Alessandro Di Bussolo – Vatican News
"É uma bela coincidência que a data da beatificação do Papa Luciani tenha sido anunciada nas mesmas horas em que o Papa Francisco falava de humildade, tanto na audiência geral quanto depois na Cúria Romana." Pe. Davide Fiocco, colaborador da causa de beatificação de João Paulo I e diretor do Centro Papa Luciani de Santa Giustina, fala sobre a Diocese de Belluno-Feltre que tem em Albino Luciani um de seus filhos mais ilustres. A notícia de que o "Papa sorriso", Pontífice por apenas 33 dias entre agosto e setembro de 1978, será beatificado em 4 de setembro de 2022 por Francisco em São Pedro, foi recebida com alegria pela região do Vêneto onde a pandemia começou novamente a causar medo, mas a satisfação entre os fiéis é grande.
Pe. Davide, nascido há 53 anos em Canale d'Agordo, a mesma cidade das Dolomitas de Belluno na qual nasceu Albino Luciani, em 17 de outubro de 1912, é também diretor do escritório de comunicação social da diocese. Em 2012, ele começou a ajudar a vice-postuladora Stefania Falasca, escritora e jornalista de "Avvenire", na redação da Positio super virtutibus (mais de 3600 páginas) entregue à Congregação das Causas dos Santos em outubro de 2016.
Em 3 de setembro de 44 anos atrás, ele era um pequeno peregrino de Belluno, de 9 anos, que tinha ido a Roma com sua família para celebrar o Patriarca de Veneza que se tornou Papa. Hoje, ele enfatiza o orgulho de todos os conterrâneos de João Paulo I, por "tê-lo dado ao mundo", um montanaro que tão bem nos representou: homens tenazes, discretos, mas apaixonados pelas coisas que fazemos". Em nossa entrevista, destacamos que a data de sua beatificação está muito próxima do aniversário de início de seu ministério petrino, no qual Luciani enfatizou que aceitou "o jugo que Cristo quis colocar sobre nossos frágeis ombros" com "trepidação atônita", mas também "com imensa confiança na poderosa graça de Deus".
O Papa Luciani será beatificado no dia 4 de setembro do próximo ano, 44 anos e um dia depois da missa de início de seu pontificado. O senhor acha que a data foi escolhida por isso?
Pe. Fiocco: Posso imaginar. É uma bela circunstância, uma coincidência que certamente dá prazer. Também posso dizer que tenho uma lembrança pessoal daquele dia, porque eu era um menino de 9 anos, mas estava presente na Praça São Pedro naquela noite de 3 de setembro de 1978. Lembro-me da impressão de uma criança catapultada entre 200 mil pessoas naquela praça, que foi realmente uma coisa incrível que ficou na minha imaginação. Mas muito mais forte é a recordação da audiência que concedeu aos cidadãos de Belluno pela manhã na Sala das Bênçãos. Éramos dois mil para ver aquele homem que mais ou menos conhecíamos, vestido de branco. Ele nos impressionou muito, principalmente as pessoas idosas que o conheceram como pe. Albino e o viram João Paulo I. Por isso, releio ainda hoje com curiosidade as palavras que disse, também revendo as pessoas presentes, cumprimentando-as uma por uma. Era o seu estilo, e conosco de Belluno ele tentou ser um aldeão e foi, e o sentimos como tal.
Fonte: Vatican News