Política

STF deveria ter se livrado de inquérito das fake news, diz Moro





O pré-candidato a presidente da República Sergio Moro (Podemos) disse que o STF já deveria “ter se livrado” de inquéritos abertos pela própria Corte, como o das fake news e o que investiga a organização de atos antidemocráticos.

“Esse inquérito [das fake news] tem uma série de críticas cabíveis em relação a ele. Na minha opinião o STF (Supremo Tribunal Federal) já deveria ter se livrado disso”, falou em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan News.

A investigação, que apura a disseminação de conteúdo falso na internet e ameaças a magistrados, foi aberta de ofício (iniciativa própria) pelo então presidente do STF, ministro Dias Toffoli, em março de 2019. A decisão unilateral gerou questionamentos, já que na maior parte das vezes o Judiciário só age quando provocado por alguém competente ou pela PGR (Procuradoria Geral da República). O plenário, entretanto, validou o inquérito.

Moro disse que o inquérito “teve sua relevância”, mas que teria sido melhor se fosse conduzido por outros órgãos, como o MP (Ministério Público).

“Está no regimento do STF, eles [ministros da Corte] entenderam que têm esse poder”, declarou. “Concordo que seria melhor que ali tivesse uma separação melhor das funções dentro desse processo”. Para Moro, isso evitaria as críticas feitas contra o inquérito.

O ex-juiz da Lava Jato criticou o ministro do STF Gilmar Mendes, e apontou o magistrado como um dos principais contrários à operação na Corte. Também disse que a decisão do ministro Edson Fachin em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi “errada”. Em março de 2021, Fachin anulou todas as decisões tomadas pela 13ª Vara de Curitiba, onde Moro atuou, nas ações penais contra o petista.

Ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL) por 1 ano e 4 meses, de janeiro de 2019 a abril de 2020, Moro disse que nunca quis ser político. “Fui juiz por 22 anos. Não tinha nenhuma perspectiva de ingressar na política”.

Fonte: Poder360