Política

Após derrota com PEC dos Combustíveis, Guedes diz a time que lutará até o fim





Segundo informações obtidas pela CNN, o ministro reuniu sua equipe na quinta-feira (3) e fez um desabafo sobre a nova proposta elaborada por aliados do governo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, não ficou satisfeito com a apresentação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para rever o preço dos combustíveis por meio de renúncias fiscais.

Segundo informações obtidas pela CNN, o ministro reuniu sua equipe econômica na quinta-feira (3) e fez um desabafo sobre a proposta, que foi elaborada por um aliado do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Uma pessoa próxima ao ministro  disse que Guedes está chateado, mas não vai deixar o governo.

“Eu fico para lutar até o fim, eu luto pelas minhas convicções, eu não saio”, teria dito o ministro.

A insatisfação do ministro se deve ao fato de a PEC utilizar mecanismos para baratear a gasolina que vão causar impactos diretos no consumo de etanol, que sofreria com a falta de competitividade causada pela fraca demanda.

“Guedes defendia o que o presidente Bolsonaro chegou a dizer no final de semana, uma PEC restrita para tirar os impostos do diesel. No entanto, o texto que está na Câmara engloba diesel, gasolina e gás”.

Um auxiliar de Guedes chegou a dizer que o texto “é o maior erro do governo até agora”.

Segundo fontes do Ministério da Economia, Guedes sequer foi consultado sobre o teor da proposta.

Nas contas da Economia, a isenção sobre o diesel, algo que o ministro estava de acordo, geraria perda de receitas na ordem de R$ 18 bilhões.

No entanto, da forma como a PEC está redigida, caso ela se aprovada as perdas podem chegar a R$ 54 bilhões.

Além disso, há o receio de que durante sua tramitação no Congresso sejam embutidos aditivos no texto que façam com que as desonerações alcancem também as tarifas de energia, o que poderia causar perdas de mais de R$ 70 bilhões.

De acordo com o analista da CNN Caio Junqueira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) só telefonou para Guedes para comunicar ele da decisão quando o texto já havia sido redigido. O ministro teria então manifestado divergência com a proposta, mas já era tarde demais.

 

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- Onyx confirma saída do ministério para disputar governo do RS

Onyx Lorenzoni, titular do Ministério do Trabalho e Previdência, confirmou que pretende deixar a pasta em março para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul. A lei determina que candidatos saiam do Executivo ao menos 6 meses antes da eleição.

“Conversei com o presidente e, no dia 22 de março deste ano, dentro da janela partidária, eu vou assinar ficha no PL [Partido Liberal]. De certa forma, eu vou voltar para casa, já que os meus 10 primeiros anos de vida pública foi dentro do PL. Aí será o pré-lançamento, como determina a lei, da candidatura ao governo do Rio Grande do Sul”, informou o ministro em entrevista à BandNews na 6ª feira (4.fev.2022).

Segundo Onyx, isso não significa que ele vai deixar de apoiar o presidente. “Vou continuar lutando por essa causa extraordinária de transformar o Brasil. Vamos buscar a continuidade deste trabalho para os próximos anos”.

Na última 5ª feira (3 fev), Bolsonaro admitiu que pelo menos 11 ministros devem deixar os cargos em 31 de março para disputar as eleições. “Nós temos previstos, no momento, 11 ministros que vão disputar eleição. Obviamente que vamos ter ministérios-tampão”, afirmou Bolsonaro em Porto Velho, em Rondônia.

O presidente não detalhou quais ministros irão deixar os cargos. Também não falou sobre quem assumirá cada vaga. “Nada decidido ainda com ninguém, porque, afinal de contas, para evitar ciumeira”, disse. Em 8 de janeiro, o presidente disse que já pensava em nomes para substituição e que alguns estavam “mais que certos”.

Fonte: CNN Brasil - Poder360