Economia

Dólar fecha quase estável a R$ 5,739; Bolsa opera em alta





O dólar comercial fechou hoje quase estável, com leve queda de 0,07%, cotado a R$ 5,739 na venda. Na véspera, a moeda norte-americana atingiu o maior valor em nove meses (R$ 5,743), com temor que a variante ômicron cause uma nova rodada de fechamentos no exterior.

Por volta das 17h20 (horário de Brasília), o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) operava em alta de 0,57%, aos 105.614,55.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Riscos seguem em foco

Além de fatores sazonais locais que tradicionalmente elevam a busca pela moeda norte-americana —como o pagamento de juros e dividendos por parte de empresas com a chegada do fim do ano—, os últimos dias têm contado com maior instabilidade nos mercados internacionais, em meio a receios sobre qual será o impacto econômico da variante ômicron do coronavírus e sinalizações mais duras com a inflação de grandes bancos centrais.

"Na minha visão, uma parte da pressão de curto-prazo pode ser explicada pela nova onda pandêmica", disse em blog Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos. "Todavia, a inflação elevada e a necessidade de normalização monetária no mundo devem ser vetores de duração mais longa e fontes mais persistentes de instabilidade aos ativos de risco."

Na semana passada, o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, anunciou a aceleração da redução de seus estímulos e passou a prever três altas de juros para o ano que vem, o que é amplamente visto como positivo para o dólar.

No Brasil, outros desafios ofuscam as perspectivas do real.

"Continuamos em um pano de fundo de incerteza fiscal, com a continuidade de pressões para mais gastos às vésperas de um ano eleitoral", disse Kawa.

Depois de o governo ter conseguido alterar a regra do teto de gastos —importante âncora fiscal do país— por meio da PEC dos Precatórios, abrindo espaço fiscal para financiamento do programa Auxílio Brasil, o Ministério da Economia fez pedido na semana passada para remanejar quase R$ 2,9 bilhões no Orçamento de 2022 com a finalidade de reajustar salários de algumas carreiras de servidores públicos. Investidores ficaram atentos à aprovação do relatório final do Orçamento pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) nesta tarde.

Além da pauta fiscal, os mercados ficavam receosos com a aproximação da corrida eleitoral do ano que vem, que já promete elevar a incerteza política e, consequentemente, aumentar a busca pela segurança do dólar.

Fonte: UOL com Reuters