Cotidiano

Brasil registrou 137.103 novos casos de Covid-19 nesta terça-feira





Brasil tem média móvel de 83.205 casos de Covid, maior já registrada pelo Conass

País registrou 137.103 novos casos e 351 óbitos em 24 horas

O Brasil registrou 137.103 novos casos de Covid-19 nesta terça-feira (18), segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Com isso, chegou a uma média móvel de 83.205 infecções (considerando os últimos sete dias), a maior desde o começo da pandemia pelos registros do Conass. Média móvel é a média dos casos registrados nos últimos sete dias.

Até então, a maior média móvel notificada pelo Conass havia sido em 24 de junho de 2021, e foi de 77.328 casos.

O índice atual representa um crescimento de 12,9% em relação à média móvel do dia anterior e 90,6% em relação à da semana anterior.

O órgão registrou ainda 351 óbitos associados à Covid-19, o maior desde 17 de novembro, quando foram registrados 373.

Com isso, a média móvel (considerando os últimos sete dias) ficou em 183 — um crescimento de 19% em relação ao índice do dia anterior e 49,8% ao da semana anterior.

O Conass disse à CNN que [os dados] “ainda podem sofrer impactos do ataque hacker que ocorreu na plataforma do Ministério da Saúde”, mas que esses impactos tendem a ser menores e que os dados refletem a alta de casos no país.

À CNN, o infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Álvaro Furtado, também destaca que a falta de repasse de dados pode ter tido impacto nos números das últimas semanas.

“É muito difícil fazer uma análise sem levar em consideração as fragilidades de notificação que a gente tem no Brasil, especialmente a quantidade de casos e testagem”, comenta.

No entanto, Furtado diz que a alta reflete o cenário visto em hospitais. “Quem atende paciente já nota esse incremento absurdamente rápido de casos”, disse.

Furtado explica que, agora, o país está estruturando melhor os dados e mostrando uma realidade que, provavelmente, já estava acontecendo há algumas semanas.

O infectologista diz ainda que “à medida que aumenta os casos, o denominador de óbitos também pode aumentar”. “Não são 100% dos casos que irão evoluir para uma forma leve da Ômicron. Ela pode ter um desfecho de maior gravidade.”

Alta de transmissão

A taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil é a maior em um ano, e está em 1,6, segundo dados da plataforma de monitoramento Info Tracker, criada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade de São Paulo (USP).

Isso significa que uma pessoa contaminada pode disseminar o vírus para mais de uma pessoa. A plataforma alerta que isso pode gerar uma possível aceleração de novos contágios.

No dia 20 de dezembro, antes do Natal, o índice de transmissão estava em 0.9.

Na semana de 10 de janeiro até 17 de janeiro, o site registrou um aumento de 0,32 na taxa de transmissão, a maior alta semanal registrada pela plataforma desde o início do monitoramento, em janeiro de 2021.

Relembre o ataque cibernético

O site do Ministério da Saúde sofreu um ataque hacker

Todos os portais da pasta, como o “ConecteSUS” e o “Portal Covid” também foram afetados e ficaram sem possibilidade de acesso — incluindo alguns sistemas que as Secretarias Municipais de Saúde utilizam para repassar dados ao Conass.

O Lapsus$ Group, que assumiu a autoria do ataque, falou na época que 50 terabytes de informações foram retirados do sistema e estavam em posse do grupo. “Nos contate caso queiram o retorno dos dados”, dizia a mensagem.

 

Confira outras notícias 

- Brasil tem a maior taxa de transmissão da Covid-19 em um ano, diz plataforma

Site Info Tracker, criado pela Unesp e pela USP, mostra que a taxa de transmissão no país está em 1.6, maior registro em um ano

A taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil é a maior em um ano, e está em 1,6, segundo dados da plataforma de monitoramento Info Tracker, criada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade de São Paulo (USP).

Isso significa que uma pessoa contaminada pode disseminar o vírus para mais de uma pessoa. A plataforma alerta que isso pode gerar uma possível aceleração de novos contágios.

Para fazer a comparação, no dia 20 de dezembro, antes do Natal, o índice de transmissão estava em 0.9.

Na semana de 10 de janeiro até 17 de janeiro, o site registrou um aumento de 0,32 na taxa de transmissão, a maior alta semanal registrada pela plataforma desde o início do monitoramento, em janeiro de 2021.

No momento em que o país enfrenta um “novo desafio”, como disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao se referir à luta contra a variante Ômicron do coronavírus, vários municípios voltam a restringir medidas de segurança — antes flexibilizada —para conter o avanço do contágio do vírus.

A plataforma também verificou cada uma das regiões do país. A região Sul está com a taxa de transmissão acima do nível do país com 1,76, seguida do Centro-Oeste com 1,68 e o Sudeste com 1,64.

O Norte tem 1,54 e o Nordeste aponta para 1,37.

O estado de São Paulo, por exemplo, tem registrado um aumento no número de casos de Covid-19 e Influenza nas últimas semanas.

De acordo com dados do InfoTracker, até o dia 17 de janeiro o estado marcava 54,73% na taxa de ocupação dos leitos de UTIs com pacientes de coronavírus.

 

- Ômicron não chegou no pico e próximas 2 semanas serão difíceis, diz especialista

Em entrevista à CNN, epidemiologista Ethel Maciel destaca dificuldade de se fazer previsões da pandemia por causa do apagão de dados da Saúde e a falta de testes de Covid-19

Na semana em que o Brasil completa um ano do início da vacinação contra a Covid-19, especialistas ouvidos pela CNN alertam que o país deve enfrentar, nos próximos dias, o pico da onda provocada pela variante Ômicron, enquanto “corremos contra o tempo para evitar novo colapso de saúde”.

De acordo com dados divulgados pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) na noite de segunda (17), o Brasil atingiu a maior média móvel de casos de Covid-19 desde junho do ano passado. Foram mais de 74 mil casos registrados e 121 mortes provocadas pela doenças nas últimas 24 horas.

Em entrevista à CNN nesta terça-feira (18), a epidemiologista e professora Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Ethel Maciel, explicou que a piora da pandemia vista neste momento é resultado das aglomerações feitas durante as festas de fim de ano.

“Natal, Ano Novo, as festas de fim de ano no geral demoram duas semanas para que tenhamos o pico de contaminação. E a gente ainda está em um período de férias, onde muitas pessoas tendem a aglomerar”, pontuou.

A professora destaca que muito provavelmente o pico da nova variante do coronavírus ainda não foi atingido. Ela comenta que há uma dificuldade de se obter informações concretas que deem o panorama da pandemia no país por causa do apagão de dados que o Ministério da Saúde teve após um ataque cibernético em dezembro, e pela falta de testes para diagnóstico de Covid-19.

“Não sabemos exatamente os números. Muito provavelmente tem uma subnotificação grande”, disse Ethel.

A epidemiologista comenta que os dados dos efeitos da Ômicron no Reino Unido indicam que ela é cerca de duas vezes mais transmissível do que a Delta.

“Estamos seguindo os dados de outros países que fazem muitos testes, mas acredito que ainda não chegamos no nosso pico. Vamos ter duas semanas ainda difíceis aqui no Brasil”, afirmou.

 

- Especialistas estimam fim da onda de contágio da Ômicron para fevereiro

Cálculo é baseado nas curvas de contágio da variante em outros países com cobertura vacinal semelhante ao Brasil. Em média, a onda dura em torno de um mês

Especialistas ouvidos pela CNN acreditam que a variante Ômicron deve perder força a partir do mês de fevereiro.

De acordo com presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, o pico de contágio deve ocorrer em uma a duas semanas. “É uma estimativa difícil. Mas depois do pico, começa a cair. Talvez, no final de fevereiro o número de casos já será bem menor”, explicou.

A variante foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde (OMS) pela África do Sul, no dia 24 de novembro do ano passado, e tomou o mundo com rapidez.

Um relatório divulgado há uma semana pela OMS mostrou que a cepa já é responsável por quase 60% dos casos de Covid-19 sequenciados no último mês.

No exterior, as curvas de transmissão de países como Canadá e Reino Unido, que têm coberturas vacinais semelhantes às do Brasil, caíram depois de um mês da chegada da Ômicron.

“A variante se comportou muito parecida com os outros países: é um aumento muito intenso e muito rápido do número de casos, é uma onda bastante aguda. Isso sempre preocupa. A gente viu que fica próximo a 30 dias a duração dessa curva”, explicou o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, que é médico sanitarista.

No Rio de Janeiro, a variante já é responsável por 98,1% dos casos de Covid-19. Do fim de 2021 para cá, a taxa de positividade para a doença na rede pública da capital fluminense subiu de 0,7% para 51%.

Segundo dados da prefeitura, 2022 já conta 64.713 casos confirmados, 238 graves. Além disso, 20 pessoas morreram.

Imagens em alta resolução mostram a variante Ômicron

“No momento a gente ainda tem o número de casos numa curva crescente. Os números continuam aumentando e aumentando quase na mesma velocidade que na África do Sul, na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá. Então são curvas muito parecidas, com uma velocidade de aumento um pouco menor no Rio de Janeiro”, diz Soranz.

“A gente está com um índice de replicação de 4. Nesses países a gente chegou a ver um índice de replicação de 6. Então a gente está indo em uma velocidade um pouco menor mas muito intensa de casos”, avalia o secretário.

Para dar conta de atender a demanda, a prefeitura carioca reabriu 150 leitos para tratamento de pacientes com Covid. “A gente tem que estar preparado para aumentar pontos de testagem, pontos de atendimento e leitos hospitalares porque a gente não sabe, de fato, quanto isso vai durar”, explicou.

O secretário também revelou um palpite de pesquisadores: “para alguns especialistas, ela se finaliza próximo a primeira semana de fevereiro, mas é muito cedo para afirmar”.

O infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), José Cerbino Neto, concorda que é cedo para afirmar:

“O que temos hoje são dados das ondas na África do Sul e de países do hemisfério norte, que estão algumas semanas na nossa frente. Os dados deles sugerem uma duração de cinco a seis semanas, mas temos tido uma variação geográfica muito grande entre as ondas. O Brasil tem infecções prévias, cobertura vacinal e sazonalidade muito diferente desses locais, o que pode influenciar a duração aqui”, explicou.

De acordo com Cerbino, como ainda estamos em ascensão não é possível prever com os nossos dados se o comportamento será o mesmo que o observado no exterior.

“Eu diria que esperamos ver uma mudança de tendência ao longo das próximas duas semanas, e quando isso ocorrer será possível estimar a duração da onda”, concluiu o infectologista.

Fonte: CNN Brasil