Política

Bolsonaro volta a falar em reajuste de servidores em ano eleitoral: 'Que seja 1%'





Funcionalismo está há 3 anos sem reajuste, que seria possível, segundo presidente, por conta da PEC dos Precatórios

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar em conceder reajuste para os servidores em ano eleitoral.

Em entrevista à Gazeta do Povo, Bolsonaro disse que isso seria feito sem estourar o teto de gastos –que agora funciona com um novo cálculo, após mudança feita pelo governo, para abrir espaço para mais gastos.

"Teria [que ser reajuste de] 3%, 4%, 5%, 2%... Que seja 1%. Essa é a ideia. Porque nós estamos completando aí no meu governo três anos sem reajuste. Agora, o reajuste não é para recompor toda a inflação, porque não temos espaço para isso", disse Bolsonaro.

O presidente havia sido questionado sobre "declarações interpretadas pelo mercado de forma ruim", e um dos exemplos citados foi o anúncio do possível reajuste.

Em Dubai, no mês passado, Bolsonaro fez a promessa do reajuste e, na ocasião, disse que seria para todos os servidores.

Na época, contudo, como mostrou a Folha, havia entendimento no Planalto de que seria difícil conceder reajuste salarial para todas as categorias num patamar tão baixo quanto 1%, por exemplo.

Assim, passaram a estudar patamares maiores para algumas categorias. A pedido do presidente, os policiais não poderiam ficar de fora. Eles fazem parte da base eleitoral.

Após acordo fechado de véspera pelo fatiamento da proposta, a PEC dos Precatórios foi promulgada nesta quarta-feira (8) pelo Congresso. O texto é a aposta do governo para pagar Auxílio Brasil de R$ 400 para 17 milhões de famílias até dezembro de 2022.

O texto, contudo, só garante parte do espaço no orçamento para garantir uma folga de R$ 62,2 bilhões ano ano que vem. Ainda faltam R$ 48,6 bilhões que dependerão da aprovação de outra PEC nas duas Casas.

Bolsonaro passou a contar com parte desses recursos para pagar o reajuste dos servidores, mas o espaço orçamentário é curto.

Na entrevista desta quarta-feira (8), ele citou que o governador do Rio, seu aliado, Claudio Castro, prometeu reajuste de cerca de 10% ao funcionalismo estadual a partir de fevereiro do ano que vem – que, o próprio Bolsonaro pontuou, é ano eleitoral.

"Eu falei com o [Paulo] Guedes na possibilidade de dar um reajuste. Que reajuste é esse? Eu ja vi la o governador do Rio já anunciou 10% pros servidores. Politicamente, é bacana, né. Tem eleição no ano que vem. O servidor [em] grande parte merece isso. Agora, do nosso lado aqui, [o reajuste] não chegaria a isso", afirmou.

 

 

- Bolsonaro passa para virtual encontro do Mercosul com presença de Fernández e alega ômicron

Cúpula de presidentes do bloco está marcada para próximo dia 17 e seria primeira de trabalho com líder argentino

O governo brasileiro transformou a reunião presencial da cúpula de presidentes do Mercosul, que ocorreria no Brasil em 17 de dezembro, em encontro virtual.

Segundo interlocutores do Itamaraty, o motivo seria o avanço da nova variante ômicron, considerada "de preocupação", pela OMS (Organização Mundial da Saúde)

Os demais países do bloco já teriam sido notificados da mudança.

Em março deste ano, quando Argentina presidia temporariamente o bloco, também transformou encontro para celebrar os 30 anos de lançamento do bloco em virtual. O motivo foi a situação sanitária nos países da região.

Esta reunião de dezembro, sob a liderança do Brasil, que preside o Mercosul, seria a primeira vez em que Jair Bolsonaro (PL) teria uma reunião de trabalho com o presidente argentino, Alberto Fernández.

Os dois têm relação difícil desde que Fernández foi eleito. Bolsonaro era próximo do ex-líder Maurício Macri e chegou a dizer que os argentinos escolheram mal ao eleger seu sucessor.

Mas, recentemente, vinha dando sinais de melhora, ou ao menos trégua.

No último dia 1º, o secretário de Assuntos Estratégicos da Argentina, Gustavo Beliz, visitou o Brasil e foi recebido no Palácio do Planalto pelo próprio presidente Bolsonaro e por Flávio Rocha, que ocupa cargo homólogo na administração brasileira.

Segundo relatos, teria sido em bons termos. Em especial, Beliz e Rocha se dão bem.

Em outubro, após meses de divergência, os governos fecharam um acordo para a redução da TEC (Tarifa Externa Comum), que funciona como um imposto de importação compartilhado entre os membros do Mercosul.

Na prática, o anúncio de um entendimento para um corte de 10% na tarifa comum é uma derrota para o ministro da Economia, Paulo Guedes.

No início do governo, Guedes tentou levar adiante um ambicioso corte de 50% nas tarifas, mas teve de recuar após reação da indústria brasileira.

A Economia então encampou uma nova proposta, de redução de 20% em duas etapas até o final deste ano. Mas essa possibilidade também foi rechaçada pelos argentinos durante a última cúpula do Mercosul.

Com isso, Guedes teve que aceitar um corte mais tímido e cujas negociações ficaram centralizadas no Itamaraty.

O novo acordo foi anunciado em declaração à imprensa do ministro Carlos França (Relações Exteriores) com o chanceler da Argentina, Santiago Cafiero.

 

- Bolsonaro condecora sua própria mulher, Michelle; é a 3ª medalha em 6 meses

O presidente Jair Bolsonaro (PL) condecorou a primeira-dama Michelle Bolsonaro com a medalha da Ordem de Rio Branco, em um cerimônia realizada no Palácio Itamaraty, em Brasília. É a terceira medalha que o mandatário concede a sua própria mulher em menos de seis meses.

Além de Michelle Bolsonaro, aliados políticos e ministros, como o da Saúde, Marcelo Queiroga, e o da Justiça, Anderson Torres, além do procurador-geral da República, Augusto Aras, também receberam a condecoração. 

Segundo consta no regulamento de entrega da medalha, o objetivo da homenagem é "galardoar as pessoas físicas, jurídicas, corporações militares ou instituições civis, nacionais ou estrangeiras que, pelos seus serviços ou méritos excepcionais, se tenham tornado merecedoras dessa distinção". Cabe ao Conselho da Ordem de Rio Branco aprovar ou rejeitar as propostas que lhe forem encaminhadas.

Fazem parte desse conselho: o presidente da República, ministro de Estado das Relações Exteriores, ministro-chefe da Casa Civil, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, entre outros.

A ex-primeira-dama Marisa Letícia (1950-2017) também foi condecorada com a medalha em 2010, na época casada com Lula (PT). O ato concedendo a condecoração, no entanto, foi assinado pelo vice-presidente, José Alencar, já que o petista estava viajando aos EUA.

Michelle Bolsonaro é tri!

Essa é a terceira medalha que Michelle Bolsonaro recebe de seu próprio marido em menos de seis meses.

No dia 28 de julho, o presidente concedeu à primeira-dama a Medalha do Mérito Oswaldo Cruz na categoria ouro. A honraria se destina a reconhecer esforços de autoridades e personalidades que, no âmbito das atividades científicas, educacionais, culturais e administrativas relacionadas com a higiene e a saúde pública, tenham contribuído, direta ou indiretamente, para o bem-estar físico e mental da população.

Um mês antes, Michelle já havia recebido a homenagem no grau de Grande-Oficial, o mais baixo dos cinco graus da Ordem do Mérito da Defesa, em comemoração ao 22º aniversário de criação do Ministério da Defesa.

 

Confira outras notícias:

- Lula: razão para voltar a ser candidato é fazer mais do que fiz em 2 mandatos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que é pré-candidato à Presidência nas eleições de 2022. “Eu estou me dispondo a voltar a ser candidato. Porque só tem uma razão para eu voltar: fazer mais do que eu fiz nos meus 2 mandatos”, disse o petista, durante o encerramento do 9º Congresso da Força Sindical, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

O petista criticou a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e citou a resistência do chefe do Executivo em implementar o chamado passaporte de vacina nas fronteiras do país. 

“Se ele [Bolsonaro] não gosta dele, dos filhos dele, se eles não se respeitam, ele precisa criar responsabilidade e permitir que as pessoas sejam obrigadas a apresentar o cartão de vacinação para proteger a sociedade brasileira”, disse.

No discurso de quase uma hora, Lula disse que Bolsonaro poderia ter evitado que mais de 600 mil brasileiros morressem de covid.

“Não era obrigado a entender de covid, como nenhum de vocês aqui era. Mas quando a gente governa com responsabilidade é obrigado a se cercar de pessoas que sabem. Não era necessário ter acontecido mais de 600 mil mortes nesse país se eletivesse criado um comitê de crise, ouvido os cientistas”.

Completou: “Temos um presidente que faz festa de motocicleta quase todo santo dia, mas não teve coragem de visitar um hospital ou um funcionário do SUS que ajudou a salvar esse país”.

Brasil “sem rumo”

Na 3ª feira (7.dez.2021), Lula criticou o que chamou de “desgoverno Bolsonaro”. Segundo o petista, Bolsonaro está “sem rumo” e vem prejudicando o país tanto economicamente quanto socialmente.

Lula disse ainda que o presidente “anuncia coisas que não acontecem”. A crítica vem depois de revisão pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) dos dados do mercado de trabalho, que mostrou que o país registrou 472 mil empregos a mais do que em 2020.

Fonte: UOL - Folha - Poder360