Cotidiano

Estado alerta para aumento de 41% nos casos de tuberculose





O Centro de Referência em Doenças Tropicais (CRDT) registrou aumento de 41% nos casos de tuberculose no Amapá. Em 2020 foram diagnosticadas 94 pessoas com a doença, já no balanço de 2021, a unidade contabilizou 133 pessoas que atualmente realizam tratamento na unidade.

Para o CRDT, o aumento dos casos pode estar relacionado ao relaxamento da população com as medidas básicas de proteção à vida, aquelas já adotadas contra a covid-19, como o uso de máscaras e o cuidado para evitar aglomerações. A doença provém de contágio respiratório.

“Também é preciso analisar que a pandemia dificultou o acesso ao diagnóstico e tratamento de diversas doenças, em especial as de origem respiratória e que o hábito de realizar consultas de rotina está retornando gradativamente e, com ele, as notificações das doenças”, apontou a enfermeira do CRDT, Magali Silva.

Tuberculose: sinais e sintomas
A doença infecciosa é transmitida por vias áreas e afeta principalmente os pulmões. Na maioria das pessoas, o principal sintoma é tosse seca e constante na fase inicial, evoluindo para tosse com secreção e, em grande parte dos casos, avançando para tosse com pus e sangue.

Outros sintomas observados são cansaço excessivo, sudorese noturna, palidez, febre baixa, perda do apetite e emagrecimento sem esforço. Em casos graves os pacientes convivem com dificuldade para respirar, perda de grandes quantidades de sangue e colapso do pulmão.

Diagnóstico e tratamento
Quem apresenta sintomas deve procurar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para fazer o exame de baciloscopia. Dependendo da dificuldade em diagnosticar o caso, o paciente pode ser referenciado ao CRDT para fazer o Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB).

Em caso positivo para a doença, a pessoa infectada deve levar para a unidade de tratamento todos do ciclo social que tiveram contato direto, para que essas pessoas também realizem o teste.

O CRDT é referência no tratamento de casos que possuem comorbidades, que são patologias associadas que podem dificultar o tratamento. Os casos graves são tratados por meio do uso de antibióticos, já os quadros sem agravamentos são tratados em UBS, com esquema básico de medicação.

Após o período de seis meses do tratamento, uma reavaliação médica é refeita para identificar a possibilidade de alta.

No começo do tratamento, após notar melhora, alguns pacientes optam por abandonar o uso das medicações, o que acarreta grande prejuízo para a saúde do paciente e demais pessoas do convívio.

"Após iniciar o tratamento e perceber melhora nos primeiros 15 dias, alguns pacientes abandonam o protocolo, mas esse comportamento é perigoso, pois pode desencadear a regressão da doença e colocar todo o tratamento a perder", completou Magali Silva.

Prevenção
A transmissão da doença é facilitada em situações de aglomerações. Usar máscara diante de grande fluxo transitório de pessoas é fundamental para evitar contaminação. A unidade recomenda que, mesmo após o período de pandemia, as máscaras se tornem aliadas para evitar o contágio de outras doenças transmitidas por vias aéreas.

A vacina BCG, aplicada na infância – até os 5 anos, previne os casos mais agressivos da tuberculose, pois age no bacilo de Koch, diminuindo o seu poder de transmissão.

Manter os ambientes bem ventilados e luz natural é outra recomendação para conter a disseminação da doença, seja em locais com pessoas contaminadas ou não.

O CRDT fica na Rua Prof. Tostes, nº 2212, Centro de Macapá. O horário de funcionamento é das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Para ter acesso ao tratamento, é necessário possuir encaminhamento de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), após avaliação clínica.

Fonte: Portal Governo do Amapá