Política

Moro cita passado e diz ser diferente de Lula e Bolsonaro





Pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sergio Moro afirmou que não irá “violar” o código penal para governar, diferentemente dos governos anteriores. Em entrevista à rádio Teresina FM o ex-juiz disse que essa política de “cometer crimes” provocou recessão e estagnação econômica durante os governos do PT e de Jair Bolsonaro (PL).

“Às vezes, dá a impressão de que [se] você violar a lei e cometer crimes, você vai ter um bom governo. Pelo contrário, tanto que o governo do PT acabou em recessão e o governo de agora está nos entregando estagnação econômica”, afirmou.

Moro também disse que “já havia uma movimentação do presidente [Bolsonaro] para interferência na Polícia Federal” no fim de 2019, quando o Congresso aprovou o pacote anticrime, proposto pelo então ministro. Segundo o ex-juiz, ele permaneceu na pasta, após Bolsonaro negar vetos ao pacote, para proteger a PF de uma eventual interferência política.

“Eu lutei no congresso para que ele não fosse desfigurado. Teve coisas boas que foram aprovadas, mas teve coisas ruins que introduziram. O Presidente podia vetar, mas não vetou mesmo eu pedindo a ele. Naquele momento, já havia uma movimentação do presidente para interferência na polícia federal”, disse.

O ex-juiz  deixou o Ministério da Justiça em abril de 2020, motivado pela decisão de Bolsonaro de trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que havia sido indicado por Moro. Na época, ele afirmou que foi surpreendido pela troca na direção da PF e que não assinou a demissão de Valeixo, conforme constava no Diário Oficial da União.

Eu sou muito diferente tanto de Lula quanto de Bolsonaro. Meu passado de combate à corrupção e mesmo o trabalho que eu fiz no Ministério da Justiça, inclusive a minha saída, porque eu não quis me tornar cúmplice de coisa errada, me dá a credibilidade”, afirmou. 

Leia outras falas de Moro durante a entrevista:

  • “Bolsonaro falou recentemente que sempre foi centrão. Ele nunca foi reformista. Nunca quis fazer as grandes reformas que o Brasil precisa para voltar a crescer”;
  • “Apesar do Supremo ter anulado as condenações do ex-presidente Lula, o Supremo jamais disse que o ex-presidente Lula é inocente. Ninguém disse isso”;
  • “O PT deveria reconhecer que errou tanto no caso do Mensalão […] e no Petrolão. Deveria reconhecer a grande recessão de 2014 e 2016, que foi gestionada no 2ª mandato do ex-presidente Lula. Deveria reconhecer os erros e seguir adiante”;
  • “O procedimento do TCU é abusivo porque não envolve uma relação pública, o que existe é uma relação privada entre eu e uma empresa de consultoria privada. Quem trabalhou para Odebrecht foi o Lula”.

Fonte: Poder360