Política

EUA criticam postura de Bolsonaro em visita a Putin





O Departamento de Estado dos EUA criticou a visita do governo brasileiro à Rússia em meio ao aumento de tensões com a Ucrânia. A nota diz que Bolsonaro se solidarizou com o presidente Putin em um momento que “não poderia ter sido pior”. A informação é do G1.

“O momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia, enquanto as forças russas estão se preparando para potencialmente lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ter sido pior”, disse o órgão.

“Isso mina a diplomacia internacional destinada a evitar um desastre estratégico e humanitário, bem como os próprios apelos do Brasil por uma solução pacífica para a crise.”

O departamento diz ainda que o Brasil “parece ignorar a agressão armada por uma grande potência contra um vizinho menor”, e que vê uma “postura inconsistente com sua ênfase histórica na paz e na diplomacia”.

No encontro, realizado na 4ª feira (16.fev.2022), Bolsonaro disse ao lado de Putin: “Estou muito feliz e honrado pelo seu convite. Somos solidários à Rússia. [Temos] muito a colaborar em várias áreas: defesa, petróleo e gás, agricultura”. 

Leia a íntegra da nota enviada pelo Departamento de Estado dos EUA:

“Vemos uma narrativa falsa de que nosso engajamento com o Brasil em relação à Rússia envolve pedir ao Brasil que escolha entre os EUA e a Rússia. Esse não é o caso. Esta é uma questão do Brasil, como um país importante, que parece ignorar a agressão armada por uma grande potência contra um vizinho menor, uma postura inconsistente com a ênfase histórica do Brasil na paz e na diplomacia.
O momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia, no momento em que as forças russas se preparam para lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ter sido pior. Isso mina a diplomacia internacional destinada a evitar um desastre estratégico e humanitário, bem como os próprios apelos do Brasil por uma solução pacífica para a crise.”

“RECUO FALSO”

Um funcionário do governo do presidente dos EUA, Joe Biden, disse na 4ª feira que as informações sobre um recuo das tropas da Rússia na fronteira com a Ucrânia são “falsas”.

Segundo o oficial, Moscou mobilizou até 7.000 militares a mais na região nos últimos dias, contradizendo as alegações do Kremlin sobre o encerramento de parte dos exercícios militares na fronteira.

O funcionário, que relatou a posição do governo em condição de anonimato, sugeriu que a Rússia manteve-se aberta ao diálogo em público enquanto “se mobilizava para a guerra” privadamente.

“Devemos esperar mais relatos falsos da mídia estatal russa nos próximos dias”, indicou.

Fonte: Poder360