Política

Bolsonaro diz que duas ou 3 pessoas tolhem liberdade





O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar nesta 4ª feira (23.fev.2022), durante evento de lançamento da Carteira de Identidade Nacional, a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL), classificando-a como “inadmissível”. Sem mencionar nomes, o chefe do Executivo afirmou também que “duas ou 3”pessoas buscam tolher a liberdade no Brasil.

“Geralmente quem busca tolher liberdade e impor regime de forca é o chefe do Executivo e aqui é exatamente ao contrário. Agências de checagens, arbitrariedades, visando que duas ou 3 pessoas passam a valer que todos nós juntos, mais que outros órgãos do judiciário. Vamos ceder para 2 ou 3? E relativizar a nossa liberdade. Nós não vamos perder essa guerra, alma da democracia está no voto”, disse.

Em janeiro, Bolsonaro acusou os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso de caçarem as “liberdades democráticas”. Na semana passada, o presidente também incluiu o ministro Edson Fachin na sua lista de críticas ao Supremo. Disse que estava sendo perseguido pelos 3 magistrados e que eles “não contribuem com o Brasil em nada”.

Sobre a prisão de Silveira, o chefe do Executivo disse: “De nada vale a nossa vida se não tivermos liberdade de ir e vir, de opinar de questionar, duvidar, criticar. Inadmissível o cidadão ser ameaçado, ser preso, um deputado federal preso, com tornozeleira eletrônica”. O deputado foi preso em 2021 depois de atacar ministros do STF.

Pandemia

O presidente criticou em seu discurso os governadores e prefeitos que adotaram o lockdown durante a pandemia. Disse também ser “inadmissível”falar em passaporte vacinal. Bolsonaro sempre foi contra a adoção do documento que impede a entrada de pessoas não vacinadas contra covid-19 em estabelecimentos não essenciais.

“Quase todos governadores [falavam] fica em casa a economia agente vê depois, se não é o auxílio emergencial e a participação da caixa não teríamos como atender 38 milhões. Hoje estudos já demonstram mais uma vez que eu estava com a razão, lockdown não salvou vidas”, afirmou.

Carteira de Identidade

O evento realizado nesta 4ª feira (23.jan.2022) lançou a nova Carteira de Identidade Nacional, que trará uma identificação única para todo o território brasileiro por meio do CPF. A proposta foi enviada ao Congresso em 2015 pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas o projeto só foi aprovado 2 anos depois.

A nova cédula de identidade entrará em vigor em março. Os órgãos responsáveis pela confecção do documento tem até 1 ano para se adequarem às novas regras.

No evento, Bolsonaro usou uma gravata estampada com armas de fogo. Veja fotos da cerimônia:

 

Confira outras notícias 

- Férias de Bolsonaro em SC custaram R$ 900 mil aos cofres públicos - Congresso em Foco

As férias de fim de ano do presidente Jair Bolsonaro em Santa Catarina custaram quase R$ 900 mil aos cofres públicos, de acordo com informações prestadas pela Secretaria-Geral da Presidência ao jornal O Globo, mediante solicitação feita com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). Durante os sete dias em que permaneceu em São Francisco do Sul, Bolsonaro andou de jet ski várias vezes, deu “cavalo de pau” em um parque de diversões.

Nesse período, o governo federal gastou pelo menos R$ 899.374,60 com as despesas do presidente e de sua comitiva. A Secretaria-Geral não detalhou os gastos e informou que o “valor está sujeito à alteração, caso ocorram atualizações”. Bolsonaro foi criticado, na ocasião, por manter o passeio enquanto fortes chuvas atingiam a Bahia, deixando 25 mortos.
O presidente chegou a São Francisco do Sul, no litoral catarinense, no dia 27 de dezembro. Pretendia voltar a Brasília no dia 4 de janeiro, mas foi para São Paulo na madrugada de 3 de janeiro com dores causadas por uma obstrução intestinal.

 

Ao receber alta do hospital, no dia 5, Bolsonaro afirmou que era “maldoso” dizer que ele estava de férias. “(Sou) um presidente que não tem férias. É maldoso quem fala que estou de férias. Eu dou minhas fugidas de jet ski, dou uns cavalos de pau com carro no Beto Carrero.” No dia seguinte, no entanto, ele mesmo admitiu que estava de férias. “Me programei para nove dias de férias, na verdade foram meia dúzia. Nove foram no hospital”, declarou o presidente, em entrevista à entrevista à Rádio Nova.

Entre 18 de dezembro de 2020 e 5 de janeiro de 2021, as férias de Bolsonaro custaram R$ 2,4 milhões aos cofres públicos. Destes, quase R$ 1,2 milhões foram gastos com o cartão corporativo do governo federal, R$ 1,05 milhão bancaram combustível e manutenção de aeronaves, e R$ 202 mil diárias da equipe de segurança presidencial. O presidente foi até Guarujá (SP) e São Francisco do Sul. Os números foram apresentados pela Presidência da República à Câmara dos Deputados, atendendo a dois pedidos de informações do deputado Elias Vaz (PSB-GO).

Como mostrou o jornal O Globo em janeiro, Bolsonaro gastou até o fim do ano passado R$ 29,6 milhões com cartões corporativos. O montante desembolsado é 18,8% maior do que os R$ 24,9 milhões consumidos ao longo dos quatro anos do mandato presidencial anterior, dividido por Dilma Rousseff (2015-2016) e Michel Temer (2016-2018).

 

- Moraes pede que PGR apure ida de Carlos Bolsonaro à Rússia

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), encaminhou à Procuradoria Geral da República um pedido de investigação sobre a presença do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do assessor Tércio Arnaud na comitiva presidencial que foi à Rússia na semana passada.

A posição é praxe dentro do STF, que tende a encaminhar pedidos de investigação apresentados na Corte à Procuradoria, a quem cabe avaliar se há elementos que justifiquem uma apuração.

Em despacho, Moraes deu prazo de 5 dias para Aras se manifestar.

O pedido de investigação foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) dentro do inquérito sobre milícias digitais antidemocráticas.

Segundo o congressista, é preciso apurar a “agenda” da visita oficial de Bolsonaro à Rússia acompanhado de Carlos e Tércio.

Tércio Arnaud foi apontado por congressistas como participante do chamado“gabinete do ódio”, termo utilizado para definir um grupo de servidores do Planalto que atuariam em ataques contra adversários nas redes sociais.

“Os planos do presidente Jair Bolsonaro parecem cada vez mais claros, não sendo demais inquirir os reais interesses dessa agenda. Assim, fica o questionamento óbvio: qual a verdadeira razão para uma viagem à Rússia em momento internacional tão delicado, com uma comitiva sui generis, com ausência de ministros e a presença de numerosos integrantes de seu gabinete do ódio e no início de ano eleitoral”, disse Rodrigues.

O senador mencionou ainda que ministros como Paulo Guedes (Economia) e Tereza Cristina (Agricultura) ficaram de fora da viagem, sendo “preteridos” por Carlos Bolsonaro e Tércio Arnaud.

Bolsonaro esteve em Moscou entre os dias 14 e 16 de fevereiro a convite do presidente russo Vladimir Putin. Durante a viagem, o presidente defendeu a presença de Carlos em sua comitiva. Disse que o filho “se comporta melhor”que os ajudantes de ordem da Presidência da República.

“Ele aqui, para mim, com todo respeito, se comporta melhor que os meus ajudantes de ordem. Dorme no meu quarto. Aqui temos 5 quartos de cortesia do governo russo. Não tenho qualquer despesa. E ele é uma pessoa que também trabalhou comigo muito na última noite”, disse em entrevista à Jovem Pan.

Fonte: Poder360 - Congresso em Foco