Cotidiano

Após ataque, Saúde diz que não tem previsão de retorno do sistema





"É muito cedo para dar estimativa de prazo", afirmou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, em entrevista coletiva

O Ministério da Saúde divulgou as medidas adotadas após o site da pasta (www.saude.gov.br/) sofrer um ataque hacker, na madrugada desta sexta-feira (10), e sair do ar. Em entrevista coletiva, o secretário-executivo do ministério, Rodrigo Cruz, afirmou que ainda não há previsão para que o sistema seja restabelecido.

“Estamos trabalhando firme, é muito cedo para dar estimativa de prazo, o time do DATASUS está fazendo todo esse trabalho junto com a empresa. Não temos ainda informações precisas, ah em dois ou três dias restabeleceremos. Mas, assim que a gente tiver uma posição da equipe de tecnologia, a gente prontamente informará a todos quando a gente terá de volta as disponibilidades”, disse.

Como alternativa para comprovar a imunização contra a Covid-19, o ministério destacou a utilização do cartão físico. Na falta do comprovante em papel, a pessoa deve buscar a base própria de cada estado ou município.

“Cartão físico continua válido, é uma opção válida. Se eventualmente você perdeu o cartão, a gente sugere que procure o posto de saúde e solicite uma segunda via. Outra ponto que pode ser usado como alternativa, é usar o método próprio de cada estado e município; alguns municípios tem base própria”, explicou Cruz.

Após a invasão ao site, a pasta afirmou que será adiada, até o próximo sábado (18), a portaria do governo que exigiria, a partir deste sábado (11), o comprovante de vacinação contra Covid-19 para viajantes que chegam ao Brasil.

Com a implementação da portaria, os viajantes não vacinados há no mínimo 14 dias passariam a cumprir quarentena obrigatória por cinco dias.

O anúncio foi feito após o site oficial do Ministério da Saúde sofrer um ataque hacker na madrugada desta sexta. Todos os portais da pasta, como o “ConecteSUS” e o “Portal Covid” também foram afetados.

Inquérito na Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) afirmou, nesta sexta-feira (10), que os dados do site do Ministério da Saúde não foram criptografados após o ataque cibernético durante esta madrugada. Entretanto, houve comprometimento de sistemas de notificação de casos de Covid-19, do Programa Nacional de Imunização (PNI) e do ConectSUS.

Ataque de ransomware

Antes do site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br/) sair do ar, uma mensagem do grupo que supostamente cometeu o crime foi exibida.

O Lapsus$ Group, que assumiu a autoria do ataque cibernético, diz que 50 terabytes de informações foram retirados do sistema e estão em posse do grupo. “Nos contate caso queiram o retorno dos dados”.

O ataque aconteceu por volta da 1h da manhã. Cerca de duas horas depois, a mensagem saiu do ar e o site está indisponível para acesso desde então.

O portal sofreu um “ransomware”, ataque hacker caracterizado pela paralisação dos sistema seguido de um pedido de resgate para liberação. Diante da situação, empresas e agências atingidas devem tomar a difícil decisão sobre pagar ou não os hackers para remover a interrupção.

- Governo é avisado de perda de dados no sistema do Ministério da Saúde

Após o ataque hacker que invadiu o site do Ministério da Saúde na madrugada desta sexta (10), dados que ainda não haviam passado por backup foram perdidos

A invasão ao site do Ministério da Saúde que ocorreu durante a madrugada desta sexta-feira (10) causou a perda de dados recentes, que ainda não haviam sido salvos definitivamente no sistema da pasta. As informações são da âncora da CNN Daniela Lima e da analista de política da CNN Renata Agostini.

Uma fonte ligada à investigação do ataque afirmou a Agostini que o governo ainda estuda qual a extensão dos danos causados pelo ataque, mas que parecem ser graves e que dados foram perdidos após a invasão.

Devido ao ataque hacker, a data de início da portaria que exige quarentena para aqueles que chegarem ao país não vacinados foi adiada por sete dias, passando a funcionar apenas no sábado (18). Com a queda do sistema, seria impossível para as pessoas fora do país comprovarem a vacinação contra Covid-19.

O Planalto já está ciente da perda de material e consegue delimitar a abrangência temporal do que teria sido perdido, segundo a apuração da âncora da CNN Daniela Lima.

Como o sistema do Ministério da Saúde faz backup das informações novas a cada 24 horas, o que foi perdido seriam os dados inseridos neste intervalo, após o último backup e antes do ataque hacker. Os invasores teriam sido capazes de acessar a nuvem na qual estes dados ficam antes de serem salvos definitivamente e apagado o material.

O trabalho da investigação agora se concentra em entender que informações eram essas, qual a importância delas e se é possível recuperá-las de alguma forma.

 

 

- Covid-19: todas as vacinas administradas no Brasil têm efetividade

Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que analisou as quatro vacinas administradas no Brasil contra a covid-19, de janeiro a outubro de 2021, aponta que todas conferem grande redução do risco de infecção, internações e óbito. 

Considerando os desfechos graves (internação ou óbito) em indivíduos com idade entre 20 e 80 anos de idade, a proteção variou entre 83% e 99% para todos os imunizantes. Na população abaixo de 60 anos de idade, todas as vacinas apresentam proteção acima de 85% contra risco de hospitalização e acima de 89% para risco de óbito.

As informações constam da primeira edição do boletim sobre a efetividade das vacinas contra a covid-19 na população brasileira, do projeto Vigivac da Fiocruz, publicada na quinta-feira (9).

As análises, coordenadas pelo pesquisador Manoel Barral, da Fiocruz Bahia, foram realizadas com informações individuais anônimas dos bancos de dados da Campanha Nacional de Vacinação contra Covid-19 (Vacinação Covid-19), Notificações de Síndromes Gripais (e-SUS Notifica) e Notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG 2020 e 2021; SIVEP-Gripe).

CoronaVac

Segundo a pesquisa, a CoronaVac apresentou alta efetividade para a população entre 18 e 59 anos de idade, variando de 89% a 95% e de 85% a 91% para óbitos e hospitalizações, respectivamente. Entretanto, houve queda importante na efetividade em pessoas com 60 anos  de idade ou mais. Na faixa entre 60 e 69 anos de idade a proteção contra formas graves da doença foi de 81%, chegando a 64% em maiores de 80 anos de idade. 

Os pesquisadores dizem que esta redução na proteção em idosos pode ser explicada por diversos fatores, mas principalmente pelo maior tempo desde a última vacinação e pela maior vulnerabilidade do grupo que recebeu o imunizante, já que a CoronaVac foi a mais utilizada entre idosos e profissionais prioritários, como da área de saúde e segurança, que são mais expostos ao contágio. Além disso, a vacina foi administrada durante um período de maior circulação do vírus.

AstraZeneca

A AstraZeneca foi a vacina mais utilizada no país, segundo o boletim. Os resultados para a população adulta de até 59 anos de idade mostraram efetividade de 99% do imunizante contra óbitos. A queda da efetividade também acompanhou o aumento da faixa etária. No grupo de pessoas entre 60 e 69 anos de idade a proteção contra infecção foi de 89%, chegando a 82% nos indivíduos acima de 80 anos de idade. Com relação aos óbitos, pessoas acima de 80 anos de idade tiveram proteção de 91%, um pouco menor do que as outras faixas de 60 a 69 e 70 a 79 anos de idade, que tiveram 97% e 93%, respectivamente.

Pfizer

As análises para a população adulta com até 59 anos de idade que recebeu a Pfizer mostraram que a proteção manteve-se acima de 96%. A proteção contra óbito e internação por covid-19 neste grupo foi de 99%. Os pesquisadores destacam que a Pfizer foi administrada na população mais jovem e em momento epidêmico com menor circulação do vírus, o que pode favorecer a efetividade da vacina.

Janssen

Na população adulta de até 59 anos de idade que recebeu a Janssen, as análises apontaram proteção contra óbito de 78% a 94%. Contra hospitalização a proteção ficou entre 88% e 91% e contra infecção a efetividade foi de 68% a 73%. Para a população idosa, foi possível calcular a efetividade com segurança apenas para a população com 80 anos de idade ou mais, que teve proteção contra óbito de 91% e contra hospitalização de 93%.

 

 

- Fiocruz entrega 2,9 milhões de vacinas ao PNI

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entregou hoje (12) um lote de 2,9 milhões de doses da vacina Oxford AstraZeneca ao Ministério da Saúde.

A remessa do imunizante contra a covid-19 será distribuída para estados e municípios pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).  

Ao todo, a Fiocruz já entregou 148,4 milhões de doses ao PNI este ano. Em dezembro, foram entregues 4,2 milhões de doses.

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil