Cotidiano

Governo reduz intervalo da dose de reforço para 4 meses





O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou neste sábado (18.dez.2021) que o intervalo para a aplicação da dose de reforço da vacina contra covid-19 será reduzido. A partir de 2ª feira (20), pessoas que tomaram a 2ª dose há 4 meses já poderão tomar a 3ª. Antes era necessário esperar 5 meses.

A nova orientação foi determinada por causa da variante ômicron. Indícios preliminares mostram que a cepa é mais transmissível. A portaria com a modificação do prazo será publicada na 2ª feira (20.dez), segundo o ministro.

A dose de reforço é fundamental para frear o avanço de novas variantes e reduzir hospitalizações e óbitos, em especial em grupos de risco”, disse Queiroga. Pouco menos de 11% da população recebeu o reforço.

Alguns dos Estados já tinham reduzido o intervalo para a dose adicional, logo que a ômicron foi identificada no país. São Paulo, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Minas Gerais estabeleceram que fosse de 4 meses. O Espírito Santo adiantou para 3 meses o reforço para idosos.

O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) havia chegado a pedir o adiantamento do reforço ao Ministério.

No começo de dezembro, a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite, criticou a decisão dos Estados de antecipar o reforço para 4 meses. “Conforme a nossa câmara técnica isto pode até ser considerado erro vacinal”, disse ao Valor Econômico.

O Brasil confirmou os 2 primeiros casos da ômicron em 30 de novembro. O país já tem mais de 30 infectados com a variante até este sábado (18).

Um levantamento do Poder360 mostra que o Brasil aplicou a dose de reforço em 41% dos maiores de 60 anos até 9 de dezembro. A administração da injeção extra começou em setembro só para idosos e com intervalo de 6 meses.

Desde novembro, todos os adultos que tivessem a 2ª aplicação a pelo menos 5 meses podiam tomar o reforço. Mas o ritmo seguiu lento.

O chefe do Ministério da Saúde também defendeu neste sábado que a aplicação da dose de reforço é mais importante que a imunização de crianças –aprovada na 5ª feira pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Tenho mais preocupação com a aplicação de 2ª dose e 3ª dose do que com a vacinação em criança”, disse Queiroga. Ele afirmou ser necessário “proteger os mais vulneráveis, justamente os idosos e aqueles que estão na linha de frente”.

Estudo da Pfizer publicado em 8 de dezembro indica que 3 doses da vacina da farmacêutica conseguem neutralizar em grande parte a variante ômicron.

Ao mesmo tempo, o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, afirmou que a nova variante pode comprometer a capacidade de proteção da vacina com as duas primeiras doses.

Há estudos mostrando que a efetividade das duas primeiras doses contra infecções tende a cair depois de 5 ou 6 meses. Embora as vacinas continuem representando barreira contra hospitalização e morte, podem não conseguir segurar a transmissão do vírus depois desse período.

 

- Ministério da Saúde só decidirá sobre vacinação de crianças em janeiro

Segundo Marcelo Queiroga, chefe da pasta, é preciso uma "análise mais aprofundada" do que aquela feita pela Anvisa, que liberou a imunização da Pfizer para crianças entre cinco e 11 anos

O Ministério da Saúde só deve dar uma resposta definitiva sobre a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos no dia 5 de janeiro. Foi o que informou, neste sábado (18), o chefe da pasta, ministro Marcelo Queiroga, em uma conversa com jornalistas. Para ele, a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de autorizar o uso da vacina da farmacêutica americana Pfizer requer uma “análise mais aprofundada”.

“Hoje nós vivemos num ambiente epidemiológico bem mais controlado em relação a covid-19. Nos últimos sete dias, a média móvel de mortes tem sido em torno de 130 casos, portanto temos muito mais tranquilidade para tomar decisões de políticas públicas que serão adotadas no enfrentamento à pandemia da covid-19”, justificou o ministro.

“Como é de conhecimento de todos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), através de uma decisão de uma gerência própria incluiu a vacina da Pfizer para aplicação em crianças na faixa etária entre cinco e 11 anos”, detalhou.

“Esse tipo de avaliação da Anvisa tem o foco de verificar a segurança e eficácia do produto dentro do contexto que foi estudado e apresentado pela indústria farmacêutica. A introdução desse produto no âmbito de uma política pública requer uma análise mais aprofundada”, afirmou Queiroga, que justificou que essa análise será feita com apoio da Câmara Técnica Assessora de Imunização (CTAI).

Queiroga, assim como o presidente Jair Bolsonaro (PL), já falou em ocasiões anteriores contra a imunização de crianças. Anteriormente esta semana, o ministro já havia adiantado, após a decisão da Anvisa, que a decisão do Ministério sobre o assunto não sairia em 2021.

Já o presidente da República chegou a pedir, em tom de ameaça, a divulgação dos nomes dos técnicos da Agência que aprovaram a vacinação de crianças. “Eu pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças que aprovaram a vacina para crianças a partir de cinco anos”, disse, em uma transmissão na última quinta-feira (16).

“Queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todos tomem conhecimento de quem elas são e obviamente formem seu juízo”, disse o mandatário.

A decisão da Anvisa foi divulgada na última quinta-feira e foi tomada após uma avaliação técnica de um pedido enviado pela própria Pfizer. No exterior, países como os Estados Unidos, Uruguai, Colômbia, Canadá e países da União Europeia já vacinam crianças menores de 12 anos.

 

Confira outras notícias 

- Holanda decreta lockdown para conter avanço da Ômicron

A partir de domingo (19), comércio não essencial, bares, restaurantes e outros locais públicos ficarão fechados; medida vale até pelo menos 14 de janeiro

A Holanda entrará em um novo lockdown, a partir deste domingo (19), para tentar conter a alta de casos de Covid-19 provocada pela variante Ômicron do coronavírus.

Ao fazer o anúncio neste sábado (18), o primeiro-ministro holandês Mark Rutte afirmou que a restrição deve durar pelo menos até 14 de janeiro.

“A Holanda está fechando novamente. Isso é inevitável por causa da quinta onda que está chegando com a variante Ômicron”, disse Rutte em entrevista coletiva.

Todo o comércio não essencial, bares, restaurantes e outros locais públicos deverão permanecer fechados. As escolas também não vão ter aulas presenciais a partir desta segunda (20).

A decisão foi tomada após uma reunião do governo com especialistas em saúde, que recomendaram a medida restritiva.

No sábado, a agência de saúde pública do país relatou um total de mais de 2,9 milhões de casos de Covid-19 desde o início da pandemia, e 20.420 mortes. Somente no sábado, foram registrados 14.616 novos casos.

Últimas compras

Os holandeses foram às lojas neste sábado enquanto se preparavam para passar o Natal em lockdown com todas as lojas fechadas.

A população já tinha a expectativa do anúncio de restrições. O ministro da saúde holandês disse que as autoridades estavam “extremamente preocupadas” com a variante Ômicron.

A principal rua comercial da cidade de Nijmegen, a 120 quilômetros de Amsterdã, estava lotada de pessoas em busca de presentes de última hora.

“Aparentemente, não sou a única que achou melhor fazer compras hoje”, disse Femke Bos, 21, enquanto procurava um presente de aniversário.

As autoridades municipais da cidade portuária de Rotterdam recomendaram aos consumidores pelo Twitter que fiquem em casa porque o centro da cidade está “muito ocupado”.

Fonte: Poder360 - Correio Braziliense - CNN Brasil