Política

Após ataque hacker, governo espera retomar sistemas na próxima semana





Sites do Ministério da Saúde e do Conecte SUS estão fora do ar pelo 2º dia seguido

Parte dos sistemas do Ministério da Saúde continua fora do ar pelo 2º dia após o ataque hacker na madrugada de sexta-feira. De acordo com a pasta, o funcionamento completo deve ser restabelecido somente na próxima semana.

O Conecte SUS, que reúne informações do histórico clínico dos pacientes, como vacinas recebidas, medicamentos dispensados e exames feitos, está entre as funcionalidades que não voltaram a funcionar.

É por este canal, acessado por aplicativo ou em site do governo, que são emitidos os comprovantes de vacinação da Covid-19.

Na tarde de sexta, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que ainda não era possível avaliar se houve perda de dados da população, inclusive dos registros de vacinas.

O ministério disse neste sábado (11) que está atuando com "máxima agilidade" para reestabelecer os sistemas.

"Vários sistemas já foram reestabelecidos e a expectativa é que os outros sistemas estejam disponíveis para a população na próxima semana", disse a Saúde, em nota.

O ataque comprometeu alguns sistemas da pasta, como o e-SUS Notifica, Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), além do Conecte SUS.

Cruz afirmou, na sexta, que alguns serviços importantes foram restabelecidos, como o de regulação das filas do SUS e marcações de cirurgias.

O governo disponibilizou um site com orientações para emissão temporária do comprovante de vacinação da Covid-19.

A recomendação da Saúde é procurar o posto de vacinação onde as doses foram aplicadas para solicitar a segunda via da Carteira Nacional de Vacinação. Há a possibilidade de comprovar a vacinação por meio do cartão físico.

Além disso, muitos estados possuem ferramentas próprias, embora aqueles que utilizem a base de dados do Ministério da Saúde também podem estar sofrendo instabilidade.

O Ministério da Saúde também indicou sites dos governos do Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, São Paulo e das capitais Curitiba e Salvador para a emissão do certificado.

O Ministério das Relações Exteriores ainda enviará comunicado aos países que vão receber voos com origem do Brasil para avisar sobre a indisponibilidade temporária do sistema. O governo brasileiro pedirá para estes países aceitarem o documento no formato físico.

Após o ataque hacker ao Ministério da Saúde, o governo Bolsonaro anunciou que iria adiar em uma semana a aplicação das novas regras para o ingresso de viajantes no Brasil. As medidas entrariam em vigor neste sábado (11).

Entre elas estão a exigência de quarentena de cinco dias para não imunizados que chegarem em voos internacionais, além de teste realizado até 72 horas antes do embarque, e a apresentação de comprovante de vacinação ou de teste negativo na fronteira terrestre.

O site do Ministério da Saúde saiu do ar na madrugada desta sexta. Ao tentar acessar o portal, usuários encontraram um recado afirmando que os dados do sistema haviam sido copiados e excluídos e estavam nas mãos do grupo invasor.

"Nos contate caso queiram o retorno dos dados", dizia a mensagem. Minutos depois, o recado desapareceu, mas o site só voltou a entrar no ar na tarde de sexta. Ainda assim, diversas funcionalidades seguem indisponíveis.

EMISSÃO TEMPORÁRIA DO COMPROVANTE DA VACINA

  • Ministério da Saúde orienta buscar postos de saúde para emissão de segunda via do comprovante de vacinação da Covid-19
  • Governo também orienta buscar sites e aplicativos de estados e prefeituras para retirada do documento
  • Itamaraty vai avisar países que recebem voos do Brasil sobre ataque hacker e pedir que certificado físico seja aceito nos aeroportos e fronteiras

 

- ConecteSUS: usuários acusam falhas em app do Ministério da Saúde há meses - Congresso em Foco

Por meio da Lei de Acesso à Informação, o portal G1 descobriu que, de agosto a outubro, o Ministério da Saúde recebeu mais de 50 mil reclamações de usuários do aplicativo ConecteSUS nas quais são citadas falhas nos dados da plataforma. Os erros, revelou o portal neste sábado (11), vão desde a grafia do nome dos cidadãos a erros no número de doses da vacina contra a covid-19. Há até mesmo casos de pessoas vivas tidas como mortas pelo aplicativo.

O ConecteSUS ganhou visibilidade recentemente ao disponibilizar o certificado de vacinação contra o coronavírus, exigido para uma série de atividades e acesso a locais. Porém, os erros nas informações contidas no aplicativo resultam, também, na emissão errada dos dados do comprovante vacinal.

A ferramenta sofreu um suposto ataque de hackers. A vulnerabilidade os sistemas do Ministério da Saúde vem sido questionada há anos. O Datasus, departamento de informática da pasta, já foi invadido duas vezes ao longo de 2020 e 2021 por um hacker que tentava alertar o ministério sobre brechas no sistema de segurança.

Com o suposto ataque ao ConecteSUS, o governo decidiu adiar a exigência do passaporte vacinal para quem entrar no país e a quarentena de cinco dias para não vacinados. Desde o início da vacinação o governo de Jair Bolsonaro é claro quanto à defesa de que a população não seja obrigada a se vacinar e quanto à contrariedade ao passaporte vacinal.

Questionado pelo G1 sobre as falhas no aplicativo, o ministério se limitou a dizer que “a responsabilidade pelo acesso e pelas alterações nos dados de usuários é de agentes públicos legalmente autorizados”.

Fonte: UOL - Folha - Congresso em Foco