Cultura

Papa: como é triste quando povos cristãos pensam em fazer guerra entre si





“Como é triste quando pessoas e povos orgulhosos de serem cristãos veem os outros como inimigos e pensam em fazer guerra entre si! Rezar pelos nossos inimigos é o primeiro passo para transformar o mal em bem". Palavras do Papa Francisco no Angelus deste domingo, 20 de fevereiro

Jane Nogara - Vatican News

No Angelus deste domingo (20/02) o Papa Francisco nos ensina algumas “indicações fundamentais para a vida”. Francisco falou sobre “as situações difíceis”, que são um teste para nós, ou seja, quando nos deparamos com aqueles que são inimigos e hostis para nós. Como agir? O exemplo vem diretamente de Jesus, quando diz "Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam". E ainda mais concretamente: "A quem te ferir numa face, oferece a outra”. Para nós parece que o Senhor pede o impossível. “Mas será isso mesmo? Será que o Senhor realmente nos pede coisas impossíveis e injustas?”, pergunta-nos Francisco.

Dar a outra face

Depois de recordar que Jesus, ao receber uma bofetada do guarda durante sua paixão ele simplesmente argumenta: "'Se falei mal, testemunha sobre o mal. Mas, se falei bem, por que me bates?' Pede explicação pelo mal recebido”. E o Papa explica: “Dar a outra face não significa sofrer em silêncio, ceder à injustiça. Jesus com sua pergunta denuncia o que é injusto”, “a mansidão de Jesus é uma resposta mais forte do que a bofetada que recebeu”. “Isso é dar a outra face” e pondera:

“Dar a outra face não é o recuo do perdedor, mas a ação de quem tem maior força interior, que vence o mal com o bem, que abre uma brecha no coração do inimigo, desmascarando o absurdo de seu ódio”

Amar os inimigos

Em seguida o Papa reflete sobre outro ponto: “É possível que uma pessoa venha a amar seus inimigos? Se dependesse apenas de nós, seria impossível. Mas lembremos que quando o Senhor pede alguma coisa, Ele quer dá-la”.  Então Francisco nos ilumina afirmando: “O que devemos pedir-Lhe? O que Deus tem o prazer de nos dar? A força de amar, que não é uma coisa, mas é o Espírito Santo. Com o Espírito de Jesus, podemos responder ao mal com o bem, podemos amar aqueles que nos ferem. Isso é o que fazem os cristãos".

“Como é triste quando pessoas e povos orgulhosos de serem cristãos veem os outros como inimigos e pensam em fazer guerra entre eles!”

Então o Papa conclui fazendo-nos refletir “na nossa vida, aplicamos os convites de Jesus?” E sugere:

“Pensemos em uma pessoa que nos fez mal. Talvez haja um ressentimento dentro de nós. Então, coloquemos este ressentimento ao lado da imagem de Jesus, manso, durante o seu julgamento. E depois peçamos ao Espírito Santo que aja em nossos corações”.

E recomenda, "oremos pelos nossos inimigos". “Rezar por aqueles que nos trataram mal é o primeiro passo para transformar o mal em bem. Que a Virgem Maria nos ajude a sermos pacificadores para todos, especialmente para com aqueles que nos são hostis e não gostam de nós”.

 

- No Angelus Papa renova sua proximidade a Petrópolis

Proximidade com a população de Petrópolis e o Dia dos Profissionais da Saúde, foram as saudações do Papa neste domingo (20) depois da oração do Angelus na Praça São Pedro

Neste domingo (20/02) depois da oração do Angelus o Papa Francisco manifestou mais uma vez sua proximidade às populações atingidas pelas calamidades naturais: do Brasil em Petrópolis e de Madagascar. Estas foram suas palavras:

“Exprimo minha proximidade às populações atingidas por desastres naturais nos últimos dias. Estou pensando especialmente no sudeste de Madagascar, flagelado por uma série de ciclones, e na área de Petrópolis no Brasil, devastada por enchentes e deslizamentos de terra. Que o Senhor receba os mortos em sua paz, conforte suas famílias e apoie aqueles que os estão ajudando”

E seguida o Santo Padre recordou que hoje se comemora o Dia dos Profissionais da Saúde, o Papa agradeceu a todos recordando que seu heroísmo permanece todos os dias, não apenas no período da Covid.

“Hoje é o Dia Nacional dos Profissionais da Saúde e devemos lembrar de tantos médicos, enfermeiros e enfermeiras, voluntários, que ficam ao lado dos doentes, os tratam, os fazem sentir-se melhor, os ajudam. "Ninguém se salva sozinho", foi o título do programa "A Sua Imagem". Ninguém se salva sozinho. E na doença, precisamos de alguém que nos salve e nos ajude. Um médico estava me dizendo esta manhã que na época da Covid uma pessoa estava morrendo e disse-lhe: "Pegue na minha mão, estou morrendo e preciso de sua mão". Os heroicos profissionais da  saúde mostraram este heroísmo no tempo da Covid, mas o heroísmo permanece todos os dias. Aos nossos médicos, enfermeiras, enfermeiros, voluntários um aplauso e um grande obrigado!”

 
Fonte: Vatican News