se chegue em um acordo. Deu a declaração em um vídeo divulgado na madrugada desta 4ª feira (16.mar.2022) —noite de 3ª feira (15.mar) em Brasília.

As reuniões continuam e, pelo que eu fui informado, as posições já soam mais realistas. Mas mais tempo será necessário para que as decisões estejam de acordo com os interesses da Ucrânia”, disse.

Na 3ª feira (15.mar), Mikhailo Podoliak, um dos negociadores ucranianos, classificou as negociações como “muito difíceis” em um post no Twitter . “Há algumas contradições básicas, mas certamente há espaço para acordo”, escreveu. A próxima rodada de negociações está marcada para esta 4ª.

Em conversa com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, também na 3ª feira (15.mar), Zelensky já havia reconhecido a dificuldade do país integrar a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). “Entendo que a Ucrânia não poderá se juntar à Otan. É uma verdade e deve ser reconhecida”, falou.

A não adesão do país à Otan e à UE (União Europeia) faz parte das principais exigências russas para encerrar a guerra. Além disso, o Kremlin pede rendição militar e reconhecimento de Crimeia, Donetsk e Lugansk como regiões independentes.

 

- Rússia e Ucrânia veem chance de acordo ao retomar negociações de paz

A Rússia e a Ucrânia destacaram, nesta quarta-feira (16), novas possibilidades de acordo, à medida que as negociações de paz são retomadas após três semanas da invasão russa que até agora não conseguiu derrubar o governo ucraniano.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse que as negociações estão se tornando "mais realistas", enquanto o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou que há "alguma esperança de compromisso", com status neutro para a Ucrânia - importante demanda russa - agora sobre a mesa.

O Kremlin afirmou que os lados estão discutindo um status para a Ucrânia semelhante ao da Áustria ou da Suécia, membros da União Europeia que estão fora da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Três semanas após a invasão, as tropas russas estão retidas nos portões de Kiev. Sofreram perdas pesadas e não conseguiram tomar nenhuma das maiores cidades da Ucrânia. Autoridades ocidentais dizem que Moscou pensou que venceria em poucos dias.

Autoridades ucranianas manifestaram esperança nesta semana de que a guerra possa terminar mais cedo do que o esperado - mesmo dentro de semanas -, e Moscou está mais aberta a conversas, em meio à falta de novas tropas para continuar lutando.

As negociações devem ser retomadas nesta quarta-feira (16) em vídeoconferência, o terceiro dia consecutivo de conversas, a primeira vez que duraram mais de um dia. Os dois lados acreditam que entraram em fase mais séria.

"As reuniões continuam e as posições durante as negociações parecem mais realistas. Mas ainda é necessário tempo para que as decisões sejam do interesse da Ucrânia", disse Zelenskiy em discurso por vídeo durante a noite.

Ontem, Zelenskiy havia sugerido possível rota para um acordo, indicando que a Ucrânia estaria disposta a aceitar garantias de segurança internacional que ficaram aquém de sua longa esperança de admissão total à Otan.

Manter a Ucrânia fora da Otan foi, por muito tempo, uma das principais demandas da Rússia, nos meses anteriores ao lançamento do que chama de "operação especial" para desarmar e "desnazificar" a Ucrânia.

"As negociações não são fáceis por razões óbvias", disse Lavrov à emissora RBC News. "Mas, no entanto, há alguma esperança de chegar a um compromisso."

"O status neutro agora está sendo seriamente discutido juntamente com garantias de segurança", afirmou Lavrov. "Agora, isso está sendo discutido nas negociações - existem formulações absolutamente específicas que, na minha opinião, estão próximas de um acordo."

Fonte: Poder360 - Agência Brasil