O ministro Edson Fachin, próximo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta 3ª feira (15.fev.2022) que ações contra a Justiça Eleitoral abrem uma porta para a “ruína da democracia”. Sem citar nomes, o ministro afirmou que há uma “guerra declarada” contra a segurança cibernética do sistema eleitoral.
“Há riscos de ataques de diversas formas e origens. Tem sido dito e publicado, por exemplo, que a Rússia é um exemplo dessas procedências. O alerta quanto a isso é máximo e vem crescendo”, disse Fachin.
Apesar de não citar nominalmente, o presidente Jair Bolsonaro (PL) está em Moscou nesta 3ª feira (15.fev) para uma visita ao presidente russo Vladimir Putin.
“A guerra contra a segurança no ciberespaço da Justiça Eleitoral foi declarada faz algum tempo. Deixemos dito de modo a não falhar dúvida: violar a estrutura de segurança do TSE abre uma porta para a ruína da democracia. Aqueles que patrocinam esse caos sabem o que estão fazendo para solapar o Estado Democrático de Direito”, disse Fachin.
O ministro assume a presidência do TSE em 22 de fevereiro. Ficará 6 meses no cargo, deixando a Corte Eleitoral em agosto e sendo sucedido por Alexandre de Moraes, que será o presidente durante as eleições.
“As ameaças são credíveis. Estamos atentos desde já e como desde antes sempre estaremos atentos e preparados. Teremos pela frente as ameaças ruidosas do populismo autoritário, enfrentaremos distorções factuais e teorias conspiratórias aos quais somadas ao extremismo tentam atingir o reconhecimento histórico e tradicional da Justiça Eleitoral”, afirmou.
Alexandre de Moraes afirmou, em seguida, que embora exista uma parcela da população “mal intencionada” que ataca a democracia, há outra que defende a Justiça Eleitoral.
- Instagram e Facebook terão canal com TSE para queixas
O Facebook e o Instagram terão um canal de queixas dedicado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A informação foi anunciada pela Meta, proprietária das redes sociais, nesta 3ª feira (15.fev.2022).
Segundo a empresa, uma vez recebida a queixa, ela será analisada pela Meta, e se o conteúdo reportado violar as políticas das plataformas, será removido.
Essa é uma das ações estabelecidas em Memorando de Entendimentos firmado por Facebook e Instagram com o TSE, como parte dos esforços de combate à desinformação para garantir a integridade do processo eleitoral brasileiro deste ano. O funcionamento e o escopo do canal ainda serão definidos pelas partes.
O acordo com o TSE estabelece ainda, entre outros pontos:
A Meta afirma que o “trabalho para garantir a integridade de eleições é contínuo”.
“Nos últimos anos, acompanhamos centenas de eleições em países onde nossos aplicativos estão presentes. Temos aprendido e aperfeiçoado nossa abordagem para lidar com temas como desinformação, discurso de ódio e violência, e atualmente temos mais de 40 mil pessoas globalmente lidando com segurança e integridade. Sabemos que conhecimento local é crítico para que esse trabalho seja efetivo e, por isso, nosso time inclui profissionais brasileiros em diferentes localidades e também baseados no Brasil”, declarou a empresa.
No ano passado, a Meta (então chamada de Faceboook) enfrentou críticas e pressão de órgãos regulatórios de vários países depois que documentos internos vazados mostraram uma série de falhas nas plataformas que contribuem para a proliferação do discurso de ódio.
Os Facebook Papers mostraram que os algoritmos do Facebook ajudaram a amplificar desinformação, conteúdos que inflamaram o ódio e que a plataforma não combateu eficientemente essas falhas, resultando em danos em vários países.
O processo eleitoral dos Estados Unidos de 2020, por exemplo, foi um dos temas que criou alertas em funcionários do Facebook. Eles perceberam a disseminação de desinformação eleitoral e “conteúdo inflamável” na plataforma e pediram ação urgente, mas a empresa falhou ou teve dificuldades para resolver os problemas.
Fonte: Poder360