Começa nesta terça-feira (7) a última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A reunião continua amanhã (8), quando será definida a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a taxa está em 7,75% ao ano.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. É o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle
A expectativa do mercado financeiro, consultado pelo BC, é que os juros básicos subam 1,5 ponto percentual, para 9,25% ao ano, em decorrência do aumento da inflação. O atual ciclo de alta da Selic começou em março deste ano, quando a taxa subiu de 2% para 2,75% ao ano.
Histórico da taxa básica de juros de fevereiro de 2020 a outubro de 2021 - Fonte: Banco Central
O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Entretanto, as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, pois a Selic é apenas uma parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a taxa.
Para 2021, a meta de inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA), que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior é 5,25%.
Segundo os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA ficou em 10,67%, no resultado acumulado de 12 meses encerrados em outubro deste ano.
- IGP-DI tem queda de preços de 0,58% em novembro
O Índice Geral de Preços–Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou deflação (queda de preços) de 0,58% em novembro. Em outubro, ele teve inflação de 1,60%. Em novembro do ano passado, a alta de preços havia sido de 2,64%. Com o resultado de novembro, o IGP-DI acumula inflação de 16,28% no ano e de 17,16% em 12 meses.
A queda da taxa de outubro para novembro deste ano foi puxada principalmente pelos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA). O subíndice teve deflação de 1,16% em novembro, ante uma inflação de 1,90% em outubro.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também teve queda, mas continuou registrando inflação ao passar de 0,86% para 0,67%. Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o varejo, teve alta ao passar de 0,77% em outubro para 1,08% em novembro.
Fonte: Agência Brasil