Política

Conselheiro de Biden diz que Rússia pode invadir Ucrânia a qualquer momento





Jake Sullivan afirma que forças russas podem iniciar uma invasão antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, mas ressalta que ainda acredita na diplomacia entre os países

O conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, disse neste domingo (13) que os EUA acreditam que a Rússia invadir a Ucrânia esta semana, mas ainda espera que a diplomacia possa prevalecer.

Sullivan disse a Jake Tapper, da CNN, que as forças russas estão em um lugar onde uma invasão pode ocorrer antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que terminam em 20 de fevereiro. Ele disse que “uma grande ação militar pode começar pela Rússia na Ucrânia a qualquer momento”.

“A maneira como eles construíram suas forças, como eles manobraram as coisas, torna real a distinta possibilidade de que haverá uma grande ação militar muito em breve”, disse Sullivan.

“Estamos preparados para continuar a trabalhar na diplomacia, mas também estamos preparados para responder de forma unida e decisiva com nossos aliados e parceiros caso a Rússia prossiga”, acrescentou.

Sullivan deu essas declarações um dia depois que o presidente Joe Biden alertou o presidente russo, Vladimir Putin, sobre “custos rápidos e severos” caso ele ordenasse uma invasão.

Os EUA estimam que a Rússia tenha mais de 100.000 soldados perto da fronteira com a Ucrânia, com milhares adicionados nesta semana, de acordo com um funcionário do governo. No sábado (12), os EUA retiraram algumas de suas forças da Ucrânia e ordenaram a evacuação da maioria de seus funcionários da embaixada no país.

Sullivan havia alertado anteriormente os americanos no país para sair de lá imediatamente, pois a ação militar poderia começar com um bombardeio aéreo que poderia matar civis.

Ele reiterou esses apelos a Jake Tapper, dizendo que um ataque militar provavelmente começaria com lançamento de mísseis e bombas.

“Eles nunca são tão precisos quanto o exército gostaria que fossem. Nós nem sabemos quão precisos o exército russo gostaria que fossem”, disse Sullivan. “Civis inocentes podem ser mortos independentemente de sua nacionalidade. Isso seria seguido por um ataque de uma força terrestre se movendo pela fronteira ucraniana”, afirmou.

“Novamente, seria onde civis inocentes poderiam ser pegos no fogo cruzado ou presos em lugares nos quais não podiam se mover. É por isso que estamos sendo tão claros e diretos com os cidadãos americanos que, embora as opções de transporte comercial ainda estejam disponíveis, eles devem aproveitá-las”, completou.

 

Confira outras notícias 

- Joe Biden e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fazem ligação neste domingo

Telefonema acontece em meio a alertas dos Estados Unidos de que uma invasão russa da Ucrânia poderia acontecer ainda esta semana

O presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia, Joe Biden e Volodymyr Zelensky, falarão às 10h45, no horário da Costa Leste dos EUA, 12h45 em Brasília, deste domingo (13). A ligação acontece em meio a alertas dos Estados Unidos de que uma invasão russa da Ucrânia poderia acontecer ainda esta semana.

Biden e Zelensky conversaram pela última vez no mês passado e “não correu bem“, disse uma autoridade ucraniana à CNN internacional na época, em meio a divergências sobre os “níveis de risco” de um ataque russo.

A Casa Branca, no entanto, contestou essa alegação, alertando que fontes anônimas estavam “vazando mentiras”. Eles afirmaram que Biden alertou Zelensky que uma invasão iminente era uma “possibilidade nítida”.

Biden e Putin realizaram ligação neste sábado

Os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, Joe Biden e Vladimir Putin, realizaram uma ligação telefônica, neste sábado (12). As preocupações crescentes sobre uma possível invasão russa da Ucrânia dominam os governos ocidentais.

Biden alertou a Putin que os Estados Unidos e seus aliados responderão “decisivamente e imporão consequências rápidas e severas” à Rússia caso Putin decida invadir a Ucrânia. A chamada começou às 13h04, horário de Brasília, e terminou mais de uma hora depois, às 14h06, disse um funcionário da Casa Branca.

O assessor presidencial russo Yury Ushakov descreveu o telefonema realizado neste sábado (12) entre os presidentes como “equilibrado e profissional”, mas disse que os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não conseguiram abordar as principais preocupações de segurança da Rússia.

 

 

- Ministro da Defesa da Ucrânia diz que as forças estão “prontas para revidar”

Oleksiy Reznikov disse, em um comunicado, que a Rússia não vai capturar nenhuma cidade ucraniana se tentar invadir o país 

O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, disse neste sábado (12) que a Rússia – que ele descreveu como “a agressora” – não vai capturar nenhuma cidade ucraniana se tentar invadir o país.

Em um comunicado, Reznikov disse que as “forças armadas da Ucrânia estão absolutamente prontas para revidar e não desistirão das terras ucranianas”, à medida que os temores de uma invasão russa crescem entre os aliados internacionais do país.

Em 2014, Reznikov disse que os ucranianos “não estavam psicologicamente prontos para resistir a alguém com quem sentaram na mesma mesa ontem”, mas “a situação é completamente diferente” agora. Esse foi o ano em que a Rússia anexou a península da Crimeia, no sul da Ucrânia, e o conflito eclodiu entre separatistas pró-Rússia e forças ucranianas no leste da Ucrânia.

“Todo mundo que olhou nos olhos de nossos soldados pelo menos uma vez tem certeza de que não haverá repetição de 2014, o agressor não capturará Kiev, Odessa, Kharkiv ou qualquer outra cidade”, disse Reznikov.

O ministro da Defesa acrescentou que a Ucrânia tem seu exército mais poderoso em 15 anos.

O tenente-general Valery Zaluzhny, comandante chefe das Forças Armadas da Ucrânia, disse no comunicado que uma fase ativa de comando e exercícios está em andamento em campos de treinamento em todo o país. A Ucrânia está “constantemente aumentando nossas capacidades de defesa, coerência de unidades e habilidades militares”, disse ele.

Tendo reforçado suas defesas para a capital de Kiev e “passado pela guerra e treinamento adequado”, a Ucrânia agora está “pronta para enfrentar os inimigos … não com flores, mas com ferrões, dardos e NLAW”, disse Zaluzhny, referindo-se aos sistemas de armamento.

Reznikov acrescentou que o país também foi reforçado pelo “apoio sem precedentes” que recebeu de parceiros internacionais, descrevendo esse apoio como “o maior desde a independência”.

Ele criticou fortemente as alegações de Moscou de que “a Ucrânia planeja atacar a Rússia”, chamando-as de “absurdas”.

“Não vamos atacar ninguém, mas estamos fazendo tudo para fortalecer nossa defesa e eliminar a possibilidade de escalada”, disse Reznikov. A Ucrânia planeja “seguir um caminho político e diplomático” para recuperar os territórios temporariamente ocupados, acrescentou.

Ele pediu aos ucranianos que “permaneçam calmos” diante dos crescentes alertas, chamando a calma de “a principal arma que pode nos fornecer uma base sólida para a defesa”.

 

- Em telefonema a Macron, Putin não indica preparar invasão à Ucrânia

Em uma ligação telefônica com o presidente francês Emmanuel Macron, o presidente russo, Vladimir Putin, não deu nenhuma indicação de que estaria se preparando para invadir a Ucrânia, disse uma autoridade da presidência francesa.

Neste sábado, em um momento de alta tensão, os dois líderes falaram sobre a concentração de tropas russas perto da fronteira ucraniana, com Washington dizendo na sexta-feira (11) que Moscou pode invadir o país qualquer momento. A Rússia negou que planeje invadir a Ucrânia.

"Não vemos nenhuma indicação no que o presidente Putin diz [de] que vai partir para a ofensiva", disse a autoridade a repórteres depois que Macron e Putin falaram ao telefone por quase 90 minutos. "No entanto, estamos extremamente vigilantes e alertas à postura russa (militar) para evitar o pior", acrescentou.

Separadamente, o Kremlin disse que Putin destacou, durante a ligação com Macron, a "falta de uma resposta substantiva dos Estados Unidos e da Otan [Tratado do Atlântico Norte] a iniciativas russas conhecidas". Isso se referia a uma série de exigências de segurança russas, incluindo a de impedir a Ucrânia de ingressar na Otan.

Putin e Macron também discutiram a situação relacionada a "especulações provocativas" em torno de uma invasão russa supostamente planejada, disse o Kremlin.

O funcionário do Eliseu disse que seu governo recomendou que os cidadãos franceses evitem viagens à Ucrânia e que os preparativos sejam feitos para que funcionários da embaixada e suas famílias deixem o país, se quiserem. O embaixador revisará a situação dos cerca de mil cidadãos franceses no país, muitos dos quais têm tambêm cidadania ucraniana, disse o funcionário do Eliseu.

Os Estados Unidos e muitos outros países pediram que seus cidadãos deixem a Ucrânia em meio a temores de uma invasão.

Macron visitou Moscou no início da semana passada e, na ligação feita ontem, discutiu com Putin formas para avançar na implementação dos Acordos de Minsk para alcançar a paz no leste da Ucrânia, bem como condições de segurança e estabilidade na Europa, informou o Eliseu em comunicado à parte.

Neste sábado, Macron também conversou com o chanceler alemão, Olaf Scholz, bem como com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, e deverá conversar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Na ligação com Zelenskiy, Macron reafirmou o apoio da França à soberania e integridade territorial da Ucrânia, disse o Eliseu.

 

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil