Economia

Dólar sobe a R$ 5,441 com decisão sobre juro nos EUA; Bolsa também tem alta





O dólar terminou a quarta-feira (26) em leve alta de 0,11%, vendido a R$ 5,441, depois de cair mais de 1% na véspera. O desempenho reflete um dia marcado pela expectativa de investidores pela reunião do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos), que sinalizou um aumento de juros "em breve" no país.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também registrou alta, esta de 0,98%, e fechou a sessão aos 111.289,18 pontos. É o maior patamar alcançado em mais de três meses, desde 18 de outubro, quando o indicador chegou aos 114.428,18 pontos.

Mesmo com os ganhos de hoje, o dólar ainda acumula queda de 2,42% frente ao real em janeiro. Já o Ibovespa subiu 6,17% nos primeiros dias do ano, após despencar quase 12% em 2021.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Reação ao Fed

O Fed decidiu hoje, por unanimidade, manter os juros básicos nos EUA entre 0% e 0,25%, mas sinalizou um reajuste para a próxima reunião, que acontece no início de março. A autoridade também reafirmou os planos de encerrar suas compras de títulos antes de lançar uma redução significativa em seus ativos.

Combinadas, as ações refletem uma mudança da política monetária flexível — crucial para preservar a economia durante a pandemia — em direção a uma luta mais urgente contra a inflação, que segue alta nos EUA. Esse movimento já era esperado há semanas pelo mercado.

Com a inflação muito acima de 2% e um mercado de trabalho forte, o Comitê [de Política Monetária do Fed, o FOMC] considera que em breve será apropriado elevar o nível das taxas [de juros].Fed, em comunicado

Juros mais altos nos EUA aumentam a rentabilidade dos títulos americanos, considerados investimentos muito seguros. Na prática, esse cenário tende a reduzir a atratividade de ativos mais arriscados, como o real e outras moedas de países emergentes, o que leva a uma valorização global do dólar.

 

Confira outras notícias 

- Ministério da Economia terá escritório em Washington, nos EUA| Agência Brasil

 

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quarta-feira (26) decreto que cria o Escritório de Representação do Ministério da Economia do Brasil em Washington-DC, capital do Estados Unidos da América (EUA). O texto será publicado na próxima edição do Diário Oficial da União (DOU). 

 

Segundo o governo, o escritório tem por objetivo "consolidar a imagem do país como ambiente seguro para se fazer negócios, com responsabilidade nas dimensões ambiental, social e de governança".

 

Entre as atribuições da equipe que coordenará a representação está a divulgação das reformas econômicas implementadas no Brasil, que podem dar mais segurança na atração de investidores.

 

"Caberá ao escritório, em total alinhamento com o Ministério das Relações Exteriores, promover as oportunidades de negócios que tragam geração de emprego e renda ao país. Além disso, identificar as barreiras aos investimentos estrangeiros e demonstrar a estabilidade e solidez macroeconômica do país", informou a Secretaria-Geral da Presidência, em nota.

 

O Brasil já dispõe de outros órgãos com foco em atração de investimentos estrangeiros, como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que possui escritórios nos EUA, além dos setores econômicos das próprias embaixadas.

 

- Vice-presidente participa de Cúpula do Prosul na Colômbia

O vice-presidente Hamilton Mourão está em Cartagena das Índias, na Colômbia, onde participará da Cúpula do Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul (Prosul), representando o presidente Jair Bolsonaro. Ele embarcou na manhã desta quarta-feira (26), acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto não informou oficialmente os motivos da desistência do presidente Jair Bolsonaro de participar do encontro de líderes regionais. Informalmente, um dos dos motivos alegados para o cancelamento da viagem é o luto do presidente pela morte da mãe, Olinda Bolsonaro, ocorrida na última sexta-feira (21). Está prevista a presença do presidente na missa de sétimo dia em memória da mãe, nesta quinta-feira (27).

Segundo a agenda oficial de Mourão, o único compromisso dele nesta quarta-feira é o jantar oferecido presidente da Colômbia, Iván Duque, aos chefes de Estado presentes à cúpula. Outros detalhes sobre a agenda na cúpula ainda não foram informados pelo Itamaraty. 

O Prosul foi criado em março de 2019 para substituir a União Sul-Americana de Nações (Unasul), que existia desde 2008. Participam atualmente do bloco Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai e Peru. Três países sul-americanos não fazem parte do bloco: Bolívia, Uruguai e Suriname. A Venezuela não foi convidada para integrar o grupo.

 

Fonte: UOL com AFP e Reuters - Agência Brasil