Cotidiano

Brasil registra 224.567 casos de Covid-19 em 24 horas e bate novo recorde





Com 570 óbitos registrados, país tem maior número de mortes por Covid-19 desde novembro de 2021

O Brasil registrou, nas últimas 24 horas, 224.567 casos de Covid-19 — um novo recorde desde o início da pandemia (o anterior foi no último 19 de janeiro, quando o país havia registrado 204.854 casos da doença).

Com 570 mortes decorrentes da Covid-19 registradas nas últimas 24 horas, o país também atingiu o maior número de óbitos desde 12 de novembro de 2021.

Os dados são do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

A média móvel de casos, que considera os últimos sete dias, chegou a 159.877 infecções — recorde pelo nono dia consecutivo. Já a média móvel de óbitos decorrentes da Covid-19 está em 365.

Ainda de acordo com dados do Conass, o país enfrenta a pior semana epidemiológica desde o início da pandemia, com 933.452 casos entre 16 e 22 de janeiro.

Desde o início da pandemia, o Brasil acumula 24.535.884 casos de Covid-19 e 624.413 óbitos.

 

- Rosa Weber dá cinco dias para Saúde explicar nota técnica contra vacinas

Partido Rede Sustentabilidade argumenta que a nota é 'claramente contrária ao consenso científico internacional'; nesta quarta, a pasta atualizou e republicou o documento

A ministra Rosa Weber, presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quarta-feira (26), que o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Helio Angotti Neto, explique a nota elaborada pela secretaria que referendava medicamentos ineficazes no tratamento contra a Covid-19 e nega a eficácia das vacinas.

Na última semana, a secretaria comandada por Angotti publicou uma nota afirmando que as vacinas não têm eficácia e que medicamentos como cloroquina têm.

O documento foi criticado pela comunidade científica e foi republicado com alteração pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (26). A única mudança na nota foi a remoção de uma tabela que sugeria que a hidroxicloroquina é eficaz e segura e a vacinação, não.

Na tabela, o órgão do ministério dizia que a hidroxicloroquina tem efetividade em estudos controlados e randomizados, e que existiria a demonstração de segurança em estudos experimentais e observacionais.

Ainda na tabela, constava a informação que as vacinas não atendem a esses requisitos.

No documento, porém, a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde manteve a recusa dos relatórios da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec), que avaliou a integração de medicamentos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao Sistema Único de Saúde (SUS), sobre a cloroquina e ivermectina.

Após meses de estudo, a Conitec constatou que os medicamentos não são eficazes contra a Covid-19.

Rosa Weber determinou, também, que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se manifeste sobre o assunto. Tanto Queiroga quanto Angotti terão cinco dias para enviar ao STF as explicações (a contar a partir da notificação).

“Preliminarmente à apreciação da petição incidental, considerando os pedidos que dizem respeito à Nota Técnica nº 2/2022-SCTIE/MS, ato sujeito a recurso sem efeito suspensivo (art. 26 do Decreto nº 7.646/2011), solicitem-se informações ao Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde e ao Ministro de Estado da Saúde, no prazo comum de cinco dias”, determinou a ministra Rosa Weber.

No pedido enviado ao STF, o partido Rede Sustentabilidade argumentou que a nota técnica assinada por Angotti era “claramente contrária ao consenso científico internacional e afronta os princípios da cautela, precaução e prevenção – que deveriam ser o norte da bússola de qualquer gestor público no âmbito do enfrentamento de uma pandemia”.

O partido pediu que o Supremo anule a nota técnica e que Angotti seja afastado preventivamente do cargo que ocupa no Ministério da Saúde, “para a preservação do bom funcionamento das instituições públicas, sobretudo aquelas componentes da estrutura do Ministério da Saúde”.

 

- Liderança do Brasil em vacinas beneficiará vizinhos, diz ministro

 

Realizado este ano em Cartagena das Índias, na Colômbia, o Fórum para o Progresso da América do Sul (Prosul) - bloco que reúne as oito principais economias da América Latina - conta com o Brasil como expoente, conforme explicou o ministro de Relações Exteriores Carlos França em entrevista ao programa A Voz do Brasil.

 

Segundo França, o bloco - que substituiu o antigo Unasul - é “um espaço de democracias que se concentra em resultados concretos”. A cúpula visa discutir a implementação de políticas multilaterais em âmbito supranacional para a região da América Latina. 

 

França explicou que sete grupos de trabalho foram formados dentro da reunião: infraestrutura, energia, saúde, defesa, segurança, gestão de desastres naturais e meio ambiente.

 

“O Prosul consolidou os projetos de integração física de todos os países em uma única carteira. É um documento que servirá potenciais investidores internacionais do setor privado, podendo trazer maior investimento para nossa região”, afirmou o ministro.

 

A pandemia influenciou a realização de vários encontros que estavam previstos na agenda do evento, informou França. O pico de contágios causado pela variante Ômicron fez com que a organização do Prosul revisasse as normas sanitárias vigentes para a segurança dos representantes. Segundo o ministro das Relações Exteriores, o Brasil é visto como líder na vacinação e na produção de insumos farmacêuticos necessários para a imunização - algo que deverá ser compartilhado com os membros do bloco.

 

“O Brasil saiu na frente na questão das vacinas.Todos os países no Prosul veem o Brasil como um líder nessa área e procuram maneiras de poder cooperar. O desejo do presidente [Jair Bolsonaro] é poder contribuir com os países que precisam de vacina e não têm”, disse o diplomata.

 

Entre os possíveis ganhos com a parceria entre os países vizinhos, França elencou a facilitação do turismo e da aceitação de documentos de caráter nacional, como habilitações para guiar veículos. O ministro também afirmou que há forte interesse na implantação de fibra óptica na região amazônica - pauta que faz parte do projeto de inclusão digital e ampliação de telecomunicações no Brasil. “Os ganhos são expressivos”, acrescentou o ministro.

 

Carlos França também tratou sobre a possibilidade de entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com o convite feito ontem (25) pelo grupo. “O Brasil na OCDE representa um selo de qualidade. Sobretudo, atende a reclamos da sociedade brasileira de maior transparência, melhor governança pública e formas efetivas de combate à corrupção."

 

O ministro esclareceu que há um processo de seis etapas para efetivar a adesão brasileira ao bloco. O Brasil precisará, durante o processo, aderir a instrumentos e normas específicas da OCDE para que possa ser formalmente integrado. “Esse é um processo de até quatro anos. Mas eu estimaria que até em dois anos poderíamos nos adaptar aos padrões da OCDE”, disse França.

 

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil