O número de novos casos diários de covid-19 no mundo atingiu, na 2ª feira (10.jan.2021), o patamar mais alto desde o início da pandemia. Segundo dados do Our World in Data, foram 3,28 milhões de infecções registradas em 24 horas.
No fim de dezembro, o mundo teve pela 1ª vez mais de 1 milhão de novos casos diários de covid. Desde então, foram vários novos recordes. O último havia sido em 7 de janeiro: 2,87 milhões.
A alta de novas infecções está ligada à disseminação da variante ômicron, mais transmissível que as demais cepas do coronavírus.
Só nos Estados Unidos foram registrados, na 2ª feira (10.jan), 1,48 milhão de novos casos diários. O número é maior que a soma das novas infecções registradas na Europa (991 mil) e na Ásia (400).
Os EUA atingiram o maior número de hospitalizações pela doença na 2ª (10.jan). Foram 132.646 pessoas hospitalizadas com covid-19, superando o recorde anterior de 132.051 pacientes em hospitais, em janeiro do ano passado.
A variante foi detectada pela 1ª vez em novembro de 2021 e vem se espalhando rapidamente pelo mundo. No Brasil, a média de casos da doença já voltou ao patamar de setembro do ano passado, impulsionado pelo avanço da nova variante.
Apesar do grande número de novos casos, as mortes por covid-19 não subiram de forma tão acentuada.
Evidências indicam que, apesar de mais transmissível, a ômicron não é tão mortal quando outras cepas do Sars-CoV-2. Segundo estudos, a variante tem maior probabilidade de infectar a garganta que os pulmões.
Na 2ª feira (10.jan), o enviado especial da OMS (Organização Mundial da Saúde) para o combate a pandemia da covid-19, o médico David Nabarro, disse à Sky News que “o fim da pandemia está à vista”. No entanto, ele alertou que o mundo enfrentará dificuldades até chegar lá.
“Temos o ômicron, mas teremos mais variantes”, falou. “A vida pode continuar, podemos fazer a economia voltar a funcionar em muitos países, mas temos que ser realmente respeitosos com o vírus e isso significa ter planos realmente bons para lidar com os surtos.”
A declaração de Nabarro vai de encontro com editorial publicado no domingo (9.jan) pela revista científica Nature. Segundo o texto, a covid-19 veio para ficare os países devem decidir como se adaptar ao vírus.
“Cada região deve descobrir como equilibrar as mortes, incapacidades e interrupções causadas pelo vírus, com os custos financeiros e sociais das medidas usadas para tentar controlar”, lê-se no editorial.
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- EUA voltam a registrar mais de 1 milhão de casos de Covid-19 e batem novo recorde
Os Estados Unidos voltaram a registrar mais de 1 milhão de casos diários de Covid-19 nesta segunda-feira (10), com 1.483.656 novas infecções nas últimas 24 horas, segundo a plataforma de monitoramento da Universidade Johns Hopkins.
O número representa novo recorde no país, que havia contabilizado cerca de 1,1 milhão de casos na segunda-feira (3) da semana passada. No total, os EUA registram 61.558.085 infecções pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, liderando com folga o ranking mundial.
As autoridades de saúde americanas atribuem o avanço da Covid-19 à variante Ômicron, altamente transmissível. Segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA, a nova cepa já representa cerca de 60% das infecções no país.
O número de mortes, no entanto, segue bem abaixo dos níveis recordes já observados no país. Nesta segunda, foram registrados 1.906 novos óbitos pela doença, menos da metade dos 4.442 relatados em 20 de janeiro do ano passado.
As hospitalizações por Covid-19 têm preocupado as autoridades americanas. Segundo dados do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, mais de 141 mil americanos estão internados com a doença, muito próximo do recorde de 142.246 observado há um ano.
- OMS: Ômicron deve infectar mais da metade da Europa em até 8 semanas
Mais da metade da população europeia deve ser infectada pela variante Ômicron do coronavírus nas próximas seis a oito semanas, disse nesta terça-feira (11) o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o continente, Hans Kluge.
A Europa registrou mais de 7 milhões de novos casos de Covid-19 na primeira semana de 2022, mais do que o dobro do notificado quinze dias antes, disse Kluge em uma coletiva de imprensa.
“Neste ritmo, o Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde prevê que mais de 50% da população da região será infectada com a Ômicron nas próximas seis a oito semanas”, disse Kluge.
Apesar dos primeiros estudos mostrarem um risco menor de doença grave ou hospitalização por Ômicron em comparação com a variante Delta, anteriormente dominante, as redes de saúde na Espanha, Grã-Bretanha, Itáliae além se encontraram em circunstâncias cada vez mais desesperadoras.
A Grã-Bretanha colocou suas maiores empresas privadas de saúde em alerta máximo na segunda-feira (10) para oferecer tratamentos essenciais, incluindo cirurgia de câncer. A iniciativa é para que o sistema não entre em colapso caso haja ausência de funcionários e níveis insustentáveis de hospitalizações nas unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde (NHS) na Inglaterra.
O país também começou a enviar militares para apoiar hospitais na sexta-feira devido ao registro de casos de COVID-19.
“A Ômicron significa mais pacientes para tratar e menos equipe para tratá-los”, disse o diretor médico do NHS, Stephen Powis, em um comunicado.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, disse na segunda-feira que pode ser hora de usar parâmetros diferentes para monitorar o aumento de casos de Covid-19.
O jornal espanhol El Pais disse que o governo está considerando métodos semelhantes aos usados para rastrear a gripe, sem testes tão amplos e registro de casos.
A Espanha tem apresentado um aumento de infectados entre enfermeiros e fisioterapeutas que trabalham na linha de frente, disse o sindicato espanhol de enfermagem SATSE em comunicado.
Na região da Andaluzia, eles representavam mais de 30% dos funcionários em licença relacionada à Covid-19 na segunda quinzena de dezembro.
Só na região, cerca de mil trabalhadores foram infectados com o coronavírus nas últimas semanas do ano, “gerando graves problemas na cobertura do serviço”, disse o comunicado.
Na Holanda, as taxas de infecção também estão aumentando acentuadamente entre os funcionários dos hospitais, principalmente enfermeiros e auxiliares de enfermagem, informou o diário holandês De Telegraaf na sexta-feira (7), após uma pesquisa em oito grandes hospitais.
Nos piores casos, um em cada quatro testou positivo no período que antecedeu o Natal, como no Centro Médico da Universidade de Amsterdã, onde 25% dos funcionários agora apresentam resultado positivo, em comparação com 5% há uma semana.
Hospitais holandeses estão considerando mudar suas regras de quarentena para que funcionários infectados que não apresentem sintomas possam vir trabalhar, segundo uma matéria do De Telegraaf, já que os números diários de casos holandeses quebram recordes, apesar de um bloqueio rígido desde 19 de dezembro.
Na Itália, o problema dos profissionais de saúde infectados – mais de 12.800 segundo dados coletados na semana passada – está sendo agravado pela suspensão de médicos, enfermeiras e pessoal administrativo que não são vacinados e representam pouco mais de 4% da força de trabalho total.
Em uma tentativa de última hora para preencher lacunas no serviço, as agências de saúde italianas estão congelando ou adiando férias de funcionários e congelando ou adiando cirurgias programadas não classificadas como “urgentes”.
Fonte: Poder360 - CNN Brasil - Reuters