Silvonei José - Vatican News
"Peço a todas as partes envolvidas para que se abstenham de qualquer ação que possa causar ainda mais sofrimento às populações, desestabilizando a convivência entre as nações e desacreditando o direito internacional". Dessa maneira o Papa Francisco no final da Audiência Geral, falou sobre a situação na Ucrânia, apelando "aos que têm responsabilidade política para fazer um sério exame de consciência diante de Deus, que é o Deus da paz e não da guerra" e que "quer que sejamos irmãos e não inimigos". "Mais uma vez, a paz de todos está ameaçada por interesses de parte".
Tenho uma grande tristeza em meu coração com o agravamento da situação na Ucrânia. Apesar dos esforços diplomáticos das últimas semanas, cenários cada vez mais alarmantes estão se abrindo. Como eu, muitas pessoas ao redor do mundo estão experimentando angústia e preocupação. Mais uma vez, a paz de todos está ameaçada por interesses de parte. Gostaria de apelar aos responsáveis políticos para que façam um sério exame de consciência diante de Deus, que é o Deus da paz e não da guerra, o Pai de todos, não apenas de alguns, que quer que sejamos irmãos e não inimigos. Peço a todas as partes envolvidas que se abstenham de qualquer ação que possa causar ainda mais sofrimento às populações, desestabilizando a convivência entre as nações e desacreditando o direito internacional.
E o Papa Francisco fez um apelo a todos, crentes e não crentes:
Jesus nos ensinou que à insistência diabólica, à diabólica insensatez da violência se responde com as armas de Deus: com a oração e o jejum. Convido a todos a fazerem no próximo 2 de março, Quarta-feira de Cinzas, um dia de jejum pela paz. Encorajo, de modo especial os crentes a se dedicarem intensamente à oração e ao jejum naquele dia. Que a Rainha da Paz preserve o mundo da loucura da guerra.
- Papa: levar no coração os ucranianos que sofrem
Jackson Erpen - Cidade do Vaticano
Um profundo agradecimento aos poloneses pela acolhida aos ucranianos que fogem da guerra. Na Audiência Geral, assim o Papa Francisco dirigiu-se ao saudar os poloneses presentes na Sala Paulo VI:
Vocês, por primeiro, apoiaram a Ucrânia abrindo suas fronteiras, seus corações e as portas de suas casas para os ucranianos que fogem da guerra. Vocês estão oferecendo generosamente a eles todo o necessário para que possam viver com dignidade, não obstante a dramaticidade do momento. Sou profundamente grato a vocês e os abençoo de coração!
Saindo do texto escrito, o Papa contou que o franciscano que faz as leituras em polonês na Audiência é ucraniano e que neste momento “seus pais estão em um refúgio no subsolo para se proteger das bombas, em um local próximo a Kiev”, e ele “continua cumprindo seu dever aqui, conosco”:
Acompanhando-o, acompanhamos todas as pessoas que estão sofrendo com os bombardeios, seus pais idosos e tantos idosos que estão no subsolo para se proteger. Levemos no coração a recordação deste povo.
E dirigindo-se ao franciscano disse um “obrigado por continuar trabalhando”.
De fato, desde o início da invasão russa, mais de 450.000 refugiados ucranianos entraram na Polônia, informou a Guarda de Fronteira polonesa nas redes sociais. Somente na terça-feira, 1 de março, 98.000 pessoas entraram na Polônia. Segundo as Nações Unidas, cerca de 600.000 pessoas deixaram a Ucrânia devido à invasão russa.
O bispo de Gniezno, Dom Wojciech Polak, ofereceu hospitalidade a refugiados da Ucrânia na tradicional residência dos primazes da Polônia.
Falando do empenho da Caritas de sua diocese na assistência aos refugiados, primaz da Igreja na Polônia afirmou estar pronto, se necessário, “para recebê-los também sob o teto da minha casa".
A Igreja na Polônia está profundamente envolvida nestes dias tanto na ajuda aos refugiados como na ajuda às paróquias na Ucrânia. Um grupo de 50 refugiados já foi alojado na Casa dos peregrinos, no Santuário de Nossa Senhora negra de Czestochowa, enquanto a Diocese de Opole preparou 1.200 lugares nas estruturas eclesiais e na casa dos fiéis.
Em algumas dioceses, como a de Varsóvia, os comitês de coordenação funcionam para responder melhor às necessidades dos imigrantes e para organizar o transporte de mercadorias necessárias para a Ucrânia.
“Não vamos esquecer a ajuda que recebemos do Ocidente na década de 1980, quando havia na Polônia um estado de guerra. Agora chegou a hora em que nós podemos ajudar os outros", disse o Pe. Tadeusz Sowa da Caritas Varsóvia.
Fonte: Vatican News