Política

Biden diz que invasão russa na Ucrânia permanece possível





Em pronunciamento transmitido pela TV nesta 3ª feira (15.fev.2022), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que uma invasão da Rússia sobre a Ucrânia “permanece possível” depois do anúncio da retirada de parte das tropas da região pelo Kremlin.

Biden disse que a Casa Branca não verificou as alegações de recuo das unidades militares russas e Moscou continua em posição “muito ameaçadora” na fronteira ucraniana. Segundo o presidente, mais de “150.000 soldados” russos permanecem mobilizados na região. 

Prometendo dar “todas as chances à diplomacia” para evitar uma invasão russa, Biden frisou não ter intenções de enviar soldados do país para a região. Porém, ressaltou a defesa de “cada centímetro” dos países-membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). 

A aliança militar está no centro do conflito na Ucrânia, com o país do Leste Europeu em busca do ingresso na Otan e a Rússia insistindo no veto à filiação. Moscou considera Kiev parte da sua esfera de influência regional e afirma que a entrada cruzaria uma “linha vermelha” na relação com o Ocidente.

O presidente norte-americano também disse não acreditar que a população russa apoie uma guerra “sangrenta e destrutiva” na Ucrânia. “Aos cidadãos da Rússia: vocês não são nossos inimigos”, declarou.

Se a Rússia atacar a Ucrânia”, disse Biden, o país receberá “esmagadora condenação internacional”. “O mundo não esquecerá que a Rússia escolheu morte e destruição desnecessárias“, reiterou. 

“Os Estados Unidos e a Otan não são uma ameaça para a Rússia“, disse Biden. “A Ucrânia não é uma ameaça para a Rússia. Nem os EUA nem a Otan têm mísseis na Ucrânia“, afirmou.

O presidente também sinalizou a intenção de chegar um acordo escrito com a Rússia, desde que não envolvesse “sacrificar princípios básicos” da autonomia territorial de países e fronteiras.

Biden também teria pedido “cautela” com informações sobre a retirada de tropas russas em conversa por telefone mais cedo com o presidente da França, Emmanuel Macron. 

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse nesta 3ª feira que os membros da aliança não encontraram “nenhum sinal de desescalada” militar pela Rússia. Porém, reconheceu indícios do compromisso russo em continuar os diálogos por via diplomática. “Isso dá motivos para um otimismo cauteloso”, afirmou Stoltenberg.

O presidente russo Vladimir Putin disse estar preparado para conversar com os EUA e a Otan, mas que não recebeu “resposta construtiva” para as demandas apresentadas ao Ocidente. 

O Kremlin cobra o compromisso de não-ingresso da Ucrânia na Otan, a suspensão do envio de equipamentos militares a Kiev e a remoção de tropas da aliança militar de postos da Europa Oriental. A declaração aconteceu após encontro nesta 3ª com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, em Moscou. 

Scholz disse ser um “bom sinal” o recuo militar russo, mas reiterou que a violação de fronteiras do continente europeu era “algo inegociável”.

Fonte: Poder360