Política

Trabalhei honestamente no setor privado, diz Moro





Pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sergio Moro disse nesta 3ª feira (28.dez.2021) que nunca se envolveu com corrupção e que trabalhou “honestamente no setor privado para sustentar sua família”. 

“Trabalhei 23 anos na carreira pública. Lutei contra a corrupção neste país como ninguém jamais havia feito. Deixei o serviço público e trabalhei honestamente no setor privado para sustentar minha família. Nunca paguei ou recebi propina, fiz rachadinha ou comprei mansões”, escreveu no Twitter.

Deu a declaração depois de o TCU (Tribunal de Contas da União) determinar ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e à Alvarez & Marsal —administradora judicial da Odebrecht— que forneçam documentos sobre o rompimento do vínculo entre Moro e a empresa de consultoria.

O ex-juiz da operação Lava Jato ocupava o cargo de sócio-diretor da empresa desde novembro de 2020, atuando na área de “disputas e investigações”. A investigação apura se houve conflito de interesses entre Moro e a consultoria norte-americana.

No começo deste ano, o TCU já havia classificado fatos envolvendo a relação entre a empresa norte-americana e Moro como “gravíssimos”.

Não é a 1ª vez que Moro afirma que não enriqueceu trabalhando para a Alvarez & Marsal. No começo do mês, disse em entrevista que tinha a um salário compatível com a função.

 

- TCU determina que empresa divulgue quanto Moro ganhou

Ex-juiz se desvinculou da consultoria americana Alvarez & Marsal em 31 de outubro deste ano

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a consultoria americana Alvarez & Marsal divulgue quanto o ex-juiz Sergio Moro recebeu ao deixar a empresa. Pré-candidato à Presidência pelo Podemos, ele se desvinculou da companhia em 31 de outubro deste ano.

O ministro Bruno Dantas decidiu que a firma tem de enviar “toda documentação relativa ao rompimento do vínculo de prestação de serviços” com o ex-juiz Sérgio Moro, incluindo datas das transações e valores envolvidos”.

Dantas acatou pedido feito pelo Ministério Público junto ao TCU. O procurador Lucas Rocha Furtado argumentou que a corte deve obter as informações para avaliar se houve suposto conflito de interesses ou ainda “favorecimentos, manipulação e troca de favores entre agentes públicos e organizações privadas “.

A Alvarez & Marsal, empresa para a qual Moro passou a trabalhar após pedir demissão do cargo de ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, trabalhou para a recuperação judicial da Odebrecht, entre outras companhias afetadas pela Operação Lava Jato.

Dantas também determinou que o Conselho Nacional de Justiça, as corregedorias dos Tribunais de Justiça, “a título de cooperação ” enviem informações sobre todos os processos de recuperação judicial que a companhia americana atuou de 2013 para cá, discriminando a remuneração para a companhia pelos serviços.

Pedido semelhante foi feito à própria Alvarez e Marsal. O ministro pede que “a título colaborativo” informe ao TCU os processos de recuperação para os quais trabalhou, bem como os valores recebidos.

Pelo Twitter, Sergio Moro afirmou que permaneceu por 23 anos na carreira pública, lutou contra a corrupção “como ninguém jamais havia feito”, trabalhou “honestamente no setor privado para sustentar” sua família. Moro afirmou ainda que nunca pagou ou recebeu propina, fez “rachadinha” ou comprou “mansões”.

“Não enriqueci no setor público e nem no privado. Não atuei em casos de conflito de interesses. Repudio as insinuações levianas do Procurador do TCU a meu respeito e lamento que o órgão seja utilizado dessa forma”, afirmou o ex-juiz.

Fonte: Poder360 - CNN Brasil