Cotidiano

Brasil registra 32 mortes por Covid-19 em 24 horas





País soma 618.424 óbitos provocados pela doença desde o início da pandemia

O Brasil registrou 32 mortes provocadas pela Covid-19 nas últimas 24 horas, segundo dados informados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde) no início da tarde deste sábado (25). Ao todo, o país contabiliza 618.424 óbitos relacionados à doença desde o início da pandemia.

De acordo com o Conass, o balanço deste sábado foi feito sem os dados de sete estados, que não enviaram suas informações a tempo. São eles: Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso, Roraima, Rio Grande do Sul e Tocantins.

Em relação ao número de novos casos, o Brasil registrou 3.889 contaminações pelo coronavírus em 24 horas. Ao todo, já foram contabilizadas 22.234.626 infecções no país.

Também neste sábado, o Ministério da Saúde informou que o Brasil registrou 2.625 mortes de pessoas com até 19 anos desde a confirmação do primeiro caso da doença no país até o dia 6 de dezembro. Isso equivale a uma média de quatro óbitos por dia.

Por causa desses números, a Sociedade Brasileira de Pediatria lançou um manifesto pedindo urgência na imunização das pessoas da faixa etária entre 5 e 11 anos, que já foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último dia 16.

O tema tem sido fato gerador de polêmica no governo. Na quinta-feira (23), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que a imunização de crianças só ocorrerá se os pais apresentarem prescrição médica e um “termo de consentimento livre esclarecido”.

Na sexta-feira (24), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo federal explique em até cinco dias a exigência dessa prescrição para a vacinação.

 

Confira outras notícias 

- Ministério da Saúde recomenda vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19

Vacinação de crianças deverá priorizar grupos com deficiência permanente ou comorbidades; em relação às crianças sem comorbidades, a imunização será realizada por faixa etária

O Ministério da Saúde recomendou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. De acordo com o documento a imunização do público de 5 a 11 anos deverá ser realizada com a autorização dos pais ou responsáveis e com a prescrição médica.

De acordo com o ministério, a vacinação de crianças deverá priorizar grupos com deficiência permanente ou comorbidades, além de crianças que vivam na mesma casa que pessoas com alto risco de evolução grave da Covid-19.

Em relação às crianças sem comorbidades, a imunização será realizada por faixa etária:

  • De 10 a 11 anos
  • De 8 a 9 anos
  • De 6 a 7 anos
  • De 5 anos

As recomendações permanecem em consulta pública aberta até o dia 2 de janeiro. O Ministério da Saúde afirma que a medida tem como objetivo dar transparência e abrir diálogo no processo de ampliação da campanha de vacinação contra a Covid-19.

O documento completo do Ministério da Saúde está disponível online.

Autorização da Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade no Brasil no dia 16 de dezembro. A decisão foi fruto de avaliação técnica do pedido submetido pela farmacêutica no dia 12 de novembro.

A dosagem da vacina para esta faixa etária será ajustada e menor que aquela utilizada por maiores de 12 anos. As doses terão frascos diferenciados pela cor, roxa para adultos e adolescentes e laranja para crianças, de acordo com a Pfizer.

Composição da vacina

A vacina da Pfizer para uso em crianças apresenta dosagem e composição diferentes do imunizante utilizado para maiores de 12 anos. A formulação da vacina para uso pediátrico é de duas doses de 0,2 mL (equivalente a 10 microgramas), com esquema de pelo menos 21 dias de intervalo entre as doses.

Com o objetivo de diferenciar as vacinas para crianças dos imunizantes para maiores de 12 anos, a tampa do frasco da vacina de uso pediátrico será na cor laranja. Para os maiores de 12 anos, a vacina, que será aplicada em doses de 0,3 mL, terá tampa na cor roxa, como já está padronizado.

A Anvisa orientou que as crianças que completarem 12 anos entre a primeira e a segunda dose, devem manter a dose pediátrica. Além disso, informou que não há estudos sobre a coadministração com outras vacinas para essa faixa de idade.

A vacina também tem esquema de conservação diferente, podendo permanecer por 10 semanas em temperatura de 2ºC a 8ºC.

Riscos de efeitos adversos são baixos

De acordo com a Anvisa, os principais pontos de atenção em relação ao público infantil para a aprovação da vacina são os dados de segurança e eventos adversos identificados.

Na apresentação sobre a aprovação da vacinação de crianças, os técnicos da Anvisa mostraram resultados de um panorama dos Estados Unidos com 4,9 milhões de crianças de 5 a 11 anos vacinadas com ao menos uma dose da Pfizer. As suspeitas de eventos adversos representavam 0,05% do total de doses administradas no país norte-americano.

De acordo com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), que aprovou o uso na mesma faixa etária no dia 25 de novembro, “os efeitos adversos mais frequentes em crianças dos 5 aos 11 anos são semelhantes aos das pessoas com 12 anos ou mais. Incluem dor no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, vermelhidão e inchaço no local da injeção, dores musculares e calafrios. Esses efeitos são geralmente leves ou moderados e melhoram alguns dias após a vacinação”.

Vacina é segura

De acordo com a avaliação da equipe técnica da Anvisa, a vacina é segura para aplicação em crianças de 5 a 11 anos.

Para chegar à decisão, a agência contou com a consultoria de um grupo de especialistas em pediatria e imunologia. Os pesquisadores tiveram acesso aos dados dos estudos e resultados apresentados pela Pfizer.

A consultoria contou com a participação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

“Eu vejo como excelente a vinda de uma vacina em termos de proteção para essas crianças. Foram apresentados, junto aos órgãos regulatórios, os estudos com relação à eficácia e principalmente em relação à segurança e imunogenicidade [capacidade de indução da resposta imunológica pelo organismo]”, disse a médica Rosana Richtmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia, em vídeo veiculado pela Anvisa.

Na reunião pública transmitida ao vivo pela Anvisa, o diretor-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, afirmou que as evidências científicas disponíveis apontam que a vacina administrada no esquema de duas doses para crianças de 5 a 11 anos pode ser eficaz na prevenção de doença grave e de óbitos.

- “Quem passou Natal com muita gente dever ter consequências”, diz infectologista

Em entrevista à CNN, o professor da USP Marcos Boulos afirma que, mesmo com menos casos graves, aumento de infecções pela Ômicron pode pressionar hospitais

Em entrevista à CNN o infectologista Marcos Boulos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que os sinais de aumento de casos e internações pela nova variante Ômicron do coronavírus no Brasil são preocupantes e que o país, como já está acontecendo em outros lugares do mundo, deverá ver um novo surto de infecções em breve.

“Estamos indo bem com relação ao controle da epidemia no Brasil. Estamos aumentando a imunização e podemos chegar em uma boa quantidade de pessoas imunizadas em algumas semanas, mas o que temos neste momento não é suficiente e as festas são absolutamente indesejáveis”, disse.

“Quem passou Natal com muita gente provavelmente vai ter consequências. Estamos vendo reuniões com quatro a cinco pessoas em que todos estão se infectando, então é preciso tomar cuidado ainda.”

Boulos diz que, em um cenário em que boa parte da população já está vacinada com ao menos duas doses da vacina, é possível manter os pequenos encontros entre familiares e pessoas próximas que estejam imunizadas e seguindo os protocolos e cuidados do dia a dia, como usar máscaras e evitar aglomerações.

Não significa, porém, baixar completamente a guarda. “Provavelmente a Ômicron aumentará de maneira importante [no Brasil]”, disse. “Apesar da não gravidade que ela tem mostrado em todos os lugares, o número  de casos e a demanda por assistência médico-hospitalar deva aumentar bastante.”

 

 

- “Cepas seguirão, mas serão leves para vacinados”, diz cardiologista da Imperial College

Ricardo Petraco avalia que as mortes pela variante Ômicron são, em sua maioria, de pessoas que não se imunizaram 

O crescimento no número de novos casos de Covid-19 na Europa vem chamando a atenção da população e da comunidade médica nos últimos dias. Na última segunda-feira (20), o total de novas contaminações na Itália subiu de 15.213 para 30.798 —essa é a primeira vez o número que chegou acima do patamar de 30 mil desde novembro do ano passado. Para especialistas, entretanto, a maior parte dos óbitos foi de pessoas que não se vacinaram.

Em entrevista à CNN, o cardiologista Ricardo Petraco, da Imperial College de Londres, afirmou que “cerca de 80% diagnosticados na Europa estão relacionados à nova variante [Ômicron], mas não que dizer que seja preocupante”. Ele considera que o mais importante não é o número de infectados, mas o total de mortes e hospitalizações.

De todo modo, Petraco diz que os dados preliminares sobre a Ômicron apontam que ela será menos agressiva do que o imaginado. “Existirão outras variantes, mas, em um contexto de pessoas vacinadas, o impacto deve ser menor”, acredita.

Para ele, os governos devem ser responsáveis e precisam colocar pressões sociais e legais para a população se imunizar.

Na opinião do especialista, o alto número de pessoas já vacinadas no Brasil é um indicador positivo. Mesmo assim, ele alerta que as medidas de proteção não devem ser relaxadas. “É preciso ter sensatez”, pondera. Ele explica que a transmissão ocorre mais facilmente em ambientes fechados.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, ao todo, mais de 75% da população brasileira já recebeu a primeira dose, e mais de 65,5% das pessoas estão com o esquema vacinal completo —ou seja, tomaram duas doses ou a vacina de dose única.

“Acredito que o governo europeu foi categórico quando liberou o direito da população ficar sem máscara em espaços abertos. Talvez isso possa ter ajudado na transmissão da Ômicron”, finaliza.

Casos na Europa

O Reino Unido reportou 90 mil novos casos de coronavírus na terça-feira (21), e o total de infectados nos sete dias até 21 de dezembro foi 63% maior do que no período da semana anterior.

A Ômicron já é a variante dominante na Dinamarca, disse o ministro da Saúde do país, Magnus Heunicke, na terça-feira, citando dados do Statens Serum Institut (SSI, na sigla em dinamarquês), parte do Ministério da Saúde local.

Em Paris, na França, a variante do Ômicron representa um terço dos novos casos detectados e 10% de todas as infecções no país, afirmou o porta-voz do governo Gabriel Attal a jornalistas.

 

 

Fonte: CNN Brasil com Reuters