Economia

Economia do Brasil recupera nível pré-crises só em 2026





A atividade econômica do Brasil só retornará ao nível de 2013 –ano pré-crises– em agosto de 2016. O país passou por duas recessões nos últimos 8 anos: em 2015-2016 e na pandemia de covid-19. O levantamento foi feito pelo economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, a pedido do Poder360.

Desde 2013, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro caiu em 3 anos:

  • 2014: +0,5%;
  • 2015: -3,5;
  • 2016: -3,3%;
  • 2017: 1,3%;
  • 2018: 1,8%;
  • 2019: 1,2%;
  • 2020: -3,9%.

Para estimar o período de recuperação do nível de 2013, o analista considerou o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) do Banco Central de novembro e as projeções do Boletim Focus de 2ª feira (7.fev.2022).

Alex Agostini também traçou 4 cenários alternativos de crescimento para a economia brasileira:

  • +1% ao ano;
  • +2% ao ano;
  • +2,5% ao ano;
  • +3% ao ano.

A recuperação mais robusta da economia brasileira pode ser só daqui a 8 anos, em fevereiro de 2030, caso o país tenha uma expansão mais baixa do PIB. Se o PIB ficar em 2% por ano, retoma o nível pré-crises em dezembro de 2025.

A variação do PIB brasileiro tem se mantido abaixo da média global desde 2013, segundo o Banco Mundial. O desempenho deve se repetir em 2021, segundo projeções da entidade internacional.

POPULAÇÃO CRESCERÁ

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estima que o país terá 220,3 milhões de pessoas em 2026, ante 200 milhões em 2013. A população economicamente ativa de 15 a 64 anos passará de 137,9 milhões para 150,4 milhões.

ANÁLISE DO PODER360

Porque o custo social e econômico da falta de crescimento será grande. Entre o período das crises de 2015-2016 e da pandemia, o PIB do país cresceu 3 anos seguidos. Mas as taxas foram baixas: 1,3% em 2017, 1,8% em 2018 e 1,2% em 2019.

A pandemia veio e derrubou de novo a atividade econômica. O PIB do Brasil subiu cerca de 4,5% em 2021, mas o fôlego para continuar a recuperação é limitado.

O cenário não é favorável. A agenda eleitoral conflitará com a alta dos juros e a inflação que pode terminar o ano acima da meta.

O patamar a ser alcançado em 2026 estará longe de representar um alívio. Será como se o Brasil tivesse ficado parado 13 anos, com o valor da produção estagnado, só corrigido pela inflação. Mas a população terá crescido, o que significa um PIB per capita menor. E a economia mundial também terá crescido, o que significará perda relativa do Brasil.

Além disso, obviamente, tem a perda do bônus demográfico com o crescimento da população. De 2013 a 2026, o Brasil ganhará 20 milhões de pessoas. É quase o total da região metropolitana de São Paulo, a maior área urbana do país. Portanto, os brasileiros estarão individualmente mais pobres na média. Hoje, já são pouco mais de 214 milhões de habitantes no país.

Fazer o país crescer em ritmo mais forte demanda aumento da produtividade. Será preciso produzir mais e melhor do que o Brasil faz hoje. Isso exige, entre outros fatores, maior preparo educacional, investimento em tecnologia e um Estado mais barato e eficiente. 

 
Fonte: Poder360