Política

Presidente da Ucrânia convoca cidadãos para se juntar ao exército





Volodymyr Zelensky disse que todo cidadão poderá usar armas para defender o país e pediu doação de sangue para os feridos

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu a todos os cidadãos do país que se apresentem ao exército depois da invasão russa ao país. Durante pronunciamento à nação, na manhã desta quinta-feira (24/2), o líder da Ucrânia prometeu fornecer armas a todos que quiserem e pediu doações de sangue para os militares feridos.

"Nossos militares precisam do seu apoio. Temos um exército de pessoas poderosas. A solidariedade nacional é o maior apoio, mas não o único. Termos armas defensivas para defender a nossa soberania. Cada cidadão da Ucrânia deve decidir o destino do nosso povo. Qualquer pessoa com treinamento militar deve se reportar as estações. Tivemos feridos entre os militares e precisamos de doadores de sangue", afirmou o presidente. 

Zelensky ainda informou que cortou as relações diplomáticas com a Rússia e que todos os cidadãos podem usar armas para defender o território. “Nós cortamos relações diplomáticas com a Rússia. A Ucrânia esta se defendendo e não deve perder sua liberdade. O direito de defender nossas vidas é nosso maior valor”, disse. 

O presidente também pediu que os ucranianos mantenham a calma. "Não entrem em pânico, estamos prontos para tudo, vamos vencer", disse. 

Na madrugada desta quinta-feira (24/2), a Rússia iniciou uma invasão a Ucrânia. Pelo menos 50 soldados russos teriam morrido. “Cidadãos russos, vocês, hoje, vão escolher o caminho que vão seguir; todos que estão na Rússia e têm consciência, vão protestar, se manifestar contra a guerra com a Ucrânia”, disse o presidente. 

 

- Presidente ucraniano compara a Rússia com a "Alemanha nazista"

Uma charge foi publicada nas redes sociais do país comparando Putin ao ditador nazista Adolf Hitler

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, comparou, nesta quinta-feira (24/2), a invasão da Rússia a seu país com as ações da "Alemanha nazista" durante a Segunda Guerra Mundial.

"A Rússia atacou a Ucrânia de uma forma covarde e suicida, como Alemanha nazista fez durante a Segunda Guerra Mundial", declarou o presidente ucraniano durante um discurso transmitido no Facebook.

Ele também pediu aos cidadãos russos que "saiam" às ruas para "protestar contra a guerra".

Pelas redes sociais, a página oficial da Ucrânia publicou uma charge que compara Vladimir Putin ao ditador nazista Adolf Hitler. Na charge, Hitler aparece fazendo carinho em um Putin criança. “Isso não é um meme, mas a nossa realidade neste momento”, acrescentou o perfil. 

De acordo com a Ucrânia, pelo menos 40 soldados e uma dúzia de civis foram mortos nesta quinta-feira (24) nas primeiras horas da invasão russa da Ucrânia. 

"Sei que mais de 40 soldados ucranianos foram mortos e várias dezenas estão feridos e fala-se de uma dúzia de civis mortos" em todo o país, declarou Oleksiy Arestovych, assessor do presidente ucraniano. 

Essas perdas foram causadas por ataques aéreos e de mísseis na manhã desta quinta, explicou.

 

- Jogadores brasileiros pedem ajuda para deixar Kiev

Jogadores de futebol do Brasil e suas famílias, que estão na Ucrânia, pediram ajuda pelas redes sociais para conseguir sair do país.

Em vídeo, o grupo de cerca de 20 pessoas, entre jogadores, suas esposas e filhos, diz que quer ter informações e conseguir deixar a Ucrânia.

Um dos jogadores afirma que eles - a maioria do clube Shakhtar Donetsk - deixaram suas casas e foram para um hotel, mas que está havendo falta de combustíveis e, com o espaço aéreo e as fronteiras fechadas, não estão conseguindo sair

"Aqui estamos todos reunidos com as nossas famílias, hospedados em um hotel", disse. "Espero que a embaixada possa nos ajudar."

A esposa de um deles disse que todos saíram de casa apenas com algumas peças de roupa e estão sem informações, a não ser o que é passado pelos parentes no Brasil.

"Nos sentimos realmente abandonados, porque não sabemos o que fazer. Não sabemos como resolver essa situação".

Brasileiro naturalizado ucraniano, Junior Moraes, que joga no Shakhtar Donetsk e também pela seleção ucraniana, também postou pedido de ajuda nas redes sociais.

"Amigos e familiares, a situação é grave e estamos presos em Kiev, esperando uma solução para sair. Estamos dentro de um hotel. Orem por nós", escreveu.

Forças russas invadiram a Ucrânia por vários pontos da fronteira na madrugada desta quinta-feira, depois de o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar que havia autorizado a operação militar.

A tensão vinha crescendo há semanas na região, com os países ocidentais alertando para risco iminente de invasão, enquanto Putin negava. 

Durante a madrugada foram ouvidas explosões, inclusive em Kiev, enquanto a população tenta sair da capital ucraniana.

 

- COI condena "violação da trégua olímpica" após Rússia invadir Ucrânia

O Comitê Olímpico Internacional (COI) condenou a Rússia por invadir a Ucrânia nesta quinta-feira (24, dizendo que o governo russo violou a Trégua Olímpica em vigor, que visa aproveitar o poder do esporte para promover a paz e o diálogo.

A Rússia lançou uma invasão total da Ucrânia por terra, ar e mar nesta quinta-feira, o maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

A Trégua Olímpica, que começou sete dias antes do início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 4 de fevereiro, termina sete dias após o encerramento dos Jogos Paralímpicos de Inverno de 4 a 13 de março.

"O Comitê Olímpico Internacional condena veementemente a violação da Trégua Olímpica pelo governo russo", afirmou em comunicado. "A respectiva resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) foi adotada pela Assembleia-Geral da ONU em 2 de dezembro de 2021 por consenso de todos os 193 Estados-membros da ONU."

A resolução pede aos Estados membros que cooperem com o COI e o Comitê Paralímpico Internacional "para usar o esporte como uma ferramenta para promover a paz, o diálogo e a reconciliação".

O COI disse que seu presidente, Thomas Bach, reiterou seu pedido de paz. Bach pediu às nações que "deem uma chance à paz" na cerimônia de abertura da Olimpíada de Inverno no início deste mês.

 

- Alemanha e Itália apoiam endurecimento de sanções contra Rússia

 

Informação é da chanceler alemã Annalena Baerbock

 

A ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, disse hoje (24) que Berlim e os aliados da Alemanha vão aplicar "sanções mais severas" contra a Rússia. Itália, Macedônia do Norte e República Tcheca condenaram também a operação militar contra a Ucrânia.

 

"Vamos coordenar posições no âmbito da União Europeia (UE), da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e do G7 e vamos lançar um pacote completo de sanções mais severas", disse Annalena, acrescentando que as medidas podem ter "efeitos" na economia alemã

 

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, qualificou o ataque russo contra a Ucrânia de "injustificado e injustificável", destacando que a UE e a Otan vão trabalhar em uma resposta imediata. 

 

"A Itália está ao lado do povo e das instituições ucranianos neste momento dramático. Nós estamos trabalhando com os aliados europeus e a Otan para responder imediatamente, com unidade e determinação", disse Draghi em comunicado. 

 

Roma convocou hoje de manhã o Conselho de Defesa para avaliar a situação. Por outro lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros comunicou que Roma "condena firmemente a grave agressão", contra a Ucrânia.

 

Na Macedônia do Norte, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Bujar Osmani, condenou também os ataques russos contra a Ucrânia, acrescentando que "Skopje está com Kiev neste começo de guerra". 

 

A Macedônia do Norte é membro da Otan e nas últimas semanas mobilizou soldados para os países bálticos.

 

No mesmo sentido, o primeiro-ministro da República Tcheca, o conservador Petr Fiala, considerou o ataque militar lançado pela Rússia contra a Ucrânia "ato absolutamente injustificável", que tem de desencadear reações da UE Europeia e da Otan. "Infelizmente aconteceu o pior", disse Fialia no Twitter. Ele convocou reunião do Conselho de Segurança do país.

 

Fonte: Correio Braziliense - Agência Brasil