Um dos primeiros compromissos do presidente russo Vladimir Putin após a invasão da Ucrânia foi um encontro com empresários do país. No evento, Putin disse que a Rússia continua sendo parte da economia mundial e que, portanto, não pretende "prejudicar o sistema de administração internacional do qual a Rússia faz parte".
O mandatário russo disse estar preparado para as sanções que lhes serão impostas mas que os empresários devem entender que, por considerações geopolíicas, haverá restrições.
"Nesse sentido, gostaria de apelar a vocês para que entendam o que está acontecendo e possam trabalhar de forma solidária com o governo para buscar ferramentas para manter a produtividade e os empregos, considerando a situação atual".
Putin afirmou ainda que o governo russo vê como objetivo principal garantir mais liberdade e estabilidade para o empresariado.
"A única resposta que posso dar é tornar mais livre a atividade empresarial. Obviamente dentro de um certo limite, como disseram meus colegas, para termos uma certa previsibilidade, tanto do ponto de vista do governo quanto do ponto de vista do setor privado".
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- Uefa condena a invasão russa na Ucrânia e fará reunião extraordinária
A União das Associações Europeias de Futebol (Uefa) condenou a invasão militar russa na Ucrânia e o presidente da entidade, Aleksander Ceferin, convocou uma reunião extraordinária para às 6h (horário de Brasília) nesta sexta-feira (25).
A expectativa é que a Uefa se posicione a respeito da realização da final da Liga dos Campeões, inicialmente programada para ocorrer no estádio do Zenit, na cidade de São Petesburgo (Rússia), no dia 8 de maio.
“Como organismo dirigente do futebol europeu, a UEFA trabalha incansavelmente para desenvolver e promover o futebol de acordo com valores europeus comuns, como a paz e o respeito pelos direitos humanos, no espírito da Carta Olímpica. Continuamos resolutos na nossa solidariedade com a comunidade do futebol na Ucrânia e estamos prontos para estender a nossa mão ao povo ucraniano, disse a Uefa em nota oficial. “Estamos lidando com esta situação com a máxima seriedade e urgência. As decisões serão tomadas pelo Comitê Executivo da Uefa e anunciadas amanhã", completou.
De acordo com a agência de notícias Reuters, um grupo de parlamentares europeus solicitou por escrito à Uefa, nesta quinta (24), não só a mudança do local da final da Liga dos Campeões, como também pediu que a entidade deixasse de considerar cidades russas para competições internacionais de futebol.
- Com Rússia no circuito mundial, F1 acompanha acontecimentos na Ucrânia
Autoridades da Fórmula 1 estão "acompanhando de perto" os acontecimentos na Ucrânia após a invasão russa nesta quinta-feira (24), mas não comentaram se o GP da Rússia seguirá em frente como planejado em setembro.
A Rússia realiza o GP desde 2014, com o evento deste ano marcado para 25 de setembro.
"A Fórmula 1 está acompanhando de perto os desenvolvimentos muito fluidos como muitos outros e neste momento não tem mais comentários sobre a corrida agendada para setembro", disse um porta-voz da categoria, cujos direitos comerciais foram adquiridos pela Liberty Media, com sede nos Estados Unidos, em 2017. "Continuaremos monitorando a situação muito de perto."
A corrida russa deste ano está programada para ser a última ao redor do parque olímpico de Sochi, com o evento se transferindo para uma pista perto de São Petersburgo a partir de 2023.
A Rússia lançou uma invasão total da Ucrânia por terra, ar e mar nesta quinta-feira (24), o maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
- Rússia promete reprimir manifestações contra a guerra à Ucrânia
As autoridades russas anunciaram hoje (22) que reprimirão qualquer manifestação "não autorizada" que se realize na Rússia contra a guerra na Ucrânia, onde Moscou lançou uma ofensiva militar de grande envergadura, nesta madrugada .
O Ministério do Interior, o Ministério Público e o Comitê de Investigação russos advertiram os cidadãos russos contra qualquer ação de protesto.
O Comitê de Investigação destacou que os participantes em concentrações sobre "a situação tensa em matéria de política externa" ou em distúrbios enfrentarão processos judiciais.
"Recordamos que os apelos para participar e a participação direta em tais ações não-autorizadas trarão graves consequências judiciais", alertou.
Por sua vez, o ministério público indicou ter feito "advertências" às pessoas que incitam à participação em manifestações de protesto contra a guerra na Ucrânia.
O Ministério do Interior avisou que as concentrações serão "ilegais" e que a polícia "tomará todas as medias necessárias para garantir a ordem pública".
Algumas contas nas redes sociais emitiram apelos aos cidadãos russos para se concentrarem hoje à noite em Moscou e em São Petersburgo para protestar contra a guerra.
A oposição russa foi, contudo, dizimada nos últimos dois anos e os seus líderes foram presos ou obrigados a exilar-se.
O principal opositor ao Kremlin, Alexei Navalny, está atualmente na prisão, no âmbito de um processo que ele considera político e enfrenta novas acusações num julgamento iniciado há vários dias e no qual incorre numa pena de prisão de mais dez anos.
Navalny declarou-se hoje contra a guerra russa na Ucrânia.
Conflito
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar com três frentes sobre a Ucrânia, com forças terrestres e bombardeio de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Luhansk", no Leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira (21), e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado por toda a comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico-Norte (Otan), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
Fonte: Agência Brasil