Política

Rosa Weber encaminha à PGR pedido de investigação contra Bolsonaro e Queiroga





Motivo seria a imposição de obstáculos por parte do presidente e do ministro da Saúde para imunização das crianças de até 11 anos, que classificaria um "provável cometimento de crime de prevaricação"

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber encaminhou à Procuradoria-Geral da União (PGR) nesta segunda-feira (24/1) uma “notícia-crime” apresentada contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O motivo seria a demora em incluir crianças na faixa de cinco a 11 anos no plano de vacinação contra a covid-19, que classificaria um “provável cometimento de crime de prevaricação”.

O pedido de investigação havia sido feito no dia 23 de dezembro do ano passado, em conjunto, pela deputada Tabata Amaral (PSB-SP), pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania -SE) e pelo secretário de Educação da cidade do Rio de Janeiro, Renan Ferreirinhas. A solicitação elaborada pelos parlamentares destacou que, embora os riscos para as crianças sejam menores, 2,5 brasileiros até os 17 anos morreram em decorrência do novo coronavírus. Agora, Weber decidiu que o caso fosse analisado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.

A vacinação infantil foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 16 de dezembro, e a aplicação das doses foi iniciada no dia 5 de janeiro.

Para os políticos envolvidos no pedido de abertura de investigação, as posturas adotadas tanto pelo chefe do Executivo quanto pelo ministro da Saúde podem categorizar ações “deliberadas e coordenadas para retardar a inclusão da vacina contra covid-19 para crianças de cinco a 11 anos no Plano Nacional de Imunização (PNI), impondo obstáculos que geram o atraso na definição da estratégia de campanha de vacinação, logística, aquisição, distribuição e monitoramento do processo como um todo”.

Desde o aval da Anvisa para a imunização de crianças, Bolsonaro tem criticado publicamente a ação e tentado descredibilizar o órgão regulador — em especial em suas tradicionais lives nas redes sociais. O presidente chegou a afirmar, no fim do ano passado, que gostaria de divulgar os nomes dos agentes que aprovaram a utilização da vacina nos menores.

 

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- Bolsonaro desiste e Mourão é escalado para viagem à Colômbia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) desistiu de viagem para a Cartagena das Índias, na Colômbia, em que participaria da Cúpula do Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul. O vice-presidente Hamilton Mourão(PRTB) foi escalada para ir em seu lugar.

Além da viagem, Bolsonaro cancelou seus compromissos oficiais nesta 2ª feira (24.jan), apesar de continuar despachando no Palácio do Planalto. De tarde, o governo realizaria evento para assinatura de uma medida provisória sobre serviço voluntário, mas a solenidade foi transferida para a próxima 6ª feira (28.jan).

Procurada, a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) não respondeu sobre o motivo do cancelamento. O espaço segue aberto.

Na semana passada, a mãe do presidente, Olinda Bonturi Bolsonaro, morreuaos 94 anos. Para ir ao velório, o chefe do Executivo cancelou viagem oficial que faria para Georgetown, na Guiana, na 6ª feira (21.jan).

O 7º dia da morte da mãe do presidente será 5ª feira (27.jan), dia em que será realizada a cúpula com os presidentes do Prosul (Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul).

Pela manhã, em conversa com jornalistas, Mourão já havia afirmado que estaria viajando na 5ª feira (27.jan), mas não disse qual seria o destino.

Fonte: Correio Braziliense - Poder360