Cotidiano

Brasil não entrará em aventura, diz Bolsonaro sobre guerra





O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta 6ª feira (4.mar.2022) que busca, em 1º lugar, ter responsabilidade com o bem-estar dos brasileiros ao não “escolher lado” no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

“Hoje temos um problema a 10 mil quilômetros aqui. E a nossa responsabilidade em 1º lugar é com o bem-estar do nosso povo. A nossa postura tem mostrado para o mundo como temos agido neste episódio”, declarou em evento de assinatura dos contratos de concessão das rodovias Presidente-Dutra e Rio-Santos, em São José dos Campos (SP).

Segundo o chefe do Executivo, o Brasil não “mergulhará em uma aventura”. A declaração vem 1 dia depois de Bolsonaro afirmar que o Brasil “continua numa posição de equilíbrio” sobre a guerra na Europa. Segundo ele, essa é a “posição mais sensata” a ser adotada.

“Estamos conectados com o mundo todo, e o equilíbrio, a isenção e o respeito a todos se faz valer pelo chefe do Executivo. O Brasil não mergulhará numa aventura, o Brasil tem o seu caminho, respeita a liberdade de todos, faz tudo pela paz, mas, em 1º lugar, temos que dar exemplo para isso”, disse. 

Participaram do evento os ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). Também estavam presentes os deputados Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) e Frederico D’ávila (União Brasil-SP), a deputada Carla Zambelli (União Brasil-SP), os ex-ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Eduardo Pazuello (Saúde). Todos eles devem disputar cargos eletivos no pleito de outubro.

Tarcísio — que deve tentar o governo de São Paulo — e Salles — possível candidato à Câmara Federal pelo Estado — foram elogiados por Bolsonaro. Frederico d’Ávila também foi citado.

 “Hoje temos uma entrega do capitão Tarcísio, um homem mais do que competente, com compromisso com bem-estar de todos vocês. E temos alguns ex-ministros, como o nosso eterno Ricardo Salles, que no Ministério do Meio Ambiente soube muito bem se comportar no casamento com o Ministério da Agricultura”, disse Bolsonaro.

Concessão

Em outubro, o grupo CCR venceu o que foi considerado o maior leilão rodoviário da história do país. O grupo arrematou a Dutra, que já operava, e um trecho da Rio-Santos.

O governo diz que a concessão vai destinar R$ 14,8 bilhões em investimentos e R$ 10,8 bilhões em serviços operacionais aos usuários.

Entre as melhorias, destaca: 590 quilômetros de faixas adicionais; 128 passarelas; 144 quilômetros de vias marginais; 144 dispositivos e interseções novos e remodelados; 535 pontos de ônibus; 4 áreas de descanso para caminhoneiros; e 59 corredores para passagens de animais.

 

- Economia quer Brasil como “porto seguro” em meio à guerra

O Ministério da Economia afirma que, em meio à guerra na Ucrânia, o Brasil tem de mostrar que é um “porto seguro para os investimentos privados”, com a realização de diversas micro reformas que podem aumentar a produtividade do país e a segurança jurídica para o investimento.

Na análise da Secretaria de Política Econômica, o Brasil tem um carregamento estatístico de 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2022, com avanço do mercado de trabalho e a ampliação dos investimentos privados. O número representa uma alta frente ao resultado em 2021, que alcançou 4,6%. Analistas do mercado financeiro, porém, esperam queda neste ano.

A projeção oficial de crescimento para 2022 será revisada daqui duas semanas em um novo texto. Eis a íntegra do relatório, divulgado nesta 6ª feira (4.mar.2022).

Para 2022, o governo defende manter a agenda de reformas, no Congresso, fortalecendo o mercado de capitais e de crédito. Citou a necessidade de aprovar a privatização da Eletrobras, travada no Tribunal de Contas da União.

O relatório cita ser “imprescindível” aprovar o PL do Novo Marco de Garantias, a MP de modernização de Registros Públicos, e o PL de debêntures incentivadas. A lista inclui a privatização dos Correios.

“Entretanto, deve-se monitorar a evolução do cenário internacional em virtude do conflito no Leste Europeu”, diz a nota. Para a secretaria, o Brasil pode ser um “porto seguro para investimentos privados”.

Fonte: Poder360