Cotidiano

Brasil será independente na produção de vacina em 2022, diz ministro





Marcos Pontes é o entrevistado no último A Voz do Brasil de 2021

A partir de 2022, o Brasil será independente na produção de vacinas para a covid-19 e estará preparado para futuras pandemias, disse o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes. “Se o planeta não quiser vender vacina para o Brasil, o Brasil vai vender vacina para o planeta”, disse o ministro durante entrevista ao programa A Voz do Brasil que vai ar na noite desta sexta-feira (31).

Pontes disse que o ministério investiu em 15 tipos de tecnologias de vacinas. “[Essa estrutura] vai servir para outras pandemias que nós teremos, sem dúvida nenhuma. Vai servir para doenças negligenciadas, como dengue, zika e chikungunya, e além disso nós temos a ampliação da infraestrutura de pesquisa para vírus e viroses emergentes. Chamo de programa escudo para o Brasil estar muito mais preparado para as próximas pandemias. A gente não pode passar por uma pandemia e não aprender com isso”.

O ministro também citou alguns projetos da pasta para 2022, como o início de construção de um laboratório de biossegurança nível 4, que será o primeiro da América Latina; o início das operações do Instituto Nacional do Mar; a construção do Criosfera 2 na Antártica; o aumento do número de laboratórios remotos na Amazônia, com a expectativa de chegar a 50 estações; o desenvolvimento da primeira bateria de nióbio e grafeno e o aumento das tecnologias de biocombustível.

 

Confira outras notícias 

- Onda de covid causada por ômicron acabou, diz África do Sul

A África do Sul diz que a onda de novos casos de covid-19 causada pela ômicron perdeu força nas últimas semanas. Como resultado, o país suspendeu o toque de recolher.

“Todos os indicadores sugerem que o país pode ter ultrapassado o pico da 4ª onda”, lê-se comunicado emitido depois de uma reunião governamental realizada na 5ª feira (30.dez.2021).

“Embora a variante ômicron seja altamente transmissível, verifica-se taxas mais baixas de hospitalização do que nas ondas anteriores”, declara o governo sul-africano.

“Isso significa que o país tem capacidade ociosa para internação de pacientes até mesmo para serviços de saúde de rotina. Há um aumento marginal no número de mortes em todas as províncias.”

Dados da Secretaria de Saúde do país mostram que houve redução de 29,7% no número de novos casos detectados na semana encerrada em 25 de dezembro (89.781) em relação ao número registrados na semana anterior (127.753). Segundo o governo sul-africano, houve um declínio nas internações hospitalares em todas as províncias, exceto em Cabo Ocidental.

Mesmo com a redução nos novos casos, algumas restrições foram mantidas –como a obrigatoriedade do uso de máscara em locais públicos.

A ômicron foi identificada pela 1ª vez na África do Sul, no fim de novembro. Logo em seguida, a OMS (Organização Mundial da Saúde) a classificou como “variante de preocupação”. Desde então, diversos países suspenderam a entrada de viajantes vindos de países do sul da África –algo que países africanos chamaram de “afrofobia”.

FIM DA PANDEMIA

Na 5ª feira (30.dez.2021), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom publicou um texto no LinkedIn em que fala “ação renovada para acabar com a pandemia em 2022”.

Segundo Adhanom, o mundo tem “todas as ferramentas, recursos e razões (mais de 5 milhões de vidas perdidas e contando) para acabar com esta calamidade”.

O diretor-geral afirma que não basta a vontade, mas é preciso haver ações concretas.

“Os governos tomarão medidas adequadas e consistentes para conter a transmissão? Eles, junto com as empresas farmacêuticas, priorizarão as entregas de vacinas para iniciativas globais, como Covax e Avat, para alcançar aqueles que estão em maior risco?”, questiona.

“As pessoas tomarão as medidas necessárias para proteger a si mesmas e a outras pessoas, desde a vacinação até o compartilhamento de informações precisas sobre o vírus? Se as escolhas certas forem tomadas, podemos reverter essa pandemia e aproveitar os ganhos obtidos em 2021”, diz.

Adhanom destaca o que considera os maiores empecilhos para o fim da pandemia: nacionalismo, acumulação de vacinas anticovid e consequente propagação da desigualdade vacinal.

“Quanto mais a desigualdade persistir, maior será a chance desse vírus se transformar em novas variantes que não podemos prevenir nem prever, prendendo-nos em um ciclo contínuo de perdas, privações e restrições”, afirma.

“Depois de 2 anos, agora conhecemos bem esse vírus”, diz. “Com todos esses aprendizados e capacidades, a oportunidade de reverter esta pandemia para sempre está ao nosso alcance. Se o fizermos, salvaremos vidas, aliviaremos o fardo sobre os sistemas de saúde sobrecarregados e daremos trégua às legiões de trabalhadores da saúde que trabalharam incansavelmente e se sacrificaram tanto em 2 anos”.

 

- Em 7 dias, casos de Covid crescem 134,2% no Brasil, mas número de mortes recua 9,2%

 

Dados analisados pela Agência CNN comparam período de 24 a 30 de dezembro com 17 a 23 do mesmo mês

 

Levantamento realizado pela Agência CNN com base nos números divulgados pelo Ministério da Saúde mostra um crescimento de 134,2% no número de contaminações por coronavírus no intervalo de 7 dias, de 24 a 30 de dezembro, em comparação com os dados dos dias 17 a 23 do mesmo mês.

 

Segundo a análise, foram relatados 50.666 casos entre 24 e 30 de dezembro. De 17 a 23, o registrou apontou 21.632. A média de casos diários no período de 24 a 30 foi de 7.238. De 17 a 23, a média móvel ficou e 3.090.

 

Em contrapartida, apesar do crescimento nos números de contaminação, houve queda de 9,2% no número de mortes por coronavírus no mesmo período. De 24 a 30 de dezembro, foram contabilizadas 756 mortes, com média móvel de 108. Entre os dias 17 e 23, foram 833 mortes, com média móvel de 119.

 

Números da Agência CNN

 

24 a 30 de dezembro
Casos: 50.666. Média móvel: 7.238
Mortes: 756. Média móvel: 108

 

17 a 23 de dezembro
Casos: 21.632. Média móvel: 3.090
Mortes: 833. Média móvel: 119

 

Por causa da instabilidade ocorrida nos sistemas do Ministério da Saúde, a Fiocruz alertou no último dia 23 que os números divulgados pelo governo sobre a pandemia podem não ser fiéis à realidade do momento no Brasil, devido à dificuldade de alguns estados enviarem dados.

 

Fonte: Agência Brasil - Poder360 - CNN Brasil