Cotidiano
Aceitei o governo para ser anteparo a Bolsonaro, diz Moro
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O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) afirmou que aceitou entrar no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser um “anteparo” ao presidente e aos seus “arroubos autoritários”. Moro nega que tenha aceitado pelo prestígio do cargo de ministro.
“Ele [Bolsonaro] mesmo colocava na época que ele iria delegar o poder para aqueles então chamados superministros, eu e o Paulo Guedes”, disse Moro em entrevista à Jovem Pan nesta 3ª feira (18.jan.2021). “E muita gente, quando eu aceitei, me disse o seguinte: ‘fiquei feliz que você aceitou poque você vai servir como um anteparo a esses arroubos autoritários do Bolsonaro.’ Então eu fui nessa condição.”
Moro disse que deixou claro que não estava indo pelo cargo de ministro, mas por um “projeto” de combate a corrupção. Mas, segundo ele, esse projeto foi sabotado por Bolsonaro e foi o motivo pelo qual ele decidiu sair do governo.
“Eu não tenho compromisso com coisa errada”, disse o ex-juiz.
MINISTROS NO STF
Caso vença as eleições presidenciais, Moro teria direito a indicar 2 ministros ao STF (Supremo Tribunal Federal). Os ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber vão se aposentar em 2023, por isso, quem for eleito no ano que vem fará mais duas indicações para as vagas na Corte.
Moro afirmou que ainda não tem nomes específicos para o STF, mas que deve indicar “magistrados de carreira”. Segundo ele, é importante saber o histórico de decisões e o perfil do possível juiz.
“Quero [alguém com] firme compromisso com a legalidade, um juiz que tenha a visão de que existe o império da lei e que o império da lei é importante para a democracia”, disse Moro. “Que sejam, sim, juízes que respeitam os direitos humanos, os direitos fundamentais, mas que também tenham um firme compromisso com o combate à corrupção e àquilo que está errado em nosso país.”
O ex-juiz também criticou a atuação dos atuais ministros do STF. Segundo ele, as anulações das condenações no âmbito da Lava Jato do ex-presidente Lula(PT) é “lamentável” e “um baita erro judiciário”.
Moro foi considerado parcial pelo STF em abril por sua atuação como juiz na operação. Desde então, o MPF (Ministério Público Federal) pediu o arquivamento do caso do tríplex do Guarujá por prescrição. Em relação ao sítio de Atibaia, a Justiça rejeitou a nova denúncia contra Lula.
Para Moro, há “mentiras e fake news” sobre a Lava Jato, o que também explicaria a sua rejeição. Segundo pesquisa PoderData realizada de 19 a 21 de dezembro de 2021, 51% dos eleitores não votariam em Moro “de jeito nenhum”.
Fonte: Poder360
