Cotidiano

Projeto prevê construção da nova Ponte Sérgio Arruda em Macapá com mais faixas para carros e bikes





Estudo, ainda não concluído, é feito por professores e estudantes do curso de engenharia civil da Unifap. Obra, que não tem prazo para iniciar, deve ser executada pela prefeitura.

Professores e estudantes de engenharia civil da Universidade Federal do Amapá (Unifap) produzem o projeto da nova Ponte Sérgio Arruda, o principal acesso do Centro à Zona Norte de Macapá e que enfrenta problemas estruturais desde 2014. 

O planejamento prevê que a ponte atual deixará de existir como elevada, que haverá uma ampliação das faixas de rolamento, e a implantação de uma ciclofaixa. 

Iniciado em setembro de 2021, o estudo tem previsão de conclusão em abril deste ano. As pesquisas para desenvolvimento da ideia foram financiadas pela prefeitura, a partir de um convênio com a Unifap que garante o investimento de R$ 400 mil do Tesouro Municipal. O pacote de investimentos foi anunciado em 2021, mas não há prazo oficial para execução da obra.  

Segundo o coordenador do projeto, o professor de engenharia civil Adenilson Oliveira, o projeto traz novidades como a ponte no mesmo nível da via5 faixas de rolamento, sendo uma exclusiva para transporte coletivo, construção de ciclofaixacalçamento para pedestres e urbanização do entorno da Sérgio Arruda. 

"Primeiramente, vamos fazer a ponte em nível. Segundo, uma ponte que tenha maiores faixas de rolamento, tanto em largura como em quantidade, para as demandas atuais e futuras. O pedestre, a pessoa que requer acessibilidade e o ciclista também estão contemplados nesse projeto", detalhou. 

A equipe da Unifap já realizou estudos de tráfego, geotécnicos, aerofotogramétricos e hidrológicos. Oliveira destaca que o estudo se encontra na última fase até a entrega para que seja licitado pelo Município. 

"São três fases: fazer e executar os estudos preliminares; elaborar uma concepção preliminar, que foi entregue no final de 2021; e agora a gente está recebendo da prefeitura para que possamos fazer o projeto executivo, que é o projeto que vai ser licitado", explicou. 

 

Participante na concepção do projeto, o acadêmico Marcus Marques conta que, para ele, a oportunidade em colaborar com uma grande obra na capital será muito importante para a carreira de engenheiro civil. 

"Nesse projeto tem vários eixos atuantes dentro da engenharia civil, que envolvem não só o transporte em si, mas também a parte estrutural, de fundação, mobilidade urbana, arquitetura. Então é um projeto multidisciplinar que agrega muito ao currículo de qualquer acadêmico", disse. 

O estudo prevê que o investimento na construção da nova ponte seja de R$ 2 milhões e que a obra tenha duração de 8 meses a um ano. 

 

Grampos e infiltrações  

Ponte Sérgio Arruda em Macapá apresenta rachaduras e infiltrações, em foto de 2020 — Foto: Caio Coutinho/g1 

Inaugurada em 2003, com 160 metros de extensão, a Ponte Sérgio Arruda logo se tornou o principal acesso do Centro à Zona Norte da capital. Cerca de 10 anos depois, em 2014, o Ministério Público (MP) apresentou à Justiça uma ação em que pedia a reforma da ponte. 

Em 2016, a prefeitura fez os primeiros reparos na estrutura da Sérgio Arruda. A intervenção gerou desconfiança entre a população, pois foram colocados grampos de metal para acoplar as placas de concreto que estavam se descolando. Na época, a prefeitura dividiu a reforma em três etapas. 

Com infiltrações e grampos para juntar os blocos de concreto, as cabeceiras da ponte seguem com risco de rompimento, segundo uma avaliação técnica feita em 2019, explicou o engenheiro civil Régis Brito, participante na montagem do laudo. 

"A ponte em si, não tem risco de nenhum sinistro. Mas as cabeceiras precisam de um reparo urgente. Aquela estrutura com grampos deveria ser paliativa, no máximo durar três ou quatro meses. O desnível e rachadura, além das infiltrações, podem apresentar risco de rompimento”, avaliou.

Fonte: g1 Amapá - Victor Vidigal e Kelison Neves