O Instituto Butantan disse que o Ministério da Saúde manifestou hoje interesse em adquirir 7 milhões de doses da CoronaVac, tendo em vista o intuito de utilizá-las na vacinação de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos contra a covid-19.
Segundo o Butantan, ainda não há acordo fechado com o Ministério da Saúde, mas as negociações devem ser iniciadas prontamente.
A aplicação em regime emergencial da CoronaVac em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos foi aprovada ontem pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O pleito inicial do Butantan era para que a CoronaVac pudesse ser aplicada em crianças a partir de 3 anos, mas a Anvisa alegou falta de estudos suficientes para autorizar o uso da vacina na faixa etária 3 e 5 anos.
Ontem, o Butantan disse que possuía, em estoque e para uso imediato, 11 milhões de doses da CoronaVac, sendo que 4 milhões ficariam em São Paulo e 7 milhões permaneceriam aguardando interesse de compra por parte do Ministério da Saúde.
Também ontem, o Consórcio Nordeste, formado pelos nove estados da região, enviou um ofício ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cobrando urgência na compra de mais doses da CoronaVac junto ao Instituto Butantan.
O ofício foi assinado pelo líder do bloco, o governador de PE, Paulo Câmara (PSB). Na carta, ele reiterou a urgência de vacinar crianças e adolescentes, tendo em vista o aumento no número de casos de covid-19 em decorrência da variante ômicron.
Também hoje, em entrevistas a jornalistas captada pela GloboNews, em Brasília, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, já havia dito que a pasta estava disposta a comprar doses da CoronaVac junto ao Instituto Butantan.
Segundo ele, a aquisição de doses dependia de avaliações da Saúde para saber quantas doses da CoronaVac ainda estavam paradas em estoques federais, estaduais e municipais.
"Precisamos fazer essa consulta para que não façamos uma aquisição desnecessária", afirmou, pedindo que estados e municípios não aplicassem doses do imunizante em crianças e adolescentes antes que a avaliação fosse feita.
Na ocasião, o secretário disse que a Saúde tinha 6 milhões de doses da CoronaVac com possibilidade de já serem enviadas a estados para a vacinação de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos contra a covid-19.
Ainda de acordo com ele, os estados também possuíam algumas doses da CoronaVac constando como não aplicadas — mas ainda era preciso verificar se, de fato, elas ainda não haviam sido utilizadas ou se ocorreu algum atraso na comunicação à Saúde.
"Temos cerca de 17 milhões de doses que não foram registradas como vacinas aplicadas, mas a gente não tem a garantia de que essas doses estão na rede (pública de saúde)", detalhou.
Fonte: UOL