Cotidiano

Com queda do petróleo, Petrobras não precisa aumentar novamente preços dos combustíveis





A forte queda do petróleo no mercado internacional, superior a 7%, animou integrantes do governo, sobretudo técnicos da equipe econômica, pois diminui a pressão sobre a Petrobras e para que sejam adotados subsídios à gasolina. “Veio em ótima hora”, diz um assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes.

A explicação, segundo especialistas, é que, com o petróleo abaixo de US$ 100 — o barril está sendo negociado entre US$ 97 e US$ 98 desde a abertura dos mercados — e o dólar cotado na faixa de R$ 5,10, acabou a defasagem que existia entre os preços internos dos combustíveis e os praticados no mercado internacional. Não há necessidade, portanto, de a Petrobras reajustar ainda mais seus preços. Mas também não se vê espaço para corte de preços.

Pelos cálculos dos analistas, o mega-aumento da semana passada — a gasolina teve reajuste de 18,7%, o diesel, de 24,9%, e o gás de cozinha, de 16% — foi suficiente para bancar 60% da defasagem que existia nos preços dos combustíveis com o petróleo acima de US$ 110. Ou seja, se essa cotação se mantivesse, ainda haveria defasagem de 40%, agora, zerada.

Apesar de não verem mais necessidade de aumentos de preços por parte da Petrobras neste momento, especialistas e técnicos do governo dizem que é bom ficar atento, pois há muitas incertezas no horizonte. Ao mesmo tempo em que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia continua, a China confinou mais de 30 milhões de cidadãos por causa de um novo surto de covid — isso derruba o consumo de petróleo.

Técnicos da Economia torcem para que o barril do petróleo não volte a ser vendido acima de US$ 110, para reduzir a pressão política por subsídios à gasolina, medida considerada por eles ineficiente, por só favorecer as classes média e alta. “O momento é para se ter juízo”, acrescenta outro assessor de Guedes.

O próprio presidente Jair Bolsonaro apoia a adoção de subsídios, como a zerarem dos impostos federais sobre a gasolina, para acalmar os ânimos dos eleitores mais barulhentos. Se essa medida vier a ser adotada, a União perderá mais de R$ 27 bilhões até o fim de 2022.

Fonte: Correio Braziliense