Política

PF tem até o dia 28 para ouvir Bolsonaro sobre vazamento de informações sigilosas





Prazo foi estabelecido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

A Polícia Federal tem até 28 de janeiro para ouvir o presidente Jair Bolsonaro sobre o vazamento de documentos sigilosos de um inquérito envolvendo um ataque hacker no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo fontes ouvidas pela CNN, o prazo foi estabelecido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura a conduta de Bolsonaro no caso.

A informação do prazo para o depoimento de Bolsonaro foi publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada pela CNN.

De acordo com as fontes ouvidas, a Polícia Federal ainda não tem uma data definida para ouvir o presidente Bolsonaro.

O despacho de Moraes se deu em um inquérito aberto no STF para apurar a divulgação da investigação sigilosa por parte de Bolsonaro. O presidente divulgou essas informações em suas redes sociais no ano passado, primeiro durante uma live ao lado do deputado Filipe Barros (PSL-PR) e depois publicando a íntegra em sua página no Facebook.

Na transmissão, Bolsonaro e o deputado Filipe Barros comentaram o inquérito sobre o ataque ao TSE, que era sigiloso. Em seguida, o presidente divulgou a íntegra da investigação nas redes sociais.

O TSE divulgou resposta, à época, esclarecendo que o acesso aos sistemas do Tribunal não representou risco à integridade das eleições de 2018, já que, segundo o TSE, o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes que fazem com que seja possível identificar qualquer alteração ou manipulação.

Questionado pela CNN sobre a decisão de Moraes e sobre a data do depoimento, o Palácio do Planalto não enviou resposta até a publicação desta reportagem.

 

Confira outras notícias 

- Weintraub ataca governo Bolsonaro: Fomos substituídos por turma do centrão

Os ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) Abraham Weintraub (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) fizeram críticas ontem, durante uma live, à aliança do presidente com os partidos do centrão.

Para o ex-titular da Educação, os conservadores foram "substituídos por essa turma [do centrão]". O ex-chanceler, por sua vez, disse que o bloco político "começou a dominar o governo e pautar o governo".

As críticas ao centrão começaram quando o líder religioso Silas Malafaia disse que os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Fábio Faria (Comunicações) não fizeram esforço para aprovar a indicação do nome de André Mendonça para STF (Supremo Tribunal Federal). A indicação demorou quatro meses e meio para ser analisada pelo Senado. 

"Uma das frentes que a gente está sofrendo grandes ataques, os conservadores, é justamente da turma do centrão", disse Weintraub. "[É] um grande obstáculo que nós conservadores estamos passando, sendo atacados continuamente, e substituídos por essa turma do centrão que você citou", emendou o ex-ministro.

As declarações dos antigos integrantes do governo aconteceram durante uma live do "ConservaTalk", programa no YouTube do qual os dois fazem parte, ao lado do também ex-ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) e de outras personalidades do campo da direita.

O ex-chanceler reforçou as críticas do colega que comandava a pasta da Educação. Araújo foi demitido em março do ano passado por pressão do Congresso.

"E o que aconteceu quando o centrão começou a dominar o governo e pautar o governo? Fui cada vez mais isolado e tirado da capacidade de levar adiante essa política externa transformadora. Esse centrão que veio aí é um centrão que acha que a política externa é fazer tudo o que a China quer", disse.

Apesar das críticas, Salles, Malafaia e o deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) afirmaram que a era necessário manter o grupo próximo ao governo.

"Essa história do centrão também não pode virar um cavalo de batalha. Por quê? Porque a política é feita de alianças. A política é feita de união", afirmou o ex-chefe do Meio Ambiente.

Moro diz que o centrão "dá as cartas" no governo

O ex-juiz Sergio Moro, que comandou a pasta da Justiça e Segurança Pública, foi ao Twitter dizer que o centrão "dá as cartas" na gestão do presidente.

"O centrão dá as cartas no governo Bolsonaro, como deu nos governos PT. Ajustam-se os interesses, o discurso e pronto", escreveu o ex-ministro.

O comentário foi feito por Moro ao mencionar a vitória do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na indicação do economista José Gomes da Costa como presidente interino do Banco do Nordeste (BNB).

Moro é pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos e aparece em terceiro lugar nas pesquisas de opinião, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Bolsonaro.

Fonte: CNN Brasil - UOL